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— TORI DIAZ —
— Cheguei — anunciei, largando minha mochila em algum lugar do palco do Roler.
— Finalmente! Veio de jegue? — Theo brincou, apoiado em sua bateria.
— Nas costas da sua mãe, na verdade — retruquei e o garoto revirou seus olhos. — 'tá nevando lá fora, na neve fica mais difícil de dirigir.
— Fica difícil ou você que não sabe? — Josh zombou.
— Vem cá, me chamaram aqui só para me zoar? Se for, 'tô indo embora.
— Pode ficar bem aí, Senhorita Encrenca. Estamos esperando o Luke e a Momona. Devem estar se pegando em algum lugar. Senta e espera — Theodore disse, tedioso. Eu bufei.
— Quantos anos você tem, mesmo? — perguntei, me sentando ao lado do garoto.
— Fiz quinze em Julho — respondeu.
— E toca bateria? — assentiu. — hum, deixa eu adivinhar, tem problemas familiares?
— Bingo! — Josh disse em um tom irônico. Theo me encarou.
— Como sabe? É vidente por acaso?
— Foi só um palpite. Um adolescente que é claramente mimado e usa roupa de marca não me parece precisar do dinheiro de uma banda de lanchonete — dei de ombros.
— É mais esperta do que pensei — soltou um riso. — já viu Hannah Montana? De dia de um jeito, a noite de outro. Esta é a vida de Theodore Burke! — ironizou, mas havia um pouco de verdade em seu tom de voz.
Theo parece ser do tipo de garoto que na frente dos pais é uma coisa, longe deles é outra completamente diferente. Faz piadas para esconder a situação crítica e deprimente de sua vida... ou não. Como eu disse, é só um palpite.
— Então — mudei de assunto. — você é baterista, isso eu já sei. Josh, 'cê faz o quê?
— Toco teclado e violão, Diaz — respondeu com seu jeito quieto de sempre, evitando me olhar.
— Legal. Faz isso há muito tempo?
— Por que te interessa?
— 'Tô só tentando quebrar o gelo.
— Aprendi com oito anos — disse após um suspiro.
— Uhum. E o Luke? Toca o quê?
— Sou um garoto do Baixo, Estrelinha — Luke chegou no local, junto de sua namorada. — bom, nós somos.
