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Eu não esperava aquela reação, não depois de todos aqueles anos, não depois de me esquivar de Frei e de sua companhia tantas e tantas vezes. Minha família estava sempre arrumando um jeito de fazer com que a
gente se encontrasse, e eu sempre consegui me manter distante, porém, quando o vi vir em minha direção como se fosse me abraçar ou me beijar em um cumprimento, eu me senti quebrar.
Por mais que pensasse ter superado o pavor que senti naquela noite tantos anos antes, era perceptível que apenas mantive meus sentimentos abafados e protegidos pela capa de uma mulher que não queria nenhum tipo
de envolvimento com ninguém. Mas, daquela vez, de alguma forma, o método não funcionou e eu estava descoberta.
Frei nunca havia tentado uma aproximação de mim, pelo menos não física. Já havíamos participado da mesma mesa de refeição, mas a distância era suficiente para eu me sentir segura e controlar as reações do meu corpo.
Geralmente, o que acontecia quando estávamos no mesmo espaço era eu ficar mais calada, afastar-me para um canto com alguém para conversar e mantê-lo bem longe de mim.
Por isso tinha medo daquela situação de padrinhos de casamento e era ainda pior do que eu temia.
Como irei lidar com isto?, pensei, ainda tremendo e chorando baixinho encostada ao peito de Jin. Ele era praticamente um estranho, mas pareceu notar o que minha própria família nunca percebia.
— Você está segura... — sussurrava baixinho, mas não me dizia para eu me acalmar nem pedia para explicar algo, apenas repetia que eu estava segura e que ele estava ali comigo.
Não ser pressionada a ficar bem estranhamente me ajudou a parar de tremer, a ficar mais calma e assim fui me afastando um pouco daquela pele quente, de seu corpo forte e com cheiro de sol – se é que aquele aroma existia, mas eu podia sentir nele – e o olhei sem jeito.
— Desculpe-me por tudo isso! Fiquei um pouco nervosa.
Jin continuou sério, muito diferente do homem sempre sorrindo e piscando.
— Quer conversar sobre isso? — Neguei e fiquei esperando que ele insistisse, no entanto não foi o que houve. — Se quiser desabafar, estou aqui. E se precisar de apoio sem me dizer nada, estarei aqui do mesmo jeito.
Sorri, o coração sentindo o significado daquelas palavras, frases raras de serem ouvidas até mesmo de amigos de longa data.
Ficamos um tempo em silêncio, ele e eu, dentro do vestiário. Jin começou a se vestir, secando-se e colocando de volta o mesmo short que usara para dormir e uma camisa de treino. Notei os tênis no chão perto do
banco e concluí que ele não devia ter chinelos.
— Precisamos ir à cidade para comprar roupa para você — comentei. — Isso se você realmente quiser ficar. — Ele me encarou. — Você não precisa ficar aqui fingindo ser quem não é...