66_ Entre o amor e a morte

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Sasuke

Eu olhei para a van mais uma vez, a distância entre nós se tornando um fardo insuportável. Dentro dela, Hinata estava provavelmente se debatendo em desespero. Já havia tentado me aproximar ao menos dez vezes, mas Obito me parou em cada uma delas, sua mão sempre firme em meu ombro, como um aviso mudo de que ainda não era o momento.

— Quando eu te bater, não me bata de volta. — Itachi disse, com a voz tranquila, como se estivesse apenas discutindo sobre o tempo.

Shisui riu baixinho, um som breve e desdenhoso.

— Olha, só porque você é quem manda na porra toda, não significa que pode pedir para bater em você e querer revidar depois. — Shisui comentou, o humor ácido, mas carregado de preocupação.

Eu revirei os olhos, impaciente.

— Apenas façam logo. — Eu disse, já cansado da espera.

Eles se entreolharam por um momento, e então Obito esboçou um sorriso divertido, como se estivesse prestes a assistir uma cena que ele já tinha previsto há muito tempo.

Itachi foi o primeiro.

O soco veio rápido e certeiro, acertando meu estômago.

Senti o ar ser expulso dos meus pulmões, mas mantive a compostura.

Shisui, como sempre, não ficou atrás, desferindo outro golpe que atingiu meu maxilar.

A dor explodiu, e eu pude sentir o gosto metálico do sangue se espalhando na minha boca.

— Pega leve com ele. — Obito murmurou, sem realmente esperar que eles o fizessem.

Suspirei, o sangue escorrendo pela minha boca.

O soco seguinte veio mais rápido do que o esperado, acertando meu queixo e me derrubando de joelhos.

Senti a dor irradiar por todo o corpo, mas engoli cada grama dela.

Eu precisava disso.

Precisava parecer tão destruído quanto o plano exigia.

— Já chega, né? — Itachi perguntou, sua voz um pouco hesitante.

Me levantei lentamente, ignorando a dor que latejava pelo meu corpo.

Peguei a faca na lateral da minha cintura, sem hesitar, e deslizei a lâmina pela lateral do meu braço, deixando o sangue jorrar.

Rasguei a pele de maneira controlada, suficiente para parecer brutal, mas não letal.

O sangue escorreu pela minha camiseta branca, manchando o tecido em um vermelho vívido.

— Karin já fez o trabalho dela? — Perguntei, enquanto deixava o sangue pingar no chão, criando um rastro.

— Ela fez. — Itachi respondeu com um leve aceno de cabeça.

Eu podia imaginar o olhar de raiva de Karin quando soube do plano.

Ela raramente defendia alguém, especialmente Hinata, mas desta vez ela tinha feito questão de dizer que Hinata estava estressada demais para passar por um sequestro falso.

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