Engoli meu desgosto para poder ser a madrinha de casamento que minha irmã precisava, mesmo sem um par, já que Frei sumiu depois do confronto com meu pai e o forte tapa que dei em sua cara. Tirei as fotos,
ajudei-a com o vestido, acudi-a quando estava com os pés inchados e a ajudei a carregar o noivo, bêbado como um gambá, para a suíte que havia sido preparada para o casal – a mesma onde fizemos o dia da noiva.Não quis voltar ao chalé, não sem Jin, não com as coisas dele ainda por lá, conforme Jooana me contou depois.
— Coloque tudo na mala dele e a traga para casa, que eu vou ver um jeito de ser devolvida — pedi a ela.
— Deve ter acontecido alguma coisa para ele ter ido embora e deixado tudo para trás.
Não disse nada que desiludisse a pobre Jô, porque ele havia conquistado o coração dela também, que não sabia que quase nada ali
pertencera a ele antes da chegada à cidade.Jin simplesmente não devia ter querido levar as coisas que comprara em qualquer loja, principalmente se comparássemos as roupas dele com as que conseguira comprar ali.
Estava cansada demais, chorei um pouco e acabei dormindo como uma pedra. Acordei de manhã com Mamute em minha cama, quentinho, enroscado em mim e me dando vários lambeijos no rosto.
— Ei, rapaz, bom dia! — saudei-o, feliz por ver que ele estava realmente bem, mesmo depois do episódio da aliança.
— Estamos te esperando para o desjejum. Você vem? — Paulinha estava parada na porta do meu quarto.
Assenti, troquei de roupa e desci para me juntar à família na despedida de Dani, que viajaria naquele dia mesmo com seu marido. Tentei me sentir feliz e integrada à felicidade de todos, mas às vezes me pegava séria, olhando longe, suspirando.
— Jisoo! — Dani me abraçou. — Obrigada por tudo, você foi a melhor madrinha que uma noiva poderia ter tido!
Sorri.
— Eu amo você, Dani, e desejo apenas sua felicidade sempre!
Ela soluçou e me abraçou apertado.
— Eu também te amo, e se prepara, que sua saga como madrinha ainda não acabou.
Enruguei a testa, sem entender, até que ela acariciou a própria barriga.
Meu coração se apertou e meus olhos ficaram molhados, mas, daquela vez, não foi de tristeza. Além de tia, ela me queria para madrinha de seu bebê, e nada me faria mais feliz naquele mundo.
Acompanhei os noivos até o carro e me despedi deles, abraçada com meus pais. Depois do que acontecera no escritório, parecia que estávamos mais unidos, e eu me sentia finalmente segura ao lado deles, segura e amada.