15- Evidências.

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Todos da escola pareciam estar de bom humor, sorrisos estampados na cara de todo mundo. Alguns dos colegas de Regulus que nunca tinham olhado para a cara dele até o cumprimentaram como se eles fossem amigos. Ele não achava o humor geral estranho, pois se encontrava em uma alegria parecida.

Afinal, era o último dia de aula antes das férias de julho.

Nem mesmo os professores estavam realmente dando aula. Em praticamente todas as aulas, Regulus ficou lendo, ouvindo música e jogando Uno com o Evan e o Barty. Até o barulho alto de risadas e pessoas conversando não foram suficientes para deixar o garoto de baixo astral.

Aquele semestre havia sido demasiadamente estressante para ele, então ele estava extremamente contente que teria um tempo para descansar. Claro que ele daria uma retomada nos estudos durante aquela pausa para ter resultados melhores nas provas seguintes, mas seria algo muito mais leve e menos desgastante para ele.

E como eles já estavam tendo uma folguinha naquele último dia, ele resolveu aproveitar.

— UNO PORRA! — Barty berrou em animação, mas a barulheira abafou bem seu grito.

Evan e Regulus conversaram com os olhos para discutir uma estratégia. De forma nada discreta, os dois armaram para impedir Barty de ganhar, somando um +4 de Evan e dois de Regulus para fazer o garoto comprar doze cartas.

— Ah não mano, que injustiça! Vão tomar no cu velho.

— Quanta deselegância, Bartolomeu Crouch Júnior! — Regulus repreendeu. — É de extrema maior elegância falar falar 'vão tomar bem no meio do olho dos seus orifícios localizados entre as nádegas'.

Os três entraram em uma crise de riso tão forte que ficaram sem ar. Regulus cobriu o rosto com as mãos, Evan parecia morrer com uma risada silenciosa, e na risada estridente de Barty, ele batia no chão. Quando se acalmavam e quase se recuperavam da crise, os três se olharam no rosto e cairam novamente na gargalhada. O estômago de Regulus doía e seu rosto de contorcia em um sorriso intenso.

Foi muito bom. Ele sentiu como se a vida fosse enormemente boa como uma gargalhada, como se todo problema fosse pequeno demais como a poeira do chão. Ele era apenas um adolescente que podia ficar rindo na sala de aula enquanto jogava uno com seus amigos. Ele sabia que não poderia fazer isso para sempre, então tentava se agarrar ao máximo a aquela sensação.

Naquele momento, tudo era gostoso demais, mas ele ainda não conseguia evitar ficar inquieto por uma coisa. Uma pessoa.

Faziam exatamente duas semanas desde que ele e James haviam virado pais do gatinho Rigel, exatamente uma semana quando, credo, Regulus percebeu que James era mais do que apenas o melhor amigo do irmão para ele. Nessas últimas semanas, o Black ficou o evitando completamente em busca de abafar o sentimento.

A única exceção foi a foto de ele postou de Rigel, onde ele comentou alguns elogios para o gato. O filho deles não tinha nada a ver com aquilo.

De qualquer forma, ele ficou todo aquele tempo nem olhando na cara do James. Mensagens dele não foram um problema, ele não recebeu apenas uma bem vaga. Ele não sabia se isso era bom ou não.

Mas ele estava morrendo de vontade de ir lá falar com ele. Ele podia tentar fingir que não, mas era difícil ignorá-lo quando ele passava ao seu lado todo lindão e simpático daquele jeito. Seu coração parecia se contorcer em agonia todas as vezes.

Então quando enxergou o garoto passar no corredor pela janela da sua sala de aula com um sorriso de criança sapeca que está aprontando, ele se pegou comunicando aos amigos que precisava ir ao banheiro. Eles não questionaram, mas ele não precisava. Regulus queria ignorá-lo completamente até aquela droga de sentimento se extinguir, mas cara, ele já ia ficar duas semanas direto sem se permitir olhar de relance para James. Segui-lo um pouquinho para ver o que ele estava aprontando não faria uma bomba atômica explodir na sua cabeça.

garçon d'oro- jegulusOnde histórias criam vida. Descubra agora