Acordo sentindo um peso em cima de mim. Era a perna do Amaury, que em algum momento ele colocou em cima da minha enquanto dormíamos.
Era exatamente 4:28 da manhã. Amaury e eu caímos no sono, tanto que eu nem vi resto do filme.
Sorrio percebendo que eu ainda estava deitado no ombro dele e que ele ainda me abraçava, me apertando contra o corpo dele. Por mais que ele estivesse uma graça dormindo, decidi acordar ele para subirmos para o quatro. Não sei o quão confortável ele está aqui.
D- Ei.. Amaury..
O chamo em um sussurro, encostando no corpo dele com delicadeza pra ele não se assustar.D- Amaury, acorda. Vamos para o quarto.
A- Hãn? Já são nove horas?
Pergunta sonolento, virando o rosto para o outro lado.
D- Não. Ainda são quatro horas. Dormimos durante o filme, vamos subir para o quarto?
A- Vamos..
E nada dele se mover.D- Amaury..
A- Oi..
D- Então, eu não queria incomodar mas é que, se você não desfazer o abraço, eu não consigo me mexer, muito menos levantar..
Sorri vendo ele sentar no sofá, afastando nossos corpos o suficiente pra levantar.A- Nossa.. Nem percebi quando dormi.
Diz passando os dedos nos olhos.
D-Normalmente é assim mesmo que acontece.
Ele me olhou com questionamento, sem entender oque eu disse na ironia.
D- Deixa pra lá, vamos subir.Ele levanta primeiro e eu em seguida. Ele desligou a televisão, nos deixando no escuro.
D- Ah, bacana! E agora, como eu acho a escada?
A- Êh, drama hein! Vem, dá a mão.
D- Muito gentil da sua parte.
Digo estendendo a mão, sentindo ele segurar. Subimos os dois para o quarto. Assim que entramos, nos afastamos e ele logo tratou de se jogar na cama dele. Não demorou nada pra ser tomado pelo sono novamente. Diferente de mim, que perdi completamente o sono.A luz da Lua que entrava pela varanda do quarto que tinha portas e cortinas abertas, era suficiente pra eu sorrir vendo o Amaury dormir tranquilamente. A noite estava linda, e ele também.
Meus pensamentos foram pra longe enquanto eu observava ele.
Um pouco mais de uma hora depois, fui para a varanda do quarto e sentei em uma cadeira que tinha ali. O dia já estava amanhecendo, e como eu sempre fui apaixonado pelo nascer do Sol, fiquei ali, esperando ele chegar enquanto eu pensava nas minhas últimas semanas.
Eu estava tão pensativo com os últimos acontecimentos.. No meu pai, nessa história de herança e nessa mudança tão radical na minha vida, que eu nem tinha parado pra pensar sobre o meu aniversário, que já é amanhã. É.. vai ser o meu primeiro aniversário sem o meu pai. Sem meus "amigos..". Vai ser o primeiro aniversário que eu não vou comemorar com uma festa gigante como eu sempre gostei. Pensar nisso me desanimou.
Já era seis horas quando o sol decidiu aparecer. Fiquei ali, quietinho, sentado, de olhos fechados sentindo meu corpo aquecer enquanto eu tentava deixar tudo oque eu estava sentindo de lado. Por mais que a minha cabeça estivesse completamente confusa, em algum momento eu teria que entender que isso é apenas um momento e que não tem nada que eu possa fazer a não ser, aceitar.
A- Di? Não vai dormir?
A voz atrás de mim me fez abrir os olhos um pouco assustado, mesmo que sonolenta.
D- Que susto, Amaury!
A- Me desculpa.. Te atrapalhei?
D- Não.. tá tudo bem. Não estava dormindo?
A- Estava, mas a luz do sol começou a incomodar.
D- Que?
A- Eu não consigo dormir com luz forte perto de mim.
D- Mais essa..
A- Desde criança.
D- Desculpa.
A- Tudo bem. Não dormiu ainda?
D- Desde quando subimos, não. Quis esperar o sol nascer.
A- É lindo, né?
Ergui o olhar pra ele que estava ao meu lado olhando o sol que refletia em seus olhos.
D- É.. é lindo.
Eu não estava falando sobre o sol.
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Sem Prada, Sem Nada!
FanfictionApós perder temporariamente a herança bilionária do pai, que é dono de uma das maiores marcas do mundo, a Prada, Diego é obrigado a voltar para o Brasil por um ano, para fazer oque nunca fez na vida: Trabalhar. Condição que o pai, Mario Prada, deu a...