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Thiago|TH 🤯

Morro do Vidigal, Rio de Janeiro.
01 de maio de 2024.

Eu não queria acreditar no que eu tinha acabado de escutar meu coroa falar, na verdade eu não queria aceitar que a Manuella era minha irmã.

Como vou lidar com essa parada agora?? Porra, não dá!

Não consegui olhar pra ninguém dentro daquela sala, apenas dei às costas e saí andando sem olhar pra trás. Só queria ficar sozinho e esquecer tudo e todos nessa porra!

A Manuella veio atrás de mim, tentou me tranquilizar mas não adiantou nada, eu estava nervoso e também confuso pra caralho com toda essa situação, e sei que ela também estava por mais que estivesse tentando me passar que estava lidando bem com a notícia.

Não consegui nem encarar ela direito e nem sei se um dia eu vou conseguir, tá ligado?

Eu fiquei com a minha própria irmã parceiro, como vou aceitar esse bagulho na minha mente? Não tem como não..

Mesmo sabendo que eu não tenho culpa no bagulho, me sinto culpado mesmo assim. Eu podia ter evitado essa parada, tá ligado? Esse bagulho nunca podia ter acontecido.

Cheguei na boca atordoado, me tranquei na minha sala e dei a ordem que não queria ser incomodado por ninguém. Tudo que eu queria era ficar sozinho e tentar colocar a mente no lugar!

Eu só queria esquecer essa história toda ou então voltar no tempo e nunca ter ficado com ela. Eu sabia que a Manuella aqui no morro ia dá algum problema, eu só não imaginava que o problema ia ser tão grande como esse.

Abri a gaveta da minha mesinha, e encarei os pinos de cocaína lá dentro. Juro que não queria fazer essa parada mas eu precisava relaxar e também ocupar minha mente.

Peguei um pino, fiz a carreira na mesa, enrolei uma nota de cem e cheirei. Estranhei, porque meu corpo não relaxou como eu esperava e a minha mente ainda me perturbava.

Peguei outro pino, fiz outra carreira e novamente cheirei e mais uma vez, meu corpo não relaxou nenhum pouco.

Que porra é essa????

Nisso eu perdi às contas de quantos pinos cheirei, só que infelizmente eu não consegui esquecer nada do que tinha acontecido.

Eu achei que quando cheirasse, ia esquecer todos os meus problemas mesmo que fosse apenas por algumas horas, no caso até o efeito passar, só que eu não consigo esquecer o fato da Manuella ser minha irmã, não saí da minha cabeça!

Encarei a mesa e tinha vários pinos em cima, eu não conseguia nem contar quantos eu tinha cheirado. Estava doidão!

Estava sentindo meu corpo mole, minhas mãos formigando e a minha boca estava seca.

Senti algum escorrendo pelo meu nariz e quando coloquei a mão, era sangue. Indícios que eu ia ter uma overdose a qualquer momento.

Eu já não sabia quantas horas eu estava aqui dentro, tinha perdido a noção do tempo, tá ligado?

O China já tinha vindo aqui me chamar um monte de vezes, meu coroa também brotou, tentou falar comigo mas eu não queria falar com ninguém, a Larissa também veio mas eu nem se quer respondi ela.

Manuella: Thiago?— chamou.— Eu sei que você está aí, abre essa porta.— ela suspirou.— Por favor!

Paralisei quando escutei a voz dela, e também senti uma calma. De todos que vieram aqui, somente ela entendia o que eu estava sentindo e por isso tirei forças da onde eu não tinha, levantei e abri a porta.

Ela me encarava com um semblante que eu não sabia identificar, parecia estar assustada e também preocupada.

Manuella: Seu nariz está sangrando.— passou a mão no meu rosto e me encarou.— Vamos pra casa?— neguei.

TH: Quero ficar aqui!

