Quando me levantei, percebi que Caius já havia acordado. Saí do quarto, tentando me recompor após o dia turbulento. Decidi tomar um banho, esperando que isso ajudasse a clarear minha mente e me preparasse para o que o dia pudesse trazer.
O banho foi uma pausa bem-vinda. A água quente escorria pelo meu corpo, ajudando a aliviar um pouco da tensão acumulada. Enxuguei-me, tentando me concentrar em algo mais leve. Escolhi uma roupa simples, mas que me fizesse sentir um pouco mais confiante, uma blusa de seda azul clara com as costas nuas e uma saia preta colada que descia até os joelhos, nos pés optei por um Scarpin preto.
Secar o cabelo foi um pequeno ritual que me deu algum conforto. Optei por deixá-lo solto e levemente ondulado, um pouco mais natural do que o habitual. Apliquei uma maquiagem suave, com um toque de blush e um pouco de rímel, tentando criar uma aparência fresca e acordada, apesar da falta de sono.
Enquanto pegava o frasco de perfume, uma onda de memórias invadiu minha mente. Lembrei-me das noites em que Caius e eu escolhemos juntos perfumes, e como ele sempre amava o aroma doce que eu usava. Com um suspiro, decidi não aplicar o perfume de sempre. Em vez disso, escolhi um perfume mais leve e neutro, tentando deixar para trás o peso das lembranças e focar em um novo começo.
Desci as escadas, e o aroma do café fresco e pães quentes me atingiu. Na cozinha, encontrei minha mãe já sentada à mesa, com uma xícara de café e um cook de Nutella em mãos, uma das especialidades de Caius. O café da manhã estava completamente preparado, com café, leite, manteiga e mais pães frescos dispostos sobre a mesa.
- Ah, então Caius chegou. Comentou minha mãe ao me ver entrar na cozinha, ela estava com aquele sorriso esperançoso. - Eu percebi por causa dos cooks, ele sabe fazer, você não. Deu uma risadinha enquanto mordia o biscoito. - Será que o seu pai vai descer agora?.
Senti uma mistura de frustração e cansaço, e respondi com um tom cansado:
- Não sei, mãe. Suspirei. - Caius voltou para casa tarde hoje, ele deve ter acordado cedo e ido fazer alguma coisa importante, como sempre. A última parte foi um sussurro para mim.
Ela pareceu satisfeita com essa explicação e continuou a comer, aparentemente contente com o café da manhã e esquecida dos acontecimentos de ontem.
- Está tudo tão gostoso, como sempre. Disse ela, enquanto se balançava na cadeira. Ela sempre ficava assim quando comia cooks.
Fui até a mesa, peguei um pedaço de pão e passei um pouco de manteiga, tentando manter uma expressão tranquila.
- Mãe, eu vou precisar sair para trabalhar. Tenho uma reunião importante na floricultura. Falei, tentando mudar de assunto. - A Dana já deve está chegando. Comentei olhando no relógio, 07:10
- Claro, querida. Vai ser um dia agitado, não é?. Respondeu ela, enquanto eu me preparava para sair.
- Sim. Confirmei.
Dei um leve beijo na cabeça dela.
- Eu já estou indo para a floricultura agora, se comporte.
Sai de casa, tentando manter a compostura, e me dirigi para a floricultura, mas antes mandei uma mensagem para Dana, avisando a ela para não demorar. Eu não gostava de deixar minha mãe muito tempo sozinha.
Cheguei à floricultura e entrei, respirando profundamente o aroma das flores. Aquele perfume me acalmava mais do que qualquer sedativo que poça existir.
Laura já estava trabalhando a todo vapor, organizando os arranjos para o dia.- Bom dia, Calliope!. Saudou ela com um sorriso, tentando trazer um pouco de luz ao meu dia.
- Bom dia, Laura. Respondi, forçando um sorriso. - Como estão as coisas por aqui?.
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Entre flores e segredos
AléatoireA vida pacífica de Calliope Lewis na floricultura da família é virada de cabeça para baixo quando ela recebe uma fita cassete e uma carta misteriosa. Envolvida em um jogo psicológico de gato e rato, ela enfrenta uma perigosa batalha de sobrevivência...