Capítulo 11. Chīsana Fuyu.

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Fuyu está de joelhos na frente de Shinobu a abraçando, a garota que acabou de perder a irmã mais velha mantém os braços pendurados, as lágrimas escorrem de seus olhos sutilmente e seus lábios tremem com delicadeza, Fuyu aperta seu haori com as mãos trêmulas e ofega em sua orelha enquanto chora com vontade. Todos que lá estão olham confusos pras duas e depois pro mestre, Urokodaki toca o ombro de Fuyu e ela treme surpresa com o apoio dele, mas contente também por tê-lo.

Kagaya fecha os olhos que estão cheios de lágrimas, então ele abaixa a cabeça e suas filhas fazem o mesmo, depois os três se curvam no chão totalmente demonstrando seu respeito pela dor de Shinobu e assim todos os Hashiras e aprendizes fazem o mesmo no chão.

Nesse momento Shinobu levanta as mãos devagar e segura no kimono de Fuyu hesitante, mas quando agarra aperta forte amassando o tecido e então começa a chorar em seu ombro, ela grita gemendo e ofegando desesperada com a dor que sente e Fuyu a mantém nos braços chorando junto e a segurando enquanto ela quase cai no chão e ninguém olha.

— Eu sinto muito, eu sinto muito!

— AAAAAH!

[...]

A noite.

A mansão borboleta foi decorada de acordo com a ocasião do velório, há flores de crisântemos brancas na sala e paredes, fitas negras, uma mesa cheia de comida, um altar pra Kanae e muitas pessoas de preto velando o corpo, que está limpo e apresentável em um lindo kimono branco com detalhes pretos e também um laço na cintura.

Fuyu ajoelha na frente do altar, acende um incenso, bate três palmas e se coloca em posição de respeito se curvando a ponto de tocar o nariz no chão de olhos fechados, depois ela se ergue e faz isso mais três vezes, seus olhos estão inchados e suas bochechas vermelhas de tanto esfregar as mãos nelas pra secar as lágrimas.

Em seguida ela senta com as mãos juntas na frente do rosto, mantendo os olhos fechados e então reza, pedindo a Deus pra Kanae estar em um bom lugar, pra ela descansar bem, ficar feliz e tranquila que Shinobu e a garota que as duas adotaram juntas Kanao dariam um jeito de ficarem bem pois eram fortes e tinham aprendido com ela, assim como ela mesma, disse que jamais a esqueceria e agradeceu por tudo.

Depois ela tira o entalhe de flor que fez do bolso do kimono preto e coloca no altar ao lado do incenso e das velas, se curva no chão mais uma vez e então levanta e sai, dando lugar pra próxima pessoa que é um dos aprendizes de Hashira que usa um haori de duas cores, os dois se cumprimentam com sutileza se curvando e ela se afasta.

Fuyu vai até o caixão e vê Kanae lá, ela parece estar apenas dormindo com excessão de sua palidez, ela toca seu corpo e vê o corte com pontos no pescoço e franze o cenho, ela lembra das imagens que viu da noite em que a família foi morta, principalmente do homem com olhos coloridos rindo com sangue na boca e um leque na mão ao lado do corpo cortado de sua mãe que estava sangrando no meio da sala, o corte era limpo, reto e direto em um ponto vital, exatamente como o corte na jugular de Kanae.

— O oni de olhos coloridos. — Toca o corte e fecha os olhos, ela vê o oni de olhos coloridos sorrindo com o leque em mão sujo de sangue pingando no chão. — Ah... — Recua alguns passos descompassados. — Foi ele? — Recua ainda mais e esbarra em alguém. — Hã? — Toma um susto e se vira assustada recuando.

— Calma aí, tá tudo bem? — Um homem alto, de cabelos brancos, bonito e com uma bandana na testa e duas mulheres de kimono preto, uma de cada lado pergunta levantando as grandes mãos. — Ei, você é a Miyazaki não é?

(Obs: Uzui ainda tem duas esposas, a terceira ainda não apareceu, ok?)

— Hã?

Fanfic Kimetsu no Yaiba - Vento e gelo.Onde histórias criam vida. Descubra agora