Capítulo 31: Culpa

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Narrador | Point of view

Lillian estava sentada na beira da cama do quarto de hóspedes do apartamento da filha, sentindo o peso dos últimos acontecimentos em cada fibra de seu ser. O chocolate quente que Lena havia preparado ainda estava em sua mão, agora morno, quase esquecido. Ela havia experimentado um misto de emoções tão intensas, que sua mente não conseguia se acalmar, por mais que tentasse.

A conversa com Lena havia aquecido seu coração de uma maneira que não sentia há anos, mas ao mesmo tempo, havia uma ferida aberta que latejava, uma dor que não se dissipava tão facilmente, enquanto Lillian caminhava pro quarto para se acomodar, preparado com muito zelo por Lena.

Lillian estava com a mente vagando em meio aos pensamentos, quando uma batida suave na porta interrompeu seus devaneios, fazendo-a erguer a cabeça, surpresa ao ver Eliza Danvers parada ali. O rosto da loira estava marcado por uma expressão de arrependimento e profunda tristeza, mas também havia uma suavidade em seus olhos que Lillian reconhecia muito bem. Era o olhar de alguém que havia passado por muito e ainda carregava o fardo da culpa.

— Posso entrar? — Eliza perguntou, com a voz gentil, mas um tanto hesitante.

Lillian assentiu, deixando a xícara de lado. — Claro, entre.

Eliza fechou a porta atrás de si e ficou ali por um momento, como se reunisse coragem para falar. O silêncio que se seguiu foi pesado, carregado de sentimentos não ditos.

— Eu vim aqui para pedir desculpas, Lillian — Eliza começou, finalmente quebrando o silêncio, com a voz sincera e entrecortada. — Por não ter confiado em você, por ter te julgado tão rápido. Eu sei que, depois de tudo, você merece algo melhor do que a desconfiança que eu demonstrei.

Lillian sentiu um aperto no coração ao ouvir as palavras de Eliza. Ela queria perdoá-la, queria poder abraçá-la e dizer que tudo ficaria bem, mas a mágoa ainda era profunda demais, e naquele momento, era impossível ignorar o que sentia. E assim, ela respirou fundo antes de responder. — Eu entendo, Eliza. Nossa história é... complicada. Cheia de ressentimentos e de desconfiança. Eu sei que não é fácil simplesmente deixar isso para trás. Eu também lutei contra esses sentimentos por muito tempo — Lillian admitiu, sua voz trêmula. — Mas... eu não posso ignorar o que aconteceu. Eu não posso simplesmente fingir que não me afetou.

Eliza deu um passo mais perto, sua expressão marcada por uma tristeza profunda. — Eu não espero que você ignore, Lillian. Eu só... só não quero que o ressentimento continue. Não depois de tudo que passamos juntas, de tudo que enfrentamos. Eu sinto muito por ter duvidado de você, por não ter percebido o quanto você se importa comigo e com as meninas. Você e Psi salvaram a vida da Alex hoje, e eu nunca vou esquecer disso.

— Não fiz isso por reconhecimento, Eliza — Lillian respondeu, com a voz baixa. — Fiz porque amo você, amo nossa família, mesmo que eu tenha um jeito torto de mostrar isso. Eu amo você, mas... eu não sei se posso continuar com isso agora. Preciso de um tempo para me curar, para entender o que sinto e o que quero daqui pra frente.

Mentiras que Contamos - *G!P*Onde histórias criam vida. Descubra agora