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— Foi melhor do que eu esperei — comentei com Jin no caminho de volta ao chalé.
— Sua família é divertida — ele disse aquilo tantas vezes naquela noite que eu não sabia se era um elogio ou uma crítica. — Vocês parecem ser muito unidos.
Fiquei um tempo pensando sobre aquilo e não tive como não concordar com sua percepção.
— Somos. Família é complicado, não é? — Esperei uma resposta, mas, como não veio nenhuma, continuei: — Temos nossas diferenças, claro, mas até certo ponto. É como se, entre nós, pudéssemos brigar, criticar, mas, se alguém de fora fizer isso com um de nós, junta todo mundo para defender.
Ele riu.
— Achei que vocês seriam assim mesmo. — Encarou-me. — Qual é a do seu primo?
Pisquei.
— Como assim?
— Senti uma ironiazinha quando seu pai disse o quanto eu era sortudo por ter você.
Engoli em seco, porque, é claro, eu havia percebido aquilo também, mas achei que Jin não tivesse notado. Dei de ombros apenas, fazendo-me de desentendida, não querendo entrar naquele assunto nem reabrir velhas
feridas que já estavam cicatrizadas.
— Pena que Paul decidiu vir só amanhã, mas a entendo, estava há dias longe do marido e do filho. — Sorri, mudando de assunto. — Ela e eu éramos inseparáveis quando crianças.
— São da mesma idade? — Assenti. — Ela se parece com o irmão? — Neguei, rindo, porque, mesmo sendo gêmeos, eram completamentdiferentes um do outro. — Você também não se parece com sua irmã.
Meu coração se apertou.
— Eu sei. Ela é bem diferente de mim, linda, delicada e...
Jin parou de andar e me segurou pelo braço, fazendo com que eu parasse também.
— Que história é essa?
Dei de ombros, fingindo não me importar.
— Eu sei que ela faz mais o tipo que os homens preferem, sempre foi assim, sempre fez muito sucesso e...
— Quando eu comentei que vocês eram diferentes, não estava fazendo comparações, apenas constatando fatos. Mas em momento algum eu disse que ela era mais bonita que você. — Riu. — Pelo contrário! Se eu me encontrasse com sua irmã na rua, iria passar por ela sem achar nada de mais, diferentemente do que houve quando vi você no estacionamento da loja hoje, mais cedo.
— Jin, eu já disse...
— Para com isso, não me ofende! — Interrompeu-me e colocou a ponta dos dedos sobre meus lábios. — Eu não preciso te elogiar, não preciso te dizer inverdades porque estou representando um papel. Estou aqui porque quero e estou dizendo o que vejo apenas. E sabe o que vejo? Uma mulher lindíssima, que chama atenção de longe, gostosa pra caralho, mas que, por algum motivo, parece não se dar conta disso.