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Estacionei o carro na vaga próxima aos chalés que usávamos para visitas, do outro lado da piscina, de frente para a sede da fazenda. Aquele era um lugar em que eu sempre amei ficar depois de adulta, porque tinha privacidade e descanso, sem interferir na rotina dos meus tios – que moravam na fazenda.
Apesar de também sermos donos da propriedade, meu pai sempre preferiu estar em Sanbondong – era o máximo de cidade grande que ele suportava – e cuidar da parte comercial da fazenda, enquanto seu cunhado – o marido de tia Carmen – tocava a parte produtiva do negócio. Por esse motivo era que eles residiam ali e a sede era seu lar. Sempre me senti uma visita, mesmo quando criança.
Tínhamos nossa “ala” separada, um lado do corredor só nosso, com a suíte máster de papai e mamãe, um quarto para mim e outro para Danielle, mas, assim que tive autorização para ocupar um dos chalés – no começo, eu o dividia com a vovó Dupont e, depois de sua morte, passei a estar nele
sozinha –, pude estabelecer um espaço onde me sentia mais à vontade.
— É aqui que vamos ficar? — questionou Jin, olhando para o chalezinho construído em madeira.
— É, não durmo mais na casa da fazenda. — Suspirei, pensando que minha família achava que eu iria dividir meu lar naquele lugar com Frei. Se bem que eu iria dividi-lo com um estranho gostoso que já demonstrara
que sentia atração por mim. — Esses chalés são para visitas, já que na fazenda todos os quartos são ocupados pela família.
— Menos o seu.
Ri e concordei.
— Menos o meu. — Vi pelo retrovisor que tia Carmen também havia parado seu veículo e que novamente vinha na nossa direção. — Minha tia vem vindo.
Jin riu.
— Ela parece ser engraçada.
— Ela é, mas não se engane, é atenta feito uma coruja, não perde um só detalhe e adora coletar informações.
— Resumindo: é a tia fofoqueira!
Gargalhei.
— Isso foi você quem disse, não eu!
Saí do carro e a cumprimentei direito, abraçando-a com carinho. Nossa família sempre se deu bem, titia sempre nos tratou como se fosse nossa mãe, e seu marido, era tão chegado ao meu pai que os dois pareciam irmãos, não cunhados.
Fomos criados todos juntos como uma grande família. Os primos se amavam como se fossem irmãos. É claro que também tinham brigas dignas daquela proximidade que ficaram para a história, mas todas sempre foram esquecidas e resolvidas entre nós; nossos pais nunca se meteram ou tomaram partido.
— Você está uma boneca, minha filha! — Tia Carmen olhou fundo nos meus olhos, castanhos como os seus. — A cada dia mais se parece comigo quando tinha sua idade. — Olhou para Jin e deu uma piscadinha. — Eu também conquistava os mais bonitos!