De todos os meus problemas, alguém me confundir com bandido era só oque me faltava.
O cara que estava chorando levantou numa rapidez, que nem me deu tempo de raciocinar ou correr, eu sabia que eu não deveria ter vindo até aqui.
D- Ei moço, calma.. abaixa a mãozinha.
A- QUEM É VOCÊ? EU NUNCA TE VI AQUI.
D- Calma.. tá achando que eu sou bandido é? Olha pra minha cara, eu tenho cara de bandido?
A- E DESDE QUANDO O CRIME TEM CARA?
D- Moço, fica calmo! Abaixa essa mão.. Eu não tenho nem tamanho pra assaltar alguém. Olha pra você. A sua mão é do tamanho da minha cabeça.
Ele faz oque eu peço e abaixa a mão se afastando um pouco de mim. Enquanto ele se afastava, eu observava mais ele, como esse homem é bonito.
A- Como é seu nome?
Ele fala mais calmo, olhando diretamente pra mim. Eu não pude me concentrar na resposta, pois a beleza desse homem roubou toda a minha atenção. Olho sério pra ele, nossos olhares se encontraram, e eu não conseguia desfocar...
D- Di..ego, meu nome é Diego.
Falo sem tirar os meus olhos dele.
D- Tá mais calmo?
Falo abrindo um sorriso, foi inevitável sorrir quando parei pra perceber que eu fui confundido com bandido. Quando eu sorri, percebi o olhar dele ir pra minha boca.. Qual é a desse cara?POV AMAURY
Meu coração estava muito acelerado. Eu só não sabia se era por causa do susto, ou por causa do sorriso desse homem, que é uma das maiores perfeições do mundo, até perdi o sentido da briga.
A- É ... entendi.
Falei meio desnorteado tentando disfarçar a cara de bobo que eu fiz quando ele sorriu. Sabe o frio na barriga que eu estava sentindo? Então, agora está cada vez mais forte.
D- Entendeu o que?
A- O que?
D- Você quem disse entendeu.
A- Entendi nada.
D- Muito menos eu. Enfim, tá mais calmo? Já parou de achar que eu sou um bandido?
Sorri medindo dele de cima a baixo.
D- O que foi?
A- Eu não acredito que eu achei que um homem do seu tamanho poderia fazer algo comigo.
D- Ou! Tá achando que eu não poderia te assaltar só por causa do meu tamanho? Pois saiba que eu poderia sim! Eu só não preciso.
A- Fala sério! Quanto você tem de altura? 1,50cm?
D- Pra sua informação, eu tenho 1,60cm!
A- Ah, claro.. muita diferença. Continua um pequetito.
D- Isso só mostra o quão medroso você é, né? Com medo de um cara do meu tamanho.
A- Não foi medo. Foi só.. um susto.
D- Aham..
A- Você é bem debochado, né.
D- Você quem veio pra cima de mim.Como eu ia me defender se ele estava certo nessa? Eu já fui apontando o dedo na cara do homem, e agora tô aqui...
A-Ok Ok.. houve um equívoco de minha parte.
D- Pelo menos admite né.
A- Ei.. eu não tenho culpa viu! Você quem estava atrás de mim, fazendo sei lá oque.
Olho bem pra ele, e acabamos sorrindo.
D- Eu não estava bem atrás de você.. eu só vim aqui fora tomar um ar e te vi ai chorando, fiquei preocupado.
A- De verdade?
Pergunto desconfiado.
D-De verdade.
Ele responde sorrindo. Senti a total sinceridade nele, então deixei isso pra lá.
A- Ok..me desculpa?
D- Não.. não tô muito afim hoje não! Quem sabe numa próxima.
Fala ironizando.
A- Mas você nem sabe se vai me ver de novo.
D- Eu tô brincando! Eu te desculpo sim.. mas eu também me assustei com você, você desse tamanho levantando naquela rapidez..
Ele diz sorrindo, começo a sorrir também.
D- Eu não sabia que brasileiro era tão agressivo.
A- O pior é que a gente nem é...espera, você não é brasileiro não?
D-E.. sou, sou sim! Não foi isso que eu quis dizer..é...eu..
Ele começa a gaguejar e eu começo a rir, achei engraçado o jeito que ele fala.
A- Deixa isso pra lá, eu acho que eu entendi.
Ficamos em silêncio, e de novo.. entramos em uma troca de olhares. Os olhos dele são grandes, e tem uma luz, um brilho tão lindo.. Eu não sei como, mas todo o sentimento ruim que eu estava sentindo por causa do Caique, passou na hora que eu bati os olhos nesse homem.
D- Desculpa te perguntar, mas.. por que você estava chorando?
A- Eu não estava chorando.
Minto desviando o olhar.
D- Estava..estava sim! Fala vai... às vezes é bom desabafar.
A- Com um estanho?
D- É, às vezes é bom desabafar com um estranho. Eu não te conheço, você não me conhece.. você desabafa, sem saber se algum dia vamos nos encontrar de novo.
Talvez ele esteja certo. Qual o mal de desabafar com um completo estranho? Sinto que ele não vai me julgar, e também, é bem provável que a gente nunca mais se encontre.POV DIEGO
A- Talvez você tenha razão.. desabafar vai ser bom.
