37_ não conseguimos

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Sasuke

20 de dezembro de 2018
20:59

A casa está em chamas. O crepitar do fogo devora tudo ao redor, o calor sufocante envolve meus sentidos, mas minha mente está fria, calculadora.

Meu pai e minha mãe já se foram, escapando por pouco em um carro que os levará para longe desse caos. Eu deveria estar com eles, protegendo-os, mas algo me prende aqui.

Talvez seja o destino, ou talvez seja a maldição de carregar o nome Uchiha.

O som das batalhas é ensurdecedor. É uma guerra agora, mas Tobirama não está aqui; seu exército é imenso, seus aliados são muitos.

Cada segundo que passa, sinto que estamos mais próximos do fim. Mas ainda não sei se será o nosso fim ou o deles.

- Sasuke! - A voz de Shisui corta o ar, aproximando-se de mim após derrubar um dos homens que nos atacam.

Seus olhos estão afiados, mas há uma ponta de desespero em sua expressão.

- Eles são muitos! A polícia pode chegar a qualquer momento.

Madara, impassível como sempre, ergue a voz para ser ouvido em meio ao tumulto.

- Vá com Obito, Sasuke! - Seu comando é claro, uma ordem que não posso ignorar.

Meus olhos encontram os de Obito.

A cicatriz grotesca que desfigura seu rosto é uma lembrança cruel do que ele sacrificou por essa causa.

Sinto um aperto no peito, mas não é o momento para emoções.

- Isso! - Shisui insiste, sua voz firme apesar do caos ao nosso redor. - Vá com Obito e proteja seus pais.

Mas algo dentro de mim hesita.

Olho para Madara, o homem que sempre admirei e temi em igual medida.

Ele disse que mataria meu pai. Será que mudou de ideia? Por que me manda agora proteger quem ele mesmo jurou destruir?

Madara me olha por um breve momento, seus olhos, apesar de pretos, são como sangue, antes de voltar sua atenção para a batalha, investindo contra um inimigo com uma ferocidade que só ele possui.

Engulo em seco, forçando-me a ignorar as dúvidas que me corroem. Assinto uma única vez e começo a caminhar em direção a Obito, derrubando alguns homens que ousam se interpor em meu caminho.

Nossos homens lutam com uma determinação desesperada, mas algo está errado. Por mais que lutemos, Tobirama parece ter mais cartas na manga, mais truques sujos escondidos.

- Obito... - Começo a falar, mas sou interrompido pelo som insistente do meu celular.

O toque me puxa de volta para a realidade, quebrando minha concentração.

Pego o aparelho rapidamente, e o nome do segurança que deixei para vigiar Hinata aparece na tela.

Meu corpo ainda está dolorido, meus músculos exaustos, cada movimento uma lembrança do que aconteceu antes de chegar aqui.

Caminhos CruzadosOnde histórias criam vida. Descubra agora