Capítulo 14. Mãos ou coração frio?

50 7 17
                                    

Passam muitos outros dias e o treinamento de Fuyu avança aos poucos, não só na sala de manequins pois agora ela também pratica luta com as lâminas reais no jardim da casa dos Rengoku e Senjuro sempre assiste e toma notas pra ajudar ela a melhorar a pedido da mesma, pois mesmo sendo uma criança ele é bastante observador e a recompensa pela ajuda é um jantar com tudo que puder comer e beber no melhor lugar da vila.

Quase um mês depois Shinobu sai numa missão e Fuyu da um tempo no treinamento pra ajudar Aoi no hospital da mansão borboleta, ela passa a maior parte do tempo no laboratório criando remédios, mas também cuida de alguns caçadores que regressam de suas missões.

— Desculpa a demora. — Fuyu empurra a cortina e Sanemi olha de lado. — Ah, oi!

— Cadê a Kocho?

— Ela tinha uma missão, eu tô substituindo por enquanto. — Olha a ficha dele. — Mas não se preocupe, eu também sou boa farmacêutica, principalmente porque meu foco são remédios e não venenos.

— Você não estava treinando?

— Estou, tô melhorando minha velocidade inclusive. — Inclina a cabeça. — Mas Kyojuro-san e eu demos um tempo pra eu poder ajudar aqui.

— Kyojuro?

— Sim! — Coloca a ficha no lugar e pega os curativos na gaveta do balcão ao lado da cama, ela prepara tudo e depois se vira pra ele. — Pode me mostrar o ferimento?

— Não. — Fica de pé e ela se afasta confusa. — Não é nada demais mesmo, eu só vim por insistência da Ubuyashiki-sama.

— Tem sangue no seu uniforme. — Toca a lateral de sua camisa e ele se afasta. — E se Amane-chan insistiu o corte deve ser profundo.

— Eu estou bem. — Tenta passar e ela segura seu braço lhe rendendo um olhar de raiva. — O que é?

— Está suando. — O olha com atenção e vê o suor escorrendo em seu pescoço. — Seus lábios estão ressecados e ainda assim suas mãos estão tremendo. — Ambos olham as mãos. — Está com febre.

— Eu estou bem.

— Febre é sinal de infecção, se não tratar pode passar pro sangue e aí você vai ter uma morte lenta e dolorosa. — Aperta seu braço conforme ele tenta ir embora. — Vai mesmo morrer por causa de um corte?

Ele se solta e senta, então tira o uniforme devagar por causa da dor e assim revela seu torço cheio de músculos e cicatrizes, ela move os olhos por ele corando com os lábios entre abertos, pisca devagar divagando os olhos por sua pele até o baixo abdômen que foi aonde o uniforme ficou.

— Vai ficar só olhando?

— O quê? — Olha em seus olhos e ele olha o corte que vai das costelas até as costas. — Ah tá! — Pisca rápido e balança a cabeça.

Ela prepara um pouco mais de medicação pois o corte é maior do que o imaginado, em seguida limpa com uma pinça com algodão ensopado de medicação de anestesia e antibióticos na ponta, ela limpa com cuidado focando somente no corte pra se manter calma.

— Você vai precisar de muitos pontos. — Continua limpando. — Como foi que isso aconteceu mesmo?

— Eu estava caçando, tinha um oni escondido numa caverna em um desfiladeiro há uns 16 metros do chão, eu cortei sua cabeça mas ele de algum jeito não morreu, a cabeça voltou e ele veio pra cima de mim quando estava de costas, escorreguei uns 5 metros até conseguir me segurar, depois pulei e cortei a cabeça dele novamente, assim como o torço, espinha, pernas e braços. — A olha e ela ainda está concentrada. — Na dúvida esquarteje, um dos cortes funcionará.

Fanfic Kimetsu no Yaiba - Vento e gelo.Onde histórias criam vida. Descubra agora