Acompanhei Jisoo e Jooana até a casa sede da fazenda, atravessando a enorme área de lazer com piscina e um salão aberto para
eventos. O lugar era enorme e a casa parecia mais um hotel, toda em estilo colonial, circundada por varandas com portas balcão e algumas redes penduradas entre as pilastras de madeira.Ainda estava me sentindo um doido por ter embarcado naquela loucura de fingir ter um relacionamento, mas fiquei tão curioso e aquilo parecia tanto uma aventura que não pude resistir. É claro que eu não esperava ter que passar sete dias naquele lugar, tinha planos para minhas férias, mas, já que havia me disposto a representar aquele papel com ela, iria até o fim.
Era bem verdade que Jisoo me causava uma curiosidade sem tamanho, principalmente por conta de seu comportamento antes e depois de saber que eu era o “Jin errado”.
Antes, ela brincara comigo, tinha tido
uma atitude muito mais expansiva e relaxada, mas, a partir do momento que
descobrimos a confusão, ficara mais na defensiva.Sim, eu sou um galanteador por natureza, sempre me disseram isso, desde que era um menino. Sempre elogiei as mulheres ao meu redor, da família ou uma estranha na rua, de criança a adulto. Acho que por ter sido criado por um tempo apenas por minha mãe, e ela ter passado por quadros severos de depressão, sempre tentava animá-la de algum jeito.
É claro que o que era fofo quando eu era um menino se tornou uma ferramenta para conquistar mulheres quando cresci. Meu jeito agradava à maioria das mulheres, porque, por mais que eu sempre deixasse claro que não estava à procura de romance, sempre as tratava muito bem, principalmente na cama.
Não obstante, uma coisa era eu tentar ser um homem agradável, tratar as mulheres como as rainhas que eram; outra muito diferente era se acusado de bajulador, como se fosse um mentiroso que usasse de engodos para conquistar o que queria. Não era nem nunca seria o meu caso, mas Jisoo parecia pensar diferente.
Entramos na casa e mal tive tempo de olhar em volta, apenas notei que era mesmo uma típica casa de fazenda, com cômodos amplos e mobiliário pesado de madeira. Saímos para uma outra área, do outro lado da casa, que parecia um solário, com uma bela vista do vale abaixo, onde o sol devia nascer atrás dos morros ao longe.
Havia uma mesa de carteado e algumas pessoas sentadas em volta, com cartas de baralho na mão e fichas de pôquer sobre o tecido felpudo que recobria o tampo. Uma belíssima senhora, elegante, de tamanho mediano, com cabelos e olhos castanhos se ergueu e, sorrindo, foi abraçar Jisoo.
— Oi, mãe! — ela a saudou antes do abraço, e fiquei surpreso ao descobrir que as duas tinham parentesco, afinal de contas, não se pareciam em nada.
— Jisoozinha, que saudade! — a mulher disse cheia de carinho na voz, mas me olhou de esguelha. — Ah, vejo que veio mesmo acompanhada!
Jisoo se virou para mim a fim de me apresentar, mas logo tomei a iniciativa: