61_ O inferno

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SE PREPAREM, O VERDADEIRO INFERNO ESTA PRESTE A COMEÇAR.

1 semana depois.

H.

Eu olhava para a rua lá embaixo, movimentada. O mundo seguia seu curso caótico, pessoas indo e vindo, sem a menor noção de que o verdadeiro poder estava nas sombras.

Nas minhas sombras.

Meus olhos percorreram os carros que se arrastavam como formigas, insignificantes, patéticos.

Eles vão pagar pelo que fizeram com o meu pai.

A voz em minha mente ecoou como um sussurro, escura e afiada, cortando o silêncio da sala.

Uma onda de ódio e satisfação percorreu meu corpo.

Eu imaginava cada um deles de joelhos, implorando por suas vidas, mas era tarde demais.

Tarde demais para misericórdia.


Tarde demais para arrependimento.

O mundo não sabia o que estava por vir, mas sentiria o peso da minha vingança. O terror verdadeiro estava prestes a começar, e ninguém seria poupado.

A terra vai tremer, e eles não têm ideia de que quem manda sou eu.

Meu coração batia ritmicamente, calmo, enquanto a ideia se cristalizava em minha mente: cada passo que eu havia dado até aqui culminaria no caos absoluto.

Eu era a escuridão que engoliria tudo.

Ele riu como um maluco, o som ecoando pelas paredes vazias da sala, um riso sem alma, cortante, que parecia vir das profundezas de sua mente perturbada.

A porta rangeu suavemente atrás de mim, e eu me virei lentamente.

Um dos meus subordinados entrou, cabeça baixa, temeroso, mas sabendo que falhar não era uma opção.

Ele se aproximou, sem ousar erguer os olhos até que estivesse a uma distância respeitosa.

— Os preparativos estão prontos, senhor. Já comecei a fazer o meu trabalho, como ordenado. —A voz dele estava firme, mas eu senti a leve tremedeira.

Ele sabia que a linha entre ser útil e descartável era tênue. No meu mundo, só havia espaço para os indispensáveis.

Eu o observei por um longo momento, o silêncio entre nós era pesado, carregado de tensão. Aquele medo, aquele respeito, me alimentava.

— Muito bem — respondi, minha voz baixa e controlada, como o roçar da lâmina de uma faca antes de um golpe. — Continue. Não quero erros.

Enquanto ele se retirava, meu olhar voltou para a rua.

Eles não sabiam. Ninguém sabia. E era assim que eu gostava.

As sombras eram o meu domínio. Eles ainda achavam que controlavam alguma coisa, mas quando o verdadeiro terror começasse, entenderiam.

A verdade esmagadora viria como um terremoto, e quando as paredes de suas vidas começassem a ruir, eu estaria ali, invisível, implacável, puxando os fios.

O sangue deles mancharia o chão, e a história se lembraria de mim.

Não como um herói, mas como o pesadelo encarnado.

Eles chamariam isso de tragédia. Eu chamava de inferno.

A única coisa que os mantinha vivos agora era o tempo que eu permitia.

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