18- Picolé de limão.

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A areia amarelada grudava na sola dos pés de Regulus, que eram tão brancos quanto folhas de papel. Ele ainda estava sonolento, mas havia sido arrastado para fora da cama pelo irmão. A forte luz do sol incomodava seus claros olhos.

Ele não conseguiu acreditar quando viu que, mesmo sendo inverno, o dia tinha amanhecido quente e ensolarado. O céu estava de um azul intenso, com apenas algumas nuvens ocasionais servindo de decoração bem colocada. A água refletia cristalina e espumava quando as ondas se quebravam. O calmo vento da brisa do mar farfalhava e contrastava com o notável som do mar. Algumas pessoas já começavam o dia na praia se bronzeando ou relaxando no mar, mas mantinham uma boa distância deles e não faziam muito barulho.

O ambiente parecia esplêndido demais, como se fosse tudo uma pintura e cada detalhe fosse estrategicamente colocado para deixar a ilustração mais harmônica. Ele não pôde fazer nada além de sorrir, apertando os olhos para conseguir enxergar melhor.

Todos celebravam com animação apenas por estarem lá. Era um daqueles momentos de forte felicidade que as pessoas se recordam quando precisam afastar o mal, se lembrar que viver valia a pena. O coração dos garotos batia como um só, compartilhando aquela empolgação mútua.

Escolheram um pedaço de areia para montar os guarda-sóis e colocar as cadeiras. Regulus planejava passar a maior parte do tempo sentado ali, apenas lendo e observando a paisagem. Ficara no sol por apenas alguns minutos e já suava como um porco gordo em uma esteira de academia. E, se ele apenas ficasse na sombra, não precisaria passar aquele gosmento protetor solar no seu corpo, que depois ficava todo grudento.

Ele não quis tirar sua blusa, honestamente se achava magricelo demais e não tinha vontade de mostrar sua costela com os ossos marcados de graça para o mundo. James obviamente não teria esse problema, então já puxava sua blusa para cima e...

Regulus inspirou de forma áspera e então não conseguia mais respirar.

Caralho.

James tinha o físico mais lindo que o garoto já havia visto. Seu tanquinho bronzeado era definido como se ele malhasse todos os dias, fazendo jús ao resto do seu corpo. Não que ele fosse um daqueles ratos de academia bombados, mas era aquele tipo de corpo que descansava etéreo, naturalmente encantador. Não tinha absolutamente nenhuma imperfeição na sua estrutura corporal, não importa quantas horas você passasse procurando.

E ele tinha algumas sardas espalhadas pelo peitoral e costas, um tanto mais intensas do que as quase imperceptíveis que ele carregava no rosto.

As bochechas de Regulus ficaram tão vermelhas que parecia que ele já estava com uma queimadura de terceiro grau por conta do sol. Seu sistema nervoso começou a falhar incontrolavelmente, fazendo a batida do seu coração triplicar e seu estômago revirar de uma boa forma. Deus, a quantidade da pele do garoto que estava exposta... Involuntariamente, se imaginou passando a mão pelo belo tronco de James, que reluzia dourado com a luz solar. De repente, sua garganta estava seca e os lábios desidratados...

- Tenta disfarçar um pouquinho, você tá quase babando - Remus deu duas batidinhas leves em seu ombro, sussurrando tão sutilmente que Regulus não teve certeza se realmente ouviu aquilo ou estava delirando.

Regulus engasgou em choque. Desviou o olhar, encabulado de ter sido tão fácil de reparar na sua reação.

- Você não viu nada, tá?

Lupin sorriu serenamente para ele.

- Vi o quê? - se afastou, se dando de desentendido com o olhar.

Suspirou em alívio, passando a mão pelos cabelos. Os demais já passavam protetor solar, e Regulus nem tinha prestado atenção. Viu de canto de olho Sirius chamar a atenção de Remus para pedir ajuda para passar o protetor solar, o que foi um truque esperto para fazer o garoto corar.

garçon d'oro- jegulusOnde histórias criam vida. Descubra agora