22- Todo guri nessa cidade é magicamente gay?!

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Regulus permanecia de olhos fechados e completamente imóvel, apenas apreciando a leve carícia em seu cabelo. Zonzo por acabar de despertar, não tinha completa ciência de onde estava nem do que acontecia, mas o cafuné que recebia o fez ter a certeza de que era bom.

Até que ele se recordou. Jamie. Dormir juntos.

Ele ficou estático por se encontrar assim, por ter adormecido aninhado no corpo de James. Era uma ideia surreal, mas o trazia um conforto tão extremo que aquecia o coração até ele derreter feito marshmallow. Nunca havia se sentido tão confuso e vulnerável assim, mas também nunca tinha tido a oportunidade de ter alguém como ele acariciando seu cabelo com tanta delicadeza a ponto de ele parecer um tesouro.

Resmungou ao se remexer, o cafuné parando de súbito.

— Bom dia, flor do dia — a voz aveludada de James ecoou em seus ouvidos.

— Hmmm. Que brega — resmungou com a voz embriagada de sono.

Quando foi erguer o tronco para sentar-se, percebeu que seu braço permanecia em volta do corpo de James. Suas bochechas enrubeceram, mas seu braço demorou até se deslocar. Culpa do sono.

Olhou para o rosto do moreno, apenas pensando como aquela seria uma ótima forma de acordar todas as manhãs. Ele já usava seus óculos e tinha uma face bem mais desperta, mas ainda estava debaixo das cobertas e tinha o cabelo amassado. Foi uma visão extraordinariamente bela, e que o teria feito sorrir se ele tivesse o ânimo para isso.

— Bom dia Jamie... — esfregou os olhos ao se sentar, ainda parecendo meio zumbi. — Que horas são?

James demorou alguns segundos para registrar o que ele disse. Então, pegou o próprio celular e acendeu a tela para olhar o horário, a luz do aparelho quase cegando o outro.

— Ãhn... Nove e quarenta. Eu já acordei faz um tempinho, as sete e meia, mas...

— Sete e meia?! — interrompeu. — Por que não me acordou antes?

— Você parecia tão cansado, merece descansar... E você fica a coisinha mais linda quando tá dormindo, sabia? —James abriu o sorriso mais genuinamente fofo da história da humanidade, enrugando suas bochechas.

Ai, Deus. Regulus ficou completamente estático, sem nem saber como reagir. Ele podia não acreditar nas palavras do moreno, mas seu coração batia com tanta força que parecia que logo iria quebrar seus ossos e sair do corpo dele. Um sorriso desacreditado se fez na sua boca entreaberta, pois ele ficava chocado com o quão o garoto era irrealmente perfeito. É, ele realmente amava James.

— Enfim, bora tomar café? — bagunçou o próprio cabelo, como se não tivesse feito nada.

Que ódio. Tipico dele, falar a coisa mais ordinária do mundo logo depois de fazer os órgãos de Regulhs virarem do avesso.

— Uhum... — o meio sorriso de Regulus permaneceu mais uns segundos congelado em seu rosto.

Sair da cama quentinha foi difícil para Regulus, especialmente quando o o piso de madeira gelado chocava contra sua pele. James, entretanto, não parecia com problema algum, com a sua energia completamente carregada e os pés com meias que constantemente o esquentava.

Eles desceram as escadas e foram se sentar na mesa convidativa. Xícaras, canecas e copos estavam postos na mesa cheia de comida boa, como croissants e bolo de chocolate caseiro. A família Potter, que nem a Black, tinha uma ótima condição financeira, mas tudo era muito mais acolhedor do que era na casa de Regulus.

— Minha mãe já deve ter ido trabalhar e meu pai ainda não acordou. Tem problema a gente comer só nós?

Regulus fez que sim com a cabeça, como se ele não tomasse café da manhã sozinho todo santo dia, pois levava sua xícara de café para o seu quarto. Os dois se sentaram na mesa e começaram a se servir. James colocava suco de laranja em um copo e croissant em seu prato com animação, e Regulus apenas encarava perplexo.

garçon d'oro- jegulusOnde histórias criam vida. Descubra agora