Advento 2 - A chegada • Oscar Piastri

34 - Alôu, eu tô aqui!

Piastri 💥

Foi a primeira vez que eu tive um branco após beber. Justamente na manhã em que eu acordei no quarto de Rebecca.

Logo que abri o olho senti uma dor na cabeça e uma culpa me correu. Quando ela saiu do banheiro eu não conseguia nem olhar em sua direção, eu não sabia o que eu havia feito. Então me desculpei por tudo e sai o mais depressa possível, como um covarde.

No mesmo dia, após pensar e repensar eu liguei para a jornalista. Ofereci uma bela quantia para que ela achasse algo sobre Breno.

No outro dia ela me ligou, me contando que ele aparentemente tinha algumas denúncias de mulheres sobre seu comportamento agressivo.

Fui até a Aston naquela manhã de quinta-feira, fiz uma reunião com o chefe de equipe e ameacei contar sobre Breno na entrevista que teríamos naquele dia. Só não faria isso se a equipe o demitisse, assim eles não teriam envolvimento.

E foi feito.

Pelas próximas semanas, eu tentei ser o menos inconveniente com Rebecca. Eu me sentia culpado. Algo eu havia feito.

Estávamos em São Paulo. Eu, Sofi e Charles estávamos conversando em meu quarto quando escutei batidas na porta. Fiquei surpreso ao ver Rebecca.

- Voltamos para Maranello na segunda. E você irá comigo na consulta. - Falou séria.

- Tem certeza? - Questionei.

- Que merda Oscar, o que está acontecendo com você? - Ela falou em um tom de desabafo. - Você está agindo dessa forma dês do dia que dormimos juntos.

Eu fiquei sem reação. E abri mais a abertura da porta para que ela visse que nossos amigos estavam no quarto.

- Ah! Oi gente. - Ela disse envergonhada.

- Então é isso? Todo esse drama porque dormiram juntos de novo? - Charles falou e Sofi bateu em seu peito. - O que? Ela tem literalmente um bebê dele na barriga, não é algo muito surpreendente.

- Não! - Ela entrou no quarto e eu fechei a porta. - Todo esse drama é porque ele simplesmente saiu. Nós dormimos juntos... Porque concordamos. Ele falou que me amava pra caralho, Sofie está de prova. - A mulher concordou com a cabeça rapidamente. - E no outro dia falou que se arrependeu do que disse e saiu, me deixando lá como uma paspalha.

- Espera, eu não lembro de nada que aconteceu naquela noite, por isso me desculpei. Não sei o quão inconveniente fui. - Me justifiquei ainda tentando pensar no que fizemos.

- Você não foi inconveniente, mas também não pode esperar um segundo para conversamos. - Ela disse fazendo gestos de falta de paciência.

- Você está dizendo que nós concordamos... Eu e você... Concordamos em ficar juntos naquela noite? - Esperei uma confirmação.

- Sim! - Ela confirmou e eu sorri. - Não sorria! Você estragou tudo e eu caí na real. Juntei A + B.

- Como assim? - Falei confuso.

- Agora não interessa mais! - Bufou e saiu do meu quarto em disparada.

Olhei para meus amigos e eles estavam mais confusos que eu.

Rebecca 🗣️

Sai do quarto de Piastri batendo o pé. Eu estava sentindo raiva... E eu não sabia exatamente o porque.

Entrei no elevador e para a minha surpresa, encontrei quem menos esperava.

- Rebecca. - A mulher falou ao me ver.

- Angelina Griffo... - Falei soltando um riso desacreditada.

- Não vamos agir assim, tudo já foi resolvido. - Disse naturalmente.

- Tudo já foi resolvido? O que exatamente foi resolvido? - Não acreditei em suas palavras.

- Eu fiz cagada e arrumei... Soube que Breno foi demitido ainda nos Estados Unidos.

- Como assim? - Eu não estava entendendo.

- Piastri não te contou? - Questionou. - Perdão... Achei que estavam juntos...

- Piastri não me contou o que? - Fiquei curiosa.

- Ele descobriu que foi Breno que vazou as informações para mim... Mas então ele disse que ameaçou ele, mas não adiantou... Ele me pagou para que eu achasse algum podre, eu achei, e ele convenceu Aston a demitir aquele bagrezinho. - Ela disse tudo isso olhando para a tela do celular. - Meu andar! - Falou quando o elevador parou. - Bom te ver Rebecca. - Sorriu e saiu.

Eu fiquei ali. Havia sido Breno. Era óbvio. E Piastri tinha o ameaçando. Piastri fez com que ele fosse demitido.

Apertei o botão do elevador rapidamente, sem pensar. Apertei várias vezes, e a porta não fechava de jeito nenhum.

Quando finalmente o elevador fechou, eu subi alguns andares e voltei a bater na porta que havia batido a alguns minutos atrás.

Uma batida, duas, três, quatro super fortes, e nada.

Sai do hotel em direção ao paddock. Ele estaria lá, era sexta feira, dia de TL, não havia outro lugar.

Na circulação do espaço gigantesco do paddock de Interlagos eu esbarrava em pessoas, desviava de equipamentos, e olhava para todos os lados. 

Cheguei ao hospitality da Ferrari, e não havia ninguém. Sai em direção aos trailers, bati na porta dele e na de Leclerc, e nada.

Já estava cansada de andar, o bebê já estava mais chacoalhado que todinho em bumbum de funkeira.

A garagem, era o único lugar. Atravessei todo o lugar chegando ao box. E o vi falando com alguns engenheiros.

- Oscar Jack Piastri! - Disse de longe, parada na porta.

Ele me olhou assustado.

- Breno. - Fui direta.

- Olha! Eu ia te contar mas não conversamos mais dês daquela manhã. - Ele já começou a se justificar, e vir até mim.

- Você descobriu sozinho. - Continuei sendo pontual.

- Foi do nada, eu iria te contar Rebecca eu juro

- Você descobriu sozinho, deu uma de Sherlock... Sem um Watson. - O interrompi.

- Que? - Ele não entendia.

- Você me excluiu da investigação... Descobriu tudo e não me contou. Ameaçou Breno, e fez com que ele fosse demitido. Sem mim.

- Desculpa. - Ele fez uma cara arrependida, e eu sorri.

Então algo aconteceu, algo que nunca havia acontecido, em todas essas semanas. Meus olhos saltaram e soltei um mini gritinho colocando a mão na barriga.

Todos me olharam, os engenheiros que antes fingiam não prestar atenção na nossa conversa viraram rapidamente para mim, e Piastri andou mais rapidamente para chegar mais perto.

- O que houve? Está tudo bem? - O piloto disse preocupado.

Eu não disse nada, apenas peguei sua mão e coloquei em minha barriga.

O encarei enquanto ele olhava para diretamente para nossas mãos unidas. Então o olhar confuso de Oscar foi se transformando em um sorriso enquanto ele entendia e sentia nossa filha mexendo pela primeira vez.