Sem Prada, Sem Nada!

Crime Favorito

Senti meu coração acelerar.
Por um momento, desaprendi como respirava.

Eu me senti... Enganado, talvez?

Fiquei sem reação quando vi a foto que a mulher ainda estava me mostrando.

Não era engano. Não era coincidência. Era ele. O Diego! Como isso era possível?

G- Amaury.. Está tudo bem?
Olhei para o Gustavo, voltei para mim e disse...

A- Há quanto tempo esse homem está sumido?
_ Pelo oque parece, desde a morte do pai.
_ Há uns três ou quatro meses.

O Diego perdeu o pai há quatro meses atrás. Eu já vi ele vendo uma foto do Mario Prada e usou como desculpa o "Sou fã dele". Não era um fã qualquer, é o filho dele. Como eu fui burro!

A- Não é possível que isso esteja acontecendo...
Disse baixo, tentando recuperar a minha respiração ao sair da rápido da loja.

Ao sair da loja, escutei o Gustavo perguntando outra vez se eu estava bem. Não respondi. Eu só queria sair daquele lugar e chegar em casa logo.

Não chamei aplicativo, nem se quer pensei nisso. Apenas andei.. Andei por longos trinta minutos até chegar em casa.

POV Diego

Depois que o Amaury saiu de casa indo até a loja conversar com uma mulher que eu me lembro se chamar Erica, eu ainda fiquei na cama, quieto, por um tempo. Eu não sabia explicar o porquê, mas eu sentia desde o momento em que acordei, o meu coração apertado. A única coisa que eu queria era me livrar daquela sensação ruim, mas como fazer isso se eu nem se quer sei o motivo?

Ouvi batidas na porta do quarto e pedi para entrar. Era o Ademir, com um sorriso grande no rosto.

Ad- Bom dia! Como está?
D- Bom dia. Bem, eu acho. Estou preocupado.
Ele se aproxima, sentando na ponta da cama.
Ad- Se o motivo dessa preocupação for sobre as coisas que estavam saindo do Diego Prada, já pode ficar tranquilo.

D- Como? Me diz! Como eu vou ficar tranquilo sabendo que tem meio mundo de gente procurando por mim? Questionando aonde eu estou, com quem eu estou, fazendo o quê! Por que eu sumi da Califórnia? E o pior, se descobrem que eu estou no Brasil trabalhando em uma lanchonete com o nome de Diego Santana, eu ainda posso perder tudo! É isso oque me dá mais raiva! Saber que eu posso perder tudo por causa de gente curiosa que não sabe cuidar da própria vida.

Ad- Calma, Diego.
D- Para de me pedir pra ficar calmo!
Levanto da cama um tanto exaltado.

D- Não tem como eu ficar calmo no meio de toda essa situação! Não entende que é o meu futuro em jogo? Eu sinceramente não sei aonde o meu pai estava com a cabeça quando inventou isso. Sério! Pra que essa PALHAÇADA?!

Ad- Você ainda pergunta isso Diego? VOCÊ AINDA SE PERGUNTA ISSO? PRA QUE O SEU PAI FEZ ISSO? As condições que o seu pai colocou no testamento foi quase um pedido de ajuda, de socorro porque ele não sabia mais oque fazer com você! Te mandar pra cá pra única solução que ele achou.

D- Como se eu fosse um problema. Solução de quê, Ademir? Isso é um castigos! Me deixar pobre, me largar nesse lugar é um....

Ademir levantou da cama, parando em minha frente enquanto me olhava.

Ad- Termina de falar Diego. Te deixar nesse lugar foi um castigo? Receber amor foi um castigo pra você? Nós fomos um castigo pra você? O Amaury... ele também foi um castigo pra você? Diego, desde o dia em que você chegou aqui, amor não te faltou! Frase essa que eu mesmo já ouvi saindo da sua boca mil vezes, pra agora, você vir falar que foi castigo? Se pra você estar aqui é um castigo, pode arrumar as suas coisas e voltar para a Califórnia, pra sua vida vazia, a sua passagem é garantida, agora como você vai se virar lá, já não é mais problema meu, e não me interessa também. Eu lavo as minhas mãos por você.