|𝐒𝐄𝐆𝐑𝐄𝐃𝐎𝐒
O sol brilhava intensamente do lado de fora quando Zoe despertou, a luz refletindo suavemente em seu rosto. Sentou-se na beira da cama, bocejando, e colocou os pés sobre o chão gelado. Caminhou até o banheiro e desfrutou de um banho quente e demorado.Ao sair do quarto e descer as escadas, um aroma familiar de comida invadiu suas narinas. Estranhou aquele cheiro; fazia tanto tempo que seu pai não cozinhava. A fraqueza causada pela quimioterapia o mantinha longe de qualquer esforço.
— Pai? — chamou, com um misto de curiosidade e esperança.
Ele se virou, um sorriso iluminando seu rosto. Fazia tanto tempo que Zoe não o via assim, parecia saudável.
— Acordou bem na hora! — disse ele, com um tom animado. — Sente-se, vamos comer!
Ela se sentou à mesa, seus olhos se iluminaram ao ver o prato que ele acabara de preparar. Um sorriso brotou em seu rosto ao notar que ele havia feito uma divertida arte com as frutas, e ao lado, bacon e waffles a esperavam.
— O senhor está bem? Não deveria estar fazendo tanto esforço — disse Zoe, a preocupação transparecendo em sua voz.
— Estou bem, não se preocupe — respondeu ele, tentando manter a leveza. Era uma mentira; a dor ainda o acompanhava, e os remédios apenas prolongavam o inevitável. Sabendo que o fim estava próximo, ele queria criar memórias felizes para a filha que tanto amava.
Zoe sorriu com a possibilidade de uma melhora, mesmo sabendo que era quase impossível. Desde que recebera a notícia da doença do pai, tem
se preparado para o dia da despedida, acha que assim doerá menos quando chegar a hora. Mas mesmo ciente do que estava por vir, não conseguia imaginar a vida sem ele, a pessoa que mais amava e sua única família. Ele lutava contra a doença há dois anos; era um milagre ainda estar ali.— Eu vi as notícias sobre Will. Como você está? — perguntou ela, sabendo que era uma mentira. Will estava vivo, mas precisava aparentar tristeza.
— Vou ficar bem — respondeu ela, com um sorriso triste.
— Acho que vou ligar para Joyce mais tarde; talvez ela precise de alguém para conversar.
Zoe assentiu, compreendendo.
— Tenho uma coisa para você — disse ele, levantando-se e indo até o quarto.
A curiosidade de Zoe aumentou.
— Pode abrir — disse ele, entregando-lhe uma caixa pequena.
Ela abriu a caixa e ficou paralisada em surpresa. Dentro estava uma pistola calibre .38. Embora não fosse o presente típico para uma garota de dezesseis anos, para Zoe era perfeito. Antes de adoecer, seu pai a ensinara a usar armas; ela sempre sonhou em ter uma só para ela. Ele sempre dizia que ela era nova demais, mas prometera que um dia teria uma.
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𝐖𝐇𝐄𝐍 𝐈𝐓'𝐒 𝐂𝐎𝐋𝐃 || Steve harrington
FanfictionWHEN IT'S COLD || "Algumas vezes, coisas ruins acontecem para definirem a direção das melhores coisas que poderíamos viver."