Caminhos Cruzados

10_Uma bêbada

Hinata

22 de outubro de 2018

Enquanto o motorista dirigia em direção à escola. A manhã estava tranquila, e a luz do sol que entrava pelas janelas dava um tom suave ao interior do veículo. A atmosfera era calma, mas por algum motivo eu não conseguia tirar da cabeça o que havia acontecido na festa de Naruto.

Olhei para a janela, observando as árvores e os edifícios passarem, tentando escapar dos pensamentos embaraçosos que me assombravam.

As imagens do dia 17, eram como um filme ruim que não parava de rodar em minha mente.

Eu tinha bebido demais e feito um papelão colossal, e a ideia de encarar Sasuke, naruto e todo mundo. Até mesmo o pessoal que tinha sido convidado. Me deixava ansiosa e constrangida.

Minhas bochechas coram só de pensar na forma como tudo aconteceu.

Era a minha primeira vez bebendo e eu simplesmente bebi tanto que acabei esquecendo que era a minha primeira vez bebendo!

Não me lembro de tudo exatamente, mas lembro de algumas partes. Mas por algum motivo eu fico aliviada em não lembrar muito.

Como o neji deixou isso acontecer?

— Você está pensando muito, Hinata — disse ele fraquinho — O que está passando pela a sua cabeça?

Corei ainda mais e desviei o olhar rapidamente.

Neji me avisou da bebida e eu decidi beber.

— Nada, Neji — Respondi rapidamente.

Ele deu um sorriso fraco e me olhou atentamente enquanto ajeitava a sua postura.

— Você parece um pouco desconfortável— Neji insistiu.

Eu sempre estou me sentindo desconfortável com alguma coisa. A sensação de estar patética e incapaz parece ser constante na minha vida.

Pensei que neji poderia contar ao meu pai que eu havia bebido demais. E ele nunca deixaria eu sair novamente.

Eu até tinha me preparado para o sermão inevitável. Mas neji não mencionou nada, mas ainda assim, o que mais me irrita é a maneira como ele me deixou nas mãos de Sasuke.

Um desconhecido estranho para mim e melhor amigo para ele. Essa escolha de Neji me deixou frustrada e magoada.

— Posso te perguntar algo? — Perguntou interrompendo meus pensamentos.

Engolir em seco e, embora minha mente estivesse maluca. Eu acenei com a cabeça.

Neji respirou fundo antes de fazer a pergunta que estava se formando em sua mente.

—Você gosta do Naruto?

A pergunta me pegou de surpresa, e eu me sentir como se tivesse levado um soco no estômago.

Eu sempre achei que ele, como todos ao nosso redor, sabia muito bem do que se passava no meu coração, ou pelo menos, tinha uma ideia clara de que meu interesse por Naruto era algo quase público.

Afinal, era notório para qualquer um que prestasse atenção nas pequenas demonstrações de afeto e nos olhares discretos que eu lançava para ele. O fato de Neji, um dos poucos que parecia estar realmente atento aos detalhes, me fazer uma pergunta tão direta e inesperada me deixou atordoada.

Não entendo por que ele está me perguntando isso. A sensação de confusão se intensificou quando percebi que a resposta para aquela pergunta não era tão clara para mim quanto deveria ser.