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— TORI DIAZ —
— Compra quatro, maninho!
— Ah, não, Tori. Isso não é justo!
— A vida não é justa. — Sorri e o pequeno me deu língua, pegando mais cartinhas do monte em seguida.
Alisson soltou uma risadinha.
— Uno! — Cantarolou.
— Sem chance. Bloqueio, bloqueio, volta pra mim, volta de novo, mais dois, mais quatro — Tanner ia jogando as cartinhas na mesa. — Uno e mais quatro.
Alisson ficou boquiaberta e eu ri quando vi que o pequeno já não possuía mais carta alguma e havia ganhado.
— INJUSTIÇA! — Gael se levantou. — Você roubou!
— A sua sorte, só se for. — Tanner brincou.
Os meninos começaram uma pequena discussão. Mas antes que eu pudesse interferir, a campainha foi tocada. Estranhei de início, tendo em vista de que já estava quase no fim da tarde.
O carteiro deve ter se atrasado, foi o que pensei antes de abrir a porta e dar de cara com um loiro de sorriso leve e as mãos nos bolsos da calça.
— Oi. — Ele disse.
— Oi.
— WALKIE! — Tanner deu um pulo, passando por Alisson e Gael, que ainda jogavam. Quase me derrubou e então pulou no colo do irmão, que soltou uma risada, embora parecesse cansado.
— Oi, carinha. Como você tá?
— Bem. Eu ganhei no Uno!
— Boatos de que ele tenha roubado. — Sussurrei e Tan fez careta. Walker riu.
— Hum, e como foi com o papai? Você... se divertiu? — Pôs o garoto no chão, se abaixando para ficar da sua altura. Era notável o tom de preocupação em sua voz, mas ele se esforçou para disfarçar.
Pensei em me afastar dali, mas eu também me preocupava com Tanner, então não o fiz.
— Sim! O escritório dele é grandão. Sabia que ele tem mini robôs que ajudam ele? Eu pude conversar com um. No fim da tarde o papai pediu pizza e a gente assistiu Shrek. Foi irado! — O pequeno respondeu. Walker abaixou a cabeça, soltando outro riso.
— É, parece ter sido bem legal. — Se levantou e direcionou seu olhar para mim. — Valeu, por ter ficado com ele.
Me senti estúpida por ter ficado no mínimo uns cinco segundos, apenas encarando o loiro.