|𝐎 𝐃𝐄𝐕𝐎𝐑𝐀𝐃𝐎𝐑 𝐃𝐄 𝐌𝐄𝐍𝐓𝐄𝐒
O caminho foi longo e silencioso, com o relógio marcando uma da manhã quando finalmente chegaram à casa dos Byers. Durante o trajeto, Hopper ofereceu uma explicação sucinta sobre o que havia ocorrido no laboratório. Zoe sentiu um nó no estômago ao ouvir sobre Bob. A morte dele havia sido brutal, e ela mal conseguia imaginar a dor que Joyce estava sentindo. O ar no carro ficou pesado, quase sufocante.Ao chegarem, Jonathan colocou Will no sofá, o irmão ainda desacordado. Ele ficou ali, ao lado do corpo frágil do irmão, murmurando desculpas por não ter estado presente, enquanto Nancy acariciava suas costas, tentando oferecer algum tipo de consolo silencioso. Zoe observava a cena, notando como os dois pareciam mais próximos, como se a viagem juntos tivesse fortalecido uma conexão que já existia.
Steve também percebeu a mudança na dinâmica entre Jonathan e Nancy. Vê-los assim, tão íntimos, não despertou nele a tristeza que poderia ter sentido antes. Pelo contrário, ele se sentiu aliviado. Havia passado tanto tempo num relacionamento sem verdadeiro amor, e agora, vendo Nancy ao lado de Jonathan, a sensação era de alívio. Steve finalmente estava em paz com o término. Ele sabia que havia algo mais genuíno entre eles, algo que ele e Nancy nunca tiveram.
Enquanto Joyce se recolhia ao quarto, o resto do grupo, incluindo as crianças e Hanna, se acomodou em volta da mesa da cozinha, as conversas entrecortadas por o que tinha acontecido. A tensão estava no ar, mas ninguém parecia saber exatamente o que dizer ou como agir.
Zoe, por outro lado, ficou parada por um momento, seus olhos fixos no corredor da casa. Era o mesmo lugar onde Dean havia morrido. As lembranças voltaram com uma força esmagadora, imagens que ela tentava afastar há um ano. Ela sempre evitava aquela casa, mesmo quando Joyce a convidava para tomar um chá ou apenas conversar. Sempre inventava desculpas para não ir. Mas agora, ali, as memórias a atingiram com violência — o horror de ver Dean pela última vez. Tudo parecia tão fresco, tão doloroso.
Steve, que estava ao lado dela, notou o olhar perdido e a tensão em seu rosto. Ele sabia o que ela estava pensando, sabia onde seus pensamentos estavam presos, pois ele mesmo compartilhava aquela experiência horrível. Mas diferentemente de Zoe, ele não tivera perdido um amigo.
— Você está bem? — Steve perguntou, colocando a mão suavemente no ombro dela, tentando puxá-la de volta da escuridão.
— Estou. — Zoe respondeu, forçando um sorriso fraco, antes de se afastar em direção à cozinha.
Ambos se apoiaram no balcão, observando Hopper, que falava ao telefone, tentando pedir reforços. A situação toda parecia tão absurda. Quem acreditaria neles? Não era exatamente uma história comum — monstros interdimensionais invadindo um laboratório governamental em uma pequena cidade do interior. Zoe observava Hopper sabendo o quão difícil seria convencer qualquer um de que o que estava acontecendo era real.
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𝐖𝐇𝐄𝐍 𝐈𝐓'𝐒 𝐂𝐎𝐋𝐃 || Steve harrington
ФанфикWHEN IT'S COLD || "Algumas vezes, coisas ruins acontecem para definirem a direção das melhores coisas que poderíamos viver."