Com a chegada do corvo Fuyu trocou sua rota e parou de caçar onis pra seleção final, ela escondeu a carroça na floresta e acelerou o passo, foi direto pro vilarejo de Karin que fica ao leste pedindo em murmúrios que o hashira desaparecido não fosse Sanemi, ela não parou pra descansar ou dormir e assim chegou lá 2 dias depois bem no fim da manhã.
Ela acha uma fazenda poucos quilômetros antes do vilarejo e as plantações estão mortas, o vento está frio e tem muitas pragas nos grãos secos pois não foram colhidos, Fuyu toca na soja que se desfaz em seus dedos e ela olha pra casa da fazenda cheia de eras nas paredes e batente.
— Não tem pessoas aqui? — Caminha até a casa e empurra a porta, então tapa o nariz e vira o rosto atordoada pelo mau cheiro que subiu. — Aaah! — Fecha a porta e arregala os olhos do lado de fora. — Ah credo! — Sopra e respira fundo algumas vezes, então prende a respiração e entra.
Há poeira pra todo lado, comida estragada na mesa e moscas e larvas nelas, Fuyu faz careta e ainda prendendo a respiração continua procurando, no primeiro quarto está o casal, ambos muito magros, ao redor dos olhos fundos e cabelos ainda caindo, ela toca de leve e fecha os olhos, tudo que vê são eles dormindo por horas, dias, semanas...
(Morreram de fome?) — Se afasta e vai olhar os outros quartos, tem 3 meninas iguais ao casal, no próximo 4 rapazes de idades diferentes, um deles aproximadamente 7 anos e sim, exatamente igual ao casal, todos extremamente magros, desidratados e com boa parte do corpo se desfazendo. (Todos morreram de fome, mas por quê? É óbvio que tem comida, eles... Não conseguiram acordar?) Uma mosca zumbe em seu ouvido e ela passa a mão pra afastá-la, então se vira e vê mais algumas pairando por toda a casa.
Fuyu enterra todas aquelas pessoas no quintal da fazenda mantendo a respiração lenta por causa do cheiro ruim, quando acaba ela faz uma oração, então levanta e vê o estábulo, caminha até lá e já sente o mau cheiro de longe, vê 3 cavalos deitados no chão e já prende a respiração novamente, ambos estão mortos, assim como as ovelhas, porcos e galinhas, todos do mesmo jeito, magros, desidratados e esfarelando e também rodeados de moscas e larvas.
Atordoada ela sai do estábulo e se apoia nas tábuas do lado de fora, sente algo nos dedos e ao olhar nota um pó laranja, a princípio parecia poeira, mas tinha um cheiro diferente.
— Pólen? — Cheira de perto, então afasta a mão e tapa o nariz arregalando os olhos. — Papoulas?
》Lembranças da Fuyu.《
Uma Fuyu de 6 anos está lendo na varanda de casa a noite, é um livro sobre cultivo de plantas com muitos desenhos e uma flor específica chama sua atenção.
— Fuyu-chan, seu banho já está pronto. — Sua mãe que é uma mulher pequena, curvilínea de seios grandes e cabelos escuros trançados cheio de flores chama e ela pisca ainda lendo. — Fuyu-chan, eu não vou falar de novo, pro banho agora.
— Eu já vou mamãe, deixa só eu terminar de ler aqui. — Levanta o livro e sua mãe suspira, Fuyu está com os cabelos brancos curtos soltos e sua franja cobre um de seus olhos. — Só mais um pouquinho.
— Eu tenho uma tonelada de trabalho no laboratório, pode mandá-la pro banho e depois colocá-la pra dormir Yuki-kun? — Pergunta ao marido que estava do lado já limpo e com uma toalha no pescoço.
— Claro que sim querida. — Yuki é um homem grande e forte, de cabelos brancos curtos, olhos e sorriso grande, ele levanta e beija sua cabeça segurando seus braços. — Quando você voltar garanto que ela já estará na cama.
— Obrigado. — Sorri. — E se realmente cumprir isso podemos ter um tempo muito interresante sozinhos mais tarde.
— Interessante como no banho? — Inclina a cabeça e ela ri, então sai de lá e ele se vira. — Fuyu-chan? — Vai até ela, senta a seu lado e vira a cabeça vendo o que ela está lendo. — Está interessada em flores?
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Fanfic Kimetsu no Yaiba - Vento e gelo.
FanfictionMinha família é famosa pela abundância de plantações de ervas medicinais, por gerações nós vivemos criando remédios regenerativos capazes até mesmo de acelerar a cura de ferimentos profundos feitos por lâminas e fizemos fortuna assim pois trabalhamo...