60_ Casa comigo.

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Hinata

02:04


Suspirei fundo, ajeitando os papéis que se acumulavam em minha mesa. O escritório estava mergulhado em uma penumbra suave, iluminado apenas pela luz amarelada do abajur, que lançava sombras tranquilas nas paredes.

Era duas da manhã, e o silêncio da casa se tornava quase palpável. Enquanto a cidade dormia, eu lutava contra o cansaço, determinada a fazer o melhor pela minha marca, Hyuga.

O ar estava impregnado com o leve perfume dos tecidos que ainda não haviam sido costurados.

A cada contrato que eu revisava, sentia a pressão da responsabilidade pesando em meus ombros. Com um olhar atento, passei os olhos por cada cláusula, certificando-me de que tudo estava em ordem

Minhas mãos, apesar da exaustão, moviam-se rapidamente, assinando cada documento com a certeza de que cada passo era crucial para o crescimento da empresa.

Na mesa, os croquis da nova coleção estavam dispostos de maneira organizada. Havia blusas de chiffon, vestidos de verão com cortes elegantes e saias que flutuavam ao vento.

Eu sonhava em ver aquelas peças ganhando vida nas passarelas, vestindo mulheres que buscavam não apenas estilo, mas também confiança.

Era um mundo ao qual eu pertencia, um espaço onde minha criatividade poderia florescer.

Enquanto me concentrava nos papéis, não pude deixar de pensar em Gaara. Ele sempre ficava acordado até tarde, analisando contratos e parcerias que poderiam beneficiar a marca.

Era um trabalho minucioso, e, embora nossos estilos fossem diferentes, compartilhávamos a mesma paixão por fazer a Hyuga brilhar.

Eu imaginava como ele estava, provavelmente cercado por documentos, a expressão focada e intensa.

Uma parte de mim queria que ele estivesse aqui, para discutir as ideias que fervilhavam em minha mente.

Mas então, quase pulei da cadeira quando ouvi o som da campainha da minha casa.

Droga! Estou sozinha e não costumo deixar meus empregados até tarde.

Um leve frio percorreu minha espinha, enquanto uma mistura de confusão e irritação se instalava em mim.

Suspirei fundo, tentando organizar meus pensamentos, antes de me levantar da cadeira e sair do escritório.

Enquanto caminhava pelo corredor em direção à porta, sentia a tensão se acumular.

Ao digitar a senha no aparelho, a tela acendeu, revelando Sasuke segurando Neji.

Meu coração acelerou, e uma onda de frustração me atingiu.

Droga, não faz nem algumas horas que fui grossa com ele para me deixar em casa, e agora aparece com meu irmão nos braços.

— O que vocês dois querem? — perguntei, ligando o microfone, tentando esconder meu aborrecimento.

— Ah... Hinata... — Sasuke começou, mas sua voz soava embaraçada.

— Hinata! Você está aí? — Neji gritou, a alegria dele soando estranha no contexto.

— Vocês estão bêbados? — questionei, arqueando uma sobrancelha.

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