36 - Território sereno

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Rebecca 🗣️

Estávamos os dois ali parados. O barulho de cadeiras se arrastando e falatório foi diminuindo, então a porta se fechou, apenas nós dois estávamos naquela sala.

Meu olho lacrimejava.

- Rebecca, como você pode cogitar pensar que eu não gosto de você? - Ele disse com um tom triste.

- Eu tenho receio. Receio de que tudo que você me diz seja apenas por conta da bebê, uma ilusão, e que no fim você vai perceber que não me ama de verdade. - Admiti, não  poderia guardar esse sentimento por mais tempo.

- Não é só por conta da bebê... Rebecca, você tem noção de como foi pra mim quando você se demitiu? Eu gosto de você dês do primeiro dia que te vi, eu lembro até hoje daquele maldito jantar, você com seu vestido preto... Debochando do meu cabelo.

- Você disse que no início eu te estressava.

- Sim, mas tantas coisas me estressam... Tantas coisas que eu amo me estressam, pilotar, minhas irmãs, até Lelcerc... - Ele deu  risada. - Eu não fui atrás de você, mas eu buscava você em todos os lugares... Eu não fazia ideia de onde você estava. Deduzi que você não queria me ver.

- Talvez eu não tenha feito o melhor plano... - Ri.

- Realmente. Se eu soubesse, se eu tivesse um mínimo sinal, eu iria atrás de você em qualquer lugar.

- Talvez nosso destino não fosse correr atrás um do outro, talvez tenha sido se encontrar... Chegar ao mesmo tempo.

- Então Rebecca, pelo amor de Deus, vamos ser um pouco sensatos? Vamos ignorar toda essa confusão, e simplesmente ficar juntos.

- Só se você me perguntar. - Eu não consegui tirar o sorriso do meu rosto.

- Rebecca. - Ele riu. - Você quer namorar comigo?

Então eu apenas fiz que sim com a cabeça. Ele sorriu, estavamos perto um do outro, então ele me puxou, me beijando. Um beijo diferente, um beijo sem receios, ou medos.

Quando finalmente conseguimos nos desgrudar, saímos da sala, e para nossa surpresa Charles e Sofie estavam lá, parados na frente da porta.

- Ai, finalmente! - Leclerc exclamou.

- Como vocês são fuxiqueiros! - Falei em negativa.

- Não finja espanto. - Sofie debochou. - E ai?

- Acabou. - Piastri falou sem rodeios.

- A cara vai se ferrar! Vocês são muito burros, tudo isso e ainda estão nessa bobeira. - Leclerc falou sem paciência.

- Charles... Acabou, a bobeira acabou... - Falei rindo.

- Acabou, tipo acabou? - Sofie disse animada. -  Ah finalmente! - E me abraçou.

- Nossa Sofi, achei que você era do time Oscca. - Charles falou incomodando.

- Oscca? Concordamos que Beccar era melhor! - Sofie discutiu. - E sou do time sim... Você que é muito lerdo meu bem...

- Charles, acabou a bobeira... Nós estamos juntos. - Expliquei ao piloto.

- Aí! Finalmente! - Ele bateu nas costas de Oscar. - Estava apreensivo dos padrinhos do Léo nunca ficarem juntos...

- Padrinhos do Léo? - Piastri falou surpreso.

- Sim... Não era pra Charles falar agora, mas escolhemos vocês dois... - Sofi disse sorrindo.

Como estava estremamente emotiva eu começei a chorar e abracei os dois.

- Eu sempre sonhei em ser madrinha. - Disse fungando. - Vocês também serão padrinhos da nossa bebê.

- Não tínhamos conversado sobre isso ainda... - Piastri disse provocando.

- Não começa! - O repreendi ao me desvencilhar dos dois.

- Sainz que sofra, eu já sou o tio preferido de Antonella, agora serei o tio e padrinho predileto de Léo também. - Oscar falou ao refletir.

- Não faça disso uma competição... - Charles falou em tom de repreensão. - Mas não aceitarei não ser o tio preferido da filha de vocês...

Nós três rimos com a fala de Lelcerc.

- Aliás, com o tempo que ficaram aí... Já decidiram o nome da nenê? - Sofi questionou.

- Acho que só conseguiremos pensar nisso agora, depois de toda essa confusão ter acabado... -  Expliquei.

Depois de toda essa situação ainda tivemos um treino, que foi muito melhor do que o primeiro.
No fim eu bati no trailer de Piastri e ele estava pronto para irmos para o hotel. Pela primeira vez, nós saímos do paddock abraçados, juntos de verdade.

Era diferente, era estranho, mas ao mesmo tempo era bom ir direto para o quarto dele, sem drama, sem discussão, sem provocação.

Estávamos os dois abraçados na cama, olhando para o nada. Em silêncio. Sua mão fazia carinho em minha barriga, que ainda não era tão grande mas asveses vibrava com a resposta da bebê.

- Como você acha que contaremos a ela sobre nossa história? - Questionei curiosa.

- Acho que por um tempo podemos falar que foi o destino. - Ele riu. - Depois podemos contar toda a verdade, mas ao contrário do que aconteceu, deixar bem claro que nos amamos dês do início.

- Acho que ela não vai engolir a história do destino por muito tempo...

- Com pais como nós... Tenho certeza que não. - Rimos.

- Aí está uma questão... Sofie disse que ou nossa filha será totalmente como nós, orgulhosa e teimosa, ou será totalmente o oposto...

- Realmente, concordo com ela... - Piastri admitiu.

- Sobre isso não tem muito o que fazer, só saberemos futuramente. - Refleti. - Mas talvez possamos fazer uma coisa...

- No que está pensando?

- Não podemos chamá-la de Bebê pelo resto da vida... Se dermos um nome a ela, ainda na barriga talvez ela se sinta mais tranquila...

- Talvez... Já pensou em alguma opção?

- Não, mas queria um nome bem italiano.

- Um nome forte, mas tranquilo...

- Isso! Se ela for o nosso oposto, isso irá transparecer no nome, mas se não for pelo menos equilibra. - Dei risada. - Mas precisa ser composto, meu segundo nome precisa ir junto.

- Segundo nome? Você tem um segundo nome? - Ele perguntou surpreso.

- Sim... Também não vamos contar que o pai dela não sabia que a mãe tem um segundo nome.. - Debochei.

- Qual é?

- Você não vai acreditar... Mas tem muito haver comigo. - Dei risada. - Rebecca Vittoria Proietti... Todos com pelo menos uma letra repetida... Meus pais sempre gostaram de ser "Diferentes" em algo.

- Na verdade isso esclarece muita coisa sobre você Becca... Você tem vitória no nome. Ainda bem que escolheram você como minha engenheira. - Brincou suspirando de alívio.

- E ai? Um nome de sugestão? - perguntei.

- Algo calmo... Uma vitória calma? - Ele pensou por alguns segundos. - Pensei m um, e podemos repetir uma letra...

- Estou ouvindo... - Disse animada.

Advento 2 - A chegada • Oscar Piastri Onde histórias criam vida. Descubra agora