17- Simples passeio de férias.

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— E você tá querendo dizer que a gente vai passar uma semana numa casa que pode estar infestada de cupim, cheio de guris xexelentos e fedidos que agem feito idiotas pra ir pra praia em pleno inverno? — reclamava de braços cruzados.

Depois das mensagens iniciais que enviara, Sirius havia parado de responder, então Regulus teve que voltar correndo para casa para entender melhor a situação.

— Meio que isso, é.

— Um: por que numa praia? Que coisa mais idiota. Além de não ser perto daqui, todo mundo sabe que ir na praia no inverno é uma péssima ideia. Vai todo mundo virar picolé! — falava assustadoramente rápido. — E dois: por que caralhos eu tenho que ir junto? Eu não quero ir.

— Nem começa com seus draminhas, praia é uma boa ideia em qualquer época.

Cruzou os braços.

— Draminhas, olha quem fala! Só que não, praia não é legal quando tá fazendo 13 graus. E você não respondeu a pergunta mais importante!

— Por que você tem que ir? Ah, porque teus pais disseram que eu tinha que te levar, se não eu não ia. Simples assim.

Bufou.

— E você combinou tudo sem nem me comunicar? Nossa, arrasou hein, irmão do ano. Como você é empático.

Sirius enterrou as mãos no cabelo, visivelmente se estressando.

— Dá um tempo Regulus, vai ser legal! E pra sua felicidade de antissocial, vai pouca gente, só o Remus, o James, o Peter e o Frank, que tu não conhece mas é o cara que é neto da velhinha que é a dona da casa que a gente vai ficar. Enfim, a questão é que vai ser muito foda e você precisa ir!

— Eu não quero — respondeu, mas menos relutante agora que sabia que James iria.

Sirius estava claramente frustrado, bufando.

— Problema seu. Vaiiii, por favor! Eu nunca te pedi nada!

Revirou os olhos.

— Uh huh, claro que não.

— Regulus.

O mais novo massageou as têmporas, frustrado. Era sempre assim.

Mas se bem que, pensando bem, passar sete dias em uma casa de praia sem responsáveis, com James, com James sem blusa porque está em uma praia, sem Lily e sem resto de dignidade no corpo de Regulus, não era a pior das ideias. Não que James fosse querer algo com ele mesmo assim, mas a ideia ainda tinha um gosto bom na sua boca.

— Tá. Mas como que você espera que a gente viaje até algum lugar com praia quando nenhum de nós sabe dirigir? Uber não rola pra viagem de quatro horas.

— O Frank que nos leva! Ele é de maior já tem uns meses, daí já conseguiu tirar carteira. Agradeça a ele, porque a gente quase que acabou precisando ir de ônibus.

Iria fazer outro comentário provavelmente ríspido, mas seus olhos brilharam com uma ideia que veio em sua mente.

— Posso convidar o Evan e o Bart...

— Não. Foi mal, mas o Frank disse que levava no máximo 5 pessoas além dele no carro, e isso porque a gente negociou.

— E se eles, sei lá, forem de ônibus?

— Ai Regulus, qual é! Não vai rolar. Anda logo, vai arrumando tuas coisas que amanhã a gente sai cedinho pra chegar lá pro almoço!

— Hm...

— E vê se não fica emburrado. É só um simples passeio de férias!

Aquele carro provavelmente seria o local de morte de Regulus Black. O humilde veículo era abafado e extremamente apertado para quatro pessoas dividirem os bancos de trás.

garçon d'oro- jegulusOnde histórias criam vida. Descubra agora