Jisoo

152 15 0
                                    

Seul, tempos atuais

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Seul, tempos atuais

— Jisoo, entrei em contato com a importadora e eles me informaram que os tecidos franceses vão chegar no prazo previsto, não vai haver atraso. — Virgínia, uma das minhas funcionárias mais antigas, praticamente meu braço direito na Kim Dupont, informou, entrando no ateliê onde eu e mais duas costureiras estávamos debruçadas sobre croquis e projetos de vestidos.

— Obrigada, Vi — agradeci e olhei para Ly, minha assistente. — Temos que ter toda a coleção programada, porque nosso prazo
para o lançamento e desfile está apertado.

— Não se preocupe, Jisoo. Quando os tecidos chegarem, toda a modelagem estará pronta.

Assenti e agradeci, mas ainda assim me senti preocupada. Esse era o peso do sucesso, eu sabia, a pressão por conta da última coleção, um verdadeiro sucesso que elevou a casa de noivas Kim Dupont a outro patamar no meio da elite Seul e cuja fama começava a se propagar por todo o país.

Tínhamos inaugurado havia alguns anos como loja regular de noivas, até que meu coração começou a pedir uma loja para atender ao público plus. Eu me lembrava como havia sido o dia que abrimos, em uma das ruas mais famosas para noivas de Seul, o ateliê exclusivamente para esse público e a inicial descrença de algumas pessoas do ramo de que fosse dar certo.

Não só deu, como se tornou referência na Coreia do sul!

Fui convidada para vários programas de entrevistas que falavam sobre diversidade, não só no nosso país como fora dele. O nome da Duponplus se tornou tão popular que
noivas dos países vizinhos e até dos Estados
Unidos encomendavam conosco.

Foi uma alegria e um susto também, pois percebi a deficiência do nicho de casamentos em atender aquela parcela da população que estava fora dos “padrões”.

Ah, como eu odiava essa expressão! Afinal de contas, o que era um padrão? Quem o havia estabelecido? Beleza não era algo objetivo, assim como não devíamos objetivar corpos. É claro que, por experiência própria, sempre busquei ter cuidado ao tocar no assunto, porque não queria que pensassem que eu incentivava ninguém a ser de um jeito ou de outro, apenas queria que, independentemente de quem fosse, tivesse a
oportunidade de ter um vestido dos sonhos e que coubesse nele!

Os meus vestidos plus não eram vestidos regulares com remendos para atender números maiores, eram já confeccionados em tamanhos especiais, pois sempre fiz questão de não trabalhar com ajustes impossíveis que, por muitas vezes, eram desconfortáveis para as noivas, com muitos
tecidos, costuras e emendas.

As duas lojas juntas, tanto a Kim Dupont quanto a Dupont Plus, tinham um enorme alcance, desde o tamanho 34 ao 80, dividido entre as duas lojas. Isso falando em termos de uma coleção já pronta, porque, quando se tratava de vestido ou alfaiataria, parte masculina que só tinha na Dupont Plus, sob medida, o limite era o céu!

A proposta - JINSOOOnde histórias criam vida. Descubra agora