Desistir de Nós

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Quando eu olho em teus olhos
é como assistir um céu noturno
ou um belo amanhecer.

Bem, há tantas coisas que eles carregam...

(Lembrança Amaury)

""- Calma! Tá achando que eu sou bandido, é? Olha pra minha cara. Eu tenho cara de bandido?

- Desde quando o crime tem cara?

- Moço, fica calmo, abaixa essa mão.. Eu não tenho nem tamanho pra assaltar alguém. Olha pra você! Só a sua mão é do tamanho da minha cabeça.

- Qual é o seu nome?
- Diego. O meu nome é Diego.""

Amaury riu, como se o balançar de cabeça fosse capaz de afastar de sua mente, memórias com Diego. Agora, se encontrava na varanda do apartamento de Larissa, sentado em uma cadeira qualquer, vendo o sol se pôr enquanto escutava uma música calma em uma caixinha de som que encontrou aleatoriamente.

Bem, eu não vou desistir de nós
Mesmo que os céus fiquem furiosos
Estou te dando todo o meu amor...

" - Sabe o que vai ser complicado? Não lembrar de você quando eu ficar com ele. Não por nada, sabe, mas é bem capaz que na hora eu lembre do nosso namoro falso...

- Que nada! Isso vai ser o de menos. Difícil mesmo, vai ser não lembrar do meu beijo, que assim, pode admitir, é uma maravilha!

- Pouco convencido, né?

- Eu só falei verdades. Ou vai me dizer que não é?
- Hum.. Já beijei melhores!

- Que melhores? O Caique beija melhor do que eu?
- Aí, que assunto chato hein!

- Não, agora me diz! Eu quero saber! O Caique beija melhor do que eu?

- Não sei, não sei! Ele também beija muito bem.
- Também.. Então assume que o meu beijo é bom?
- É, não é de todo o mal..""

Amaury mordeu o lábio com a ponta dos dentes. Se sentiu traído pela própria memória, que o fez lembrar o sabor que tem o beijo do empresário.

Que seria tão, tão difícil esquecer.

Ainda estou melhorando...

- Diego, Diego... - Suspirou - Por quê, hein? -
Perguntava retoricamente, com o olhar tão longe..

Há alguns quilômetros dali, Diego também pensava, e se perguntava o porquê de tudo aquilo estar acontecendo. O ruivo, que a maior parte do tempo que passou na sala no dia atual ficou sentado em sua cadeira, de frente para o notebook que mal encostou, e batendo a ponta de uma caneta na mesa, também se lembrava de momentos que fazia seu coração doer de saudade.

(Lembrança Diego)

" - Engraçado que na hora que você estava me beijando 'tava todo ofegante.

- Engraçado, que pra alcançar a minha boca você ficou até na pontinha do pé.

- Não fui eu quem fiquei sem ar.
- O que disse?
- Nada..
- Eu ouvi, viu?
- Então por quê perguntou?

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