Ele fala com o olhar baixo.
D- É, e nunca vai sair daqui! Afinal, eu não sei nada sobre a sua vida.
A- Verdade.. senta aqui comigo.
Ele senta na calçada onde ele estava antes de eu chegar, e eu sento ao lado dele. Normalmente eu nunca faria isso, sentar na rua não é uma coisa que eu costume fazer.
D- Vai, me conta, o que aconteceu? Por que você estava chorando?
A- Para de falar que eu estava chorando.
Ele fala sorrindo enquanto me olha.
D- Tá bom então.. por que seus olhos estavam lacrimejando?
Ele me olha e começa a sorrir. Não sei porque, mas eu comecei sentir a necessidade de ficar fazendo palhaçada só pra fazer ele sorrir e ver o sorriso lindo dele, que ainda tem um barulhinho engraçado no final que me faz rir.
A- Bom, eu estava... meio cabisbaixo..
D-Sim...
A- Porque eu vi o homem que eu gosto ficando com outro.
D- Homem?
A- Sim.
D- Então você é...
A- Gay?
D-É..
A- Sou, por que?
D- Por nada.. continue.
A- É só isso mesmo..
D- Você estava chorando só por isso?
A-Só?
D- Você tá perdendo a festona que tá acontecendo lá dentro só pra ficar aqui fora chorando por alguém que não gosta de você?
A- Obrigado pela sensibilidade pra falar que ele não gosta de mim.
D- Ele tá lá dentro beijando outro, você tem dúvidas de que ele não gosta de você?
A- E o pior é que eu vim com outro homem.
D- Calma calma, deixa eu entender.. você veio com um e gosta de outro?
A- Sim..
D- Sabe.. é difícil te defender.
A- Olha, obrigado por tentar me ajudar mas você não tá conseguindo.
Ele fala levantando e ficando na minha frente.
D-Calma, eu tô tentando...
Levanto também.
A- Não tá conseguindo, mas obrigado por tentar, eu vou voltar pra festa.
Ele dá alguns passos a frente.
D- Espera..
Eu seguro na mão dele trazendo ele pra perto de mim.
D- Como é o seu nome?
Eu acho que trouxe ele pra perto demais.POV AMAURY
Quando o tal Diego me puxa, eu viro e acabo indo pra muito perto dele. Eu sinto um friozinho na barriga quando nossos olhos se encontraram novamente, mas ele desvia quando olha pra minha boca.
D- É.. me desculpa.
Diz se afastando de mim.A- Não tem problema.
Falo sorrindo um pouco sem graça.A- E meu nome é..
_- Amaury! Finalmente te achei cara.
A Gabi sai do clube e vem até mim.
D- Gabi?
G- Diego?
Olho para os dois estranhando..A- Vocês se conhecem?
Pergunto olhando para os dois. O Diego parece lembrar de algo, e surpreso.. ele coloca a mão no rosto balançando a cabeça negativamente enquanto sorri com irônia.D- Você quem é o Amaury?
A- Sim... gente eu não tô entendendo.
G- Maury, esse é o Diego! O afilhado do meu pai.
Olho para o homem que sorria em minha frente e fecho a cara.
A- Todo aquele discurso sobre a gente nunca mais se ver era showzinho seu?
D- Eu quem te pergunto.
A- Eu não sabia que você era..você.
D- Nem eu! Você nem me disse seu nome.
G- Tô boiando.. o que aconteceu?
A- Nada Gabi.. cadê a Tati?
G- Tá lá dentro te procurando também. Mas que bom que vocês se conhecerem.
D- É.. nos conhecemos.Nos olhamos, ele sorrindo e eu com a cara fechada. Eu não consigo acreditar que eu falei da minha vida pra um cara que conhece a Tati e a Gabi, e se ele contar pra elas, eu tô ferrado, porque elas vão ficar me atormentando com isso.
G- Vocês estão bem?
D- Estamos ué.
G-Então tá..Eu vou avisar pra Thati que vocês estão aqui.
A- Tá bom..
A Gabi entra no clube de novo. O Diego ia atrás, mas dessa vez eu segurei a mão dele fazendo ele virar pra mim.A- Olha só, eu não sabia que você era o afilhado do tio Ademir. Então, as coisas que eu te disse sobre o Caique, esquece tá? Não quero que as meninas saibam que eu gosto dele... gostava, sei lá.
D- Como se elas já não soubessem né?
A- Ué, como você sabe?
D- Esse tal de Caique passou de mãos dadas com um homem lá dentro, elas duas falaram que você gostava dele, por isso que estavam atrás de você! Não sei como eu não liguei as coisas, aiai...Ele diz ironizando e sai andando me deixando para trás.
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Sem Prada, Sem Nada!
FanficApós perder temporariamente a herança bilionária do pai, que é dono de uma das maiores marcas do mundo, a Prada, Diego é obrigado a voltar para o Brasil por um ano, para fazer oque nunca fez na vida: Trabalhar. Condição que o pai, Mario Prada, deu a...