CAP 23

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Meu corpo tava tremendo inteiro, e eu sentia como se o ar naquele lugar tivesse sumido

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Meu corpo tava tremendo inteiro, e eu sentia como se o ar naquele lugar tivesse sumido. Desde que ele entrou na sala gritando, eu só conseguia pensar numa coisa: preciso sair daqui, agora. Não dava mais. A tensão, a raiva dele, o jeito como ele olhava pra mim... Era demais.

Quando o Vapor saiu quase correndo, eu vi minha chance. Ele tinha dito pra eu sumir, né? Então era isso que eu ia fazer. Melhor do que ficar ali pra ele descontar mais raiva em mim.

Sem pensar duas vezes, me levantei e fui em direção à porta. Cada passo parecia mais pesado, mas a única coisa que eu queria era sair. Ficar longe daquela pressão, longe dele. Cheguei até a porta, coloquei a mão na maçaneta e comecei a girar.

Foi aí que senti a mão dele. Forte, firme, segurando a porta e impedindo que eu a abrisse. Meu corpo congelou na hora. Não entendi nada. Ele não tinha acabado de mandar eu ir embora? Então por que...

Virei lentamente, ainda segurando a maçaneta, e olhei pra ele. Ele tava ali, parado bem perto, me encarando com uma expressão que eu não conseguia decifrar. A raiva ainda tava nos olhos dele, mas tinha mais alguma coisa. Algo que me deixava ainda mais confusa.

— Onde você pensa que vai? — a voz dele era baixa, mas carregada, cheia de uma autoridade que fazia minha garganta secar.

Minha mente tava uma bagunça. Ele tinha mandado eu sair. Tinha gritado, mandado eu sumir. E agora isso? Meu coração tava disparado, e eu simplesmente não conseguia entender o que tava acontecendo.

— Você... Você não disse pra eu ir? — minha voz saiu baixinha, quase um sussurro.

Ele apertou a mão na porta, como se estivesse se controlando pra não quebrar alguma coisa.

— Eu disse pra sumir com esse drama, não pra fugir de mim — ele respondeu, a voz carregada de algo que eu não conseguia identificar. Raiva, talvez. Ou outra coisa.

Minha mão soltou a maçaneta devagar, sem saber o que fazer. Ele ainda tava perto, me encarando de um jeito que me fazia querer desaparecer e, ao mesmo tempo, me impedia de mover um músculo.

Fiquei ali parada, esperando ele dizer alguma coisa, enquanto meu coração continuava martelando no peito. Por que ele não me deixou ir? Por que ele me segurou?

— Você não cansa de me irritar, né, Porra? — a voz dele saiu grave, carregada de raiva, enquanto ele me olhava com aqueles olhos que pareciam atravessar minha alma.

Eu abaixei a cabeça, sem coragem de sustentar o olhar. Ele tava tão perto que eu podia sentir o calor do corpo dele, mas cada palavra parecia um golpe, e eu sabia que quanto mais falasse, pior ficaria.

— Não foi minha intenção... — murmurei, tentando me manter calma, mesmo que meu coração estivesse disparado.

— Não foi sua intenção? — ele deu uma risada seca, sem humor. — Então qual era a intenção, hein? Me deixar puto? Me fazer parecer um idiota?

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