MINHA PERDIÇÃO - EM ANDAMENTO.

20°

Manuella Salles ✨

Morro do Vidigal, Rio de Janeiro.
26 de março de 2024.

Larissa: Amiga tem uma surpresa te esperando lá em baixo.- falou sorrindo e meu coração acelerou.

Manuella: É o que eu estou pensando?- elas assentiu sorrindo.- Você tá falando sério Larissa?

Larissa: Tu acha que eu ia brincar com uma coisas dessas? Vai lá ver com seus próprios olhos.

Nem pensei duas vezes e levantei da cama do jeito que eu estava e saí igual uma louca daquele quarto e desci às escadas correndo.

E quando vi minha mãe em pé na sala, conversando com o Rei, primeiro não acreditei e depois achei que meu coração fosse sair pela boca de tão rápido que ele batia.

Corri até ela, pulei nos seus braços e abracei ela muito, muito forte!!!

Débora: Que saudades que eu estava de você meu amor.- me abraçou forte também.

Manuella: Aí mãe, não estou acreditando que você tá aqui!- continuei abraçando ela e senti o nó se formar na minha garganta.- Eu senti tanto sua falta.

Débora: Eu também meu amor, eu também.- levantei minha cabeça pra olhar pra ela e ela estava chorando e eu também comecei a chorar.- Me desculpa por não ter vindo antes filha.

Manuella: Mãe não quero falar sobre isso. Só quero ficar abraçada com você.- ela assentiu sorrindo.

Eu nem sei quantos minutos ficamos ali dentro uma do abraço da outra, só sei que foram longos minutos e ainda sim não foram suficientes pra matar toda a saudade que eu estava sentindo dela.

Rei: Sua mãe vai passar o dia aqui hoje contigo Manu.

Manuella: Sério mãe?- encarei ela sorrindo.

Débora: Sim meu amor!- abracei ela novamente.

Rei: Hoje é dia comemoração.- falou levantando uma latinha de brahma.- Já vou colocar às carnes pra assar.- saiu todo empolgado indo em direção ao quintal.

Débora: Vai trocar de roupa filha.- me olhou rindo.

A emoção foi tanta que eu até esqueci que estava de pijama, sem escovar os dentes e toda descabelada kkk.

Manuella: Vou tomar um banho rápidinho e já volto tá?- ela assentiu.

Subi pro meu quarto e realmente tomei um banho super rápido. Eu não queria perder nenhum minuto com a minha mãe sabe? Hoje eu só queria ficar grudada nela o dia inteiro e aproveitar cada segundo.

Como estava muito calor, optei por um short jeans básico e amarrei um lenço nos seios fazendo ele de cropped, coloquei alguns acessórios e fiquei de chinelo mesmo já que íamos passar o dia em casa e como sempre passei uma maquiagem básica no rosto só pra disfarçar minha cara de ressaca.

Desci novamente pra sala e dei de cara com a minha mãe sentada no sofá conversando com o Thiago...

E naquele exato momento me lembrei de tudo que tinha acontecido quando chegamos no baile hoje mais cedo, e eu só queria abrir um buraco nessa sala, me enfiar lá dentro e não sair nunca mais de tanta vergonha.

Eu estava sim bêbada, na verdade um pouco alterada mas lembro de tudo que aconteceu, inclusive que foi eu que tomei iniciativa dessa vez, algo que eu acho que não faria se estivesse em sã consciência.

Digo isso pelo meu jeito sabe? Sou tímida demais e também não estou acostumada a me envolver com ninguém sabe? Nem sei lidar com isso pra ser bem sincera.

Tomei sim coragem por conta da bebida, isso eu assumo, o gin realmente me encorajou.. mas não dizem por aí que o que fazemos bêbados, é o que não temos coragem de fazer em sã consciência? Então...

Eu queria ficar com ele, queria transar com ele, perder minha virgindade com ele e isso não era por causa da bebida e sim porque senti vontade naquele momento e também me senti preparada.

Não fiquei com raiva ou brava porque ele não quis, muito pelo ao contrário, achei a atitude que ele teve incrível e confesso que até me surpreendi.

Eu e o Thiago se encaramos e ficou uma clima meio estranho sabe? Não sei nem explicar...

Débora: Já voltou filha?- concordei sorrindo.- Senta aqui com a mamãe.

TH: E aí loirinha.

Manuella: E aí.- falei toda tímida.

Débora: Estava aqui conversando com o Thiago... Então quer dizer que agora você frequenta baile de favela?- falou rindo.

Manuella: É.. a Lari me levou pra conhecer.- ela riu.

Débora: E como foi a experiência, você gostou?

Manuella: Gostei sim.

Débora: Aí que saudades do meu tempo de novinha... Eu aproveita demais os bailes daqui.- encarei ela.

Até hoje ela ainda não me explicou essa história que ela já viveu aqui no Vidigal, estou até hoje morrendo de curiosidade pra saber sobre isso.

TH: Tu frequentava aqui pô?- encarou minha mãe.

Rei: E como frequentava.- surgiu na sala segurando uma bandeja de carne e sorrindo pra minha mãe.- Essa aí me dava trabalho aqui nos bailes.- disse rindo.

Débora: Que trabalho que eu te dava Rei? Você que não me deixava fazer nada.- ele riu.

Pera aí... Esse quebra cabeça está ficando confuso demais na minha cabeça. Os dois falam com muita intimidade sabe? Parece até que já tiveram algo no passado.

Manuella: Que trabalho que ela te dava Rei?- perguntei curiosa.

Rei: Vivia arrumando briga por aí, tá ligado? Todo baile eu tinha que ir resolver b.o dela.

Débora: Eu não arrumava briga com ninguém, às pessoas que arrumavam comigo e você sabe disso.- ele deu risada.

TH: Vocês se conhecem faz tempo?- ele demonstrou curiosidade no assunto.

Rei: Mais de vinte anos.- olhei impressionada.

Débora: Vinte e quatro anos pra ser mais exata... Eu tinha quatorze anos quando conheci seu pai.

Rei: E eu tinha sua idade filhão.. Tempo passou voando né doutora?- encarou minha mãe e ela concordou.

Manuella: Então eu não tinha nascido ainda né mãe? Você me teve com quinze anos.- ela concordou.

Débora: Quando eu fiquei grávida de você, já tinha indo embora daqui.

TH: Eu era pequeno então quando vocês se conheceram né pô?- o Rei concordou.

Rei: Você tinha três anos na época.

TH: Então tu me conhece desde menor doutora?- minha mãe confirmou.- Dahora..

Eu estava muito curiosa pra saber sobre o passado da minha mãe, principalmente sobre a parte que ela viveu aqui no Vidigal, ainda mais depois desse papo dela e do Rei.

Porém o Thiago demonstrou estar muito mais interessado nesse assunto do que eu, ele não parava de fazer perguntas pro Rei e também pra minha mãe sobre o passado deles e depois ele ficou todo calado e pensativo.

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