Manuella: Pra você se matar?— ela encarou a mesa onde estava os pinos vazios.— Aquilo ali não resolver seus problemas Thiago.— apontou.— Só vai acabar com você! É isso que você quer??— neguei.— Porque está fazendo isso então?

TH: Só queria esquecer tudo que aconteceu.

Manuella: E esqueceu?

TH: NÃO.— gritei e ela se assustou.— Você.— apontei pra ela.— Não saí da porra da minha mente! Eu quero te esquecer e não consigo.— respirei fundo.— Não consigo aceitar esse bagulho Manuella, não consigo!

Manuella: Vamos pra casa? Você toma um banho, come alguma coisa e aí a gente conversa, com calma.— neguei.— Por favor Thiago, olha seu estado cara!

TH: Não vou pô...

Manuella: Então eu vou ficar aqui com você.— sentou do meu lado no sofá.

TH: Vai embora Manuella, aqui não é lugar pra você não!

Manuella: Só vou quando você for! Sem você eu não saio daqui.— balancei a cabeça negando.

Ela não ia desistir e eu não queria que ela ficasse aqui, esse lugar não era pra ela, tá ligado?

TH: Então bora meter o pé.

Ela sorriu sem mostrar os dentes, levantou e estendeu a mão pra mim. Também levantei, segurei a mão dela e saímos juntos de dentro da boca.

Meu coroa estava do outro lado da rua, dentro do seu carro e minha irmã estava no banco da frente, e assim que ela me viu, sorriu aliviada pra mim.

Eu e a Manu entramos no banco de trás, e todo mundo permaneceu em silêncio até chegarmos em casa. Mais uma vez eu estava me sentindo envergonhado por estar fazendo eles passarem por essa situação.

Thiago: Desculpa.— falei assim que entramos dentro de casa.— Desculpa mesmo.

Rei: Você precisa se tratar meu filho.— seu tom de voz era falho.— Eu não aguento mais ver você assim, papo reto.— seus olhos estavam cheio de lágrimas.

Nessa hora foi como eu tivesse recebido uma facada dentro do meu peito, nunca vi meu pai chorar nessa vida, e eu estava fazendo ele chorar e era de decepção.

TH: Quem precisa de tratamento é viciado pô.— encarei ele.— Não sou viciado. Sei me controlar.— ele balançou a cabeça negando.

Larissa: A gente quer o seu bem Thiago, escuta o nosso pai.— neguei.

TH: Colfoi pô? Já falei que não preciso de tratamento!

Rei: VOCÊ PRECISA SIM!— ele gritou.— E VOCÊ VAI SE TRATAR PORQUE EU NÃO VOU PERDER MEU FILHO PRA COCAÍNA!!

TH: Eu sou maior de idade, tu esqueceu? Já falei que não vou porra!!

Dei às costas pra eles, subi pro meu quarto e tranquei a porta.

Eu não sou viciado pô, quando eu quiser parar, eu paro, sempre foi assim tendeu??

E eu não uso cocaína todo dia, é só quando quero esquecer os problemas, tá ligado? Tô ciente que às vezes eu exagero no bagulho e acabo perdendo a linha, igual da última vez mas quando eu não quiser usar mais, eu paro.

Entrei dentro do chuveiro, tomei um banho gelado e demorado, e fui pra debaixo das cobertas porque eu estava sentindo muito frio, estava me me tremendo todo.

Alguém bateu na porta do quarto, e era Manuella, levantei, abri pra ela entrar e voltei pra debaixo das cobertas novamente. Eu estava suando frio!

Manuella: Você tá melhor?— neguei.

TH: Claro que não.— ela suspirou e se aproximou.— Pode sentar aí pô.— ela assentiu e sentou na cama, ao meu lado.

Manuella: Você está com frio?— me olhou estranho e eu concordei.— Thiago você está com febre!— falou quando colocou a mão no meu rosto.

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MINHA PERDIÇÃO - EM ANDAMENTO.Onde histórias criam vida. Descubra agora