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Hinata

25 de outubro de 2018

Ajoelhada ao lado da cama, meu coração martelava descontroladamente. Meus dedos trêmulos vasculhavam freneticamente embaixo do móvel, cada segundo parecendo uma eternidade.

Eu preciso encontrar aquela foto. A foto de minha mãe. O único fragmento palpável do seu amor e da sua presença.

O tempo corria contra mim, e eu sentia o peso da pressão esmagando meus ombros.

Minhas mãos deslizavam pelas caixas esquecidas, remexendo objetos que não significavam nada comparados àquela foto.

Eu lembro de ter deixado ela em baixo do meu travesseiro, mas simplesmente não estava lá!

O som de passos se aproximando fez meu coração dar um salto. Levantei a cabeça rapidamente, meus olhos encontrando a figura imponente de Itachi.

— O que você está procurando? Já se passaram cinco minutos — a voz dele ecoou pelo quarto, grave e impassível.

Eu me levantei, minha expressão desesperada, meus olhos suplicantes.

— Desculpa, é a foto da minha mãe. Eu não quero sair sem essa foto.

Itachi me observou por um momento, com os seus olhos avaliando o porque eu estava demorando tanto.

Então, sem uma palavra, ele começou a levantar o travesseiro e puxar os lençóis da minha cama.

— O que você está fazendo? — Perguntei confusa.

— Te ajudando a procurar — respondeu ele, a voz firme mas com uma ponta de compreensão.

Fiquei ali encarando ele por alguns segundos.

Ele me odiava não é?

— Muito obrigada — murmurei, voltando imediatamente à minha busca frenética.

Abri gavetas com rapidez, joguei objetos inúteis para o lado, levantei tapetes e esvaziei caixas, cada movimento carregado de uma urgência palpável.

O quarto estava cheio do som dos meus esforços, uma cacofonia de desespero.

De repente, vi Itachi se agachar, a mão dele mergulhando sob o colchão. Ele puxou algo, uma foto ligeiramente amassada, mas intacta.

Parei de procurar, meu coração disparado de alívio. Caminhei até ele, um sorriso de gratidão iluminando meu rosto.

— Aqui está — disse ele, entregando a foto.

Segurei a foto com ternura, meus olhos se enchendo de lágrimas.

É a única foto que restou da minha mãe, a única foto que me permite a nunca esquecer o rosto belo dela.

— Não me leve a mal — a voz de Itachi interrompeu meus pensamentos.

Olhei para ele, confusa, ainda segurando a foto.

— Não te odeio. E a família Uchiha também não. — Disse ele frio.

Meu coração acelerou ao ouvir aquilo.

Eles realmente não me odiavam? Eu Deveria me sentir feliz por isso? Preciso?

— Me desculpa — continuou Itachi, com a voz dele suave. — Eu queria que o Sasuke não se metesse em confusão desse tipo.

Dei um pequeno sorriso, sentindo um alívio inesperado.

— Tudo bem, eu não guardo mágoas de quem me pede desculpas. — Sorri fraquinho, ainda sem graça.

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