Jisoo

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Voltei para o provador de noivas com a cauda do vestido na mão e parei um instante para admirar minha irmãzinha vestida como uma linda princesa, toda de branco, em renda chantili, em um modelo conservador de
mangas longas e gola alta, com as trans...

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Voltei para o provador de noivas com a cauda do vestido na mão e parei um instante para admirar minha irmãzinha vestida como uma linda princesa, toda de branco, em renda chantili, em um modelo conservador de
mangas longas e gola alta, com as transparências da renda no lugar certo
para deixar um pouco mais moderno.

— Essa é a cauda? — Dani perguntou, olhando detalhadamente a peça na minha mão. — Ficou do tamanho que pedi?

Ri e concordei.

— Sim, do tamanho exato do corredor da capela da fazenda. — Rolei os olhos. — Um exagero sem fim, na minha opinião.

— Eu sei, mas foi como sempre sonhei! — Virou-se de costas. — Ela não vai ficar parecendo que é removível, não é?

— Não, mas, se você não gostar do efeito, podemos costurá-la no vestido e você escolhe um outro para a festa. — Repeti a opção que já lhe havia dado. — Só não vou conseguir fazer esse outro, terá de ser algum da coleção passada que já está pronto.

Dani negou mais uma vez.

— Não quero trocar o vestido. — Suspirou. — Este aqui foi feito apenas para mim, modelo exclusivo, e quero usá-lo o tempo todo!

Minhas ajudantes e eu colocamos a cauda com muito cuidado, pois, como eu não quis colocar ganchos, fizemos no sistema de botões idênticos aos das pedrarias que haviam sido bordadas sobre a delicada renda. Quando acabamos, senti-me satisfeita por aquela escolha, porque, de forma alguma, parecia que aquela parte do vestido não estava integrada ao restante.

— Perfeito, Jisoozinha! — Dani comemorou. — Meu Deus, isso parece um sonho!

— Sim... — concordei, orgulhosa do meu trabalho. — Já escolheu as flores que irá usar no buquê? Falei ontem com a florista e ela me disse que você não tinha retornado.

O olhar de minha irmã vacilou um instante e ela respirou fundo.

— Mamãe quer que eu entre com o terço da vovó Dupont — falou sem me olhar. — Eu disse a ela que...

Não terminei de ouvir sua justificava, meu coração disparado e um nó na minha garganta. O terço da vovó Dupont era parte da minha herança, junto à velha máquina de costura, e eu não imaginava que mamãe não
soubesse disso. Não era uma joia cara, fora feito em prata e possuía poucas pedras preciosas, apenas umas águas-marinhas nas bolinhas maiores, mas tinha um valor sentimental enorme para mim.

— Eu achei que você quisesse um buquê de orquídeas, como na referência que me mandou.

— Então, eu queria, mas mamãe acha que aquele modelo que escolhi vai esconder o terço. — Olhou-me. — Jisoo, se você não quiser me emprestar a joia, eu irei entender. Isso foi ideia da mamãe, porque ela diz que é tradição, entende? Vovó se casou segurando aquele terço, depois mamãe, como mais velha, usou-o em seu casamento e, como eu sou a primeira a se casar, ela quer que eu o use também.

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