Capítulo 5. Os escravos do vilarejo dos lenhadores.

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Fuyu acorda no susto e bate a testa, é quando ela se dá conta de que está presa em uma caixa de madeira exatamente como a de sua visão, ela ofega tocando a testa e então sente algo molhado escorrendo da nuca e também toca, sente o corte na nuca provocado pela pancada anterior que a fez desmaiar.

— A-aaah... — Olha o sangue na mão e faz careta. — Ótimo, isso eu não previ. — Toca na caixa e percebe as manchas de sangue. — Mas que saco! — Bate na mesma várias vezes. — OOOOOI? ME TIRA DAQUI! — Bate mais e toca os braços, é quando vê que os braceletes com as lâminas não estão lá. — Ah que ótimo. — Bate de lado e empurra a caixa. — OOOOOI? EU QUERO SAIR DAQUI! — Chuta e empurra mas a caixa nem se mexe. — OOOOOOOOOOI?

Do lado de fora tem mais 2 caixões de madeira acorrentados por fora, cada um é carregado por 2 homens cheios de cicatrizes, magros, sujos e exaustos de forma bastante explícita, um deles carrega o caixão chorando, outro tremendo, a maioria de cabeça abaixada de vergonha e tristeza e o último com um alívio que o faz sorri, mesmo com tristeza pairando a sua volta.

A menina que achou Fuyu caminha de cabeça abaixada ao lado do caixão aonde ela está e fecha os olhos com força enquanto ouve seus gritos.

— Ryuu-chan, continue andando. — Seu pai pede enquanto a menina hesita tentando tocar o caixão.

— Mas papai-

— Essas pessoas vão salvar nossas vidas por pelo menos duas semanas, é um sacrifício nobre, quando for adulta vai entender isso.

— Isso se ela chegar a ficar adulta. — O homem mais velho fala de cabeça abaixada.

— Não fale assim Masamichi-san, eu garantirei que minha família sobreviva.

— Não importa quantas pessoas o ajude a matar não é? — O olha com ódio, há uma cicatriz partido seu olho esquerdo que é cego. — Como fez com a minha família.

— Eles fugiram, eu disse ao seu filho pra não fazer aquilo, eles nunca iriam longe e entregá-los salvou a sua vida e de sua esposa.

— Antes eu e ela tivéssemos morrido. — Se vira e mantém a cabeça abaixada. — Ser um cadáver seria melhor do que ser um assassino.

— Somos sobreviventes e não assassinos.

— Repetir isso é o que te faz dormir a noite Yamagushi? — Ri de lado. — Continue pensando então.

— Eu não durmo há muito tempo.

A pequena Ryuu olha os objetos das pessoas capturadas e vê os braceletes de Fuyu, ela faz bico pensando nela e continua caminhando de cabeça baixa.

•••

Dentro da caixa.

Fuyu empurra nas dobradiças mas a madeira apenas range, ela continua forçando até que abre uma pequena fresta a ponto de poder ver a luz sol e também consegue ver Ryuu caminhando a seu lado de cabeça baixa e segurando suas coisas.

Ela força mais um pouco mas as correntes apertam mais a tampa e conforme são empurradas mais a madeira range com a força do aço das correntes que a prendem, a luz do dia começa a ficar cheia de sombras e é quando Fuyu percebe que está adentrando cada vez mais na floresta, até então ela continua forçando o caixão pra poder sair durante muito tempo, mas para sentindo o sangue gelar quando a escuridão toma conta da sua visão do lado de fora, ela move os olhos e vê ao longe uma pequena luz que logo some aos poucos como o pôr do sol.

— Ah o que é isso? — Bate mais na tampa. — Ainda não escureceu, o ar úmido da noite ainda não está pairando o que é isso? Uma caverna? Casa? QUE DROGA O TETO TÁ PRETO, ME DEIXA SAIR DAQUI. — Bate na caixa e então sente quando é posta no chão. — EI?

Fanfic Kimetsu no Yaiba - Vento e gelo.Onde histórias criam vida. Descubra agora