Capítulo 24

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Pov: Narradora

Dias depois

Eles ainda estavam no Brasil, mas logo voltariam para Miami. Todos estavam animados para voltar e finalizar o projeto que haviam iniciado há alguns meses. E Fernando também estava com uma exposição de fotos prestes a ser inaugurada. No geral, estava tudo andando bem.

Eles decidiram aproveitar os últimos momentos no país fazendo alguns passeios e comprando coisas. O problema é sempre as malas.

━ Acho que compramos tudo. Além do que vamos vir bastante aqui.

Maraisa revela dentro do carro, já quando estavam voltando para casa.

━ Vamos? ─ Fernando pergunta, desviando rapidamente a atenção da estrada, mas depois retorna.

━ É, eu também não entendi ─ Maiara ressalta no banco de trás.

━ Queria falar com vocês depois. Mas prefiro falar logo: eu quero voltar a morar aqui no Brasil.

━ Amor, você tem certeza disso? ─ ele poderia fazer perguntas como "e o seu trabalho?", "e sua vida?", "e o meu trabalho?!". Mas para ele, o que bastava era que ela estivesse bem.

━ Tenho. Estamos preparadas para voltar, né irmã? ─ pergunta olhando para trás, sorrindo.

━ Sem dúvida.

━ Bom, então vocês que mandam ─ Fernando concorda sem olhar para elas.

━ Você não se importa em vir para cá? E seu trabalho? Sua agência? Sua vida? ─ Maraisa se sente mal por ele.

━ Bom, eu posso trabalhar daqui mesmo. Minha mãe pode até vir também. O mais importante é eu estar com você; você é a minha prioridade. Sempre ─ declara sorrindo e dando um beijo na sua mão.

━ Aah, por que vocês têm que ser tão perfeitos! ─ Maiara coloca as mãos na bochecha fazendo uma cara fofa. O casal só se olha e ri.

Pov:Maraisa

Já estávamos quase chegando em casa. Passamos por algumas estradas e comecei a reconhecê-las. Paramos no semáforo para outra via funcionar e ali eu lembro. É o mesmo cruzamento. Foi nesse exato lugar que o acidente aconteceu.

Aperto minhas mãos juntas e começo a balançar as pernas em movimentos rápidos. Olho para trás e vejo minha irmã entretida no celular. Quando olho para Fernando, observo sua postura estranha. Seu olhar estava preso à frente, mas distante. Suas mãos apertavam fortemente o volante. Sua respiração estava mais tensa e suas pernas no mesmo estado que as minhas.

Como uma grande observadora da sua linguagem corporal, eu sei que ele está tendo uma crise de ansiedade. Ele deve estar sentindo a mesma coisa da outra vez dentro do elevador.

Em movimentos rápidos, abro todas as janelas do carro e aciono o modo automático do veículo. Ele se libera do transe ao notar minha ação.

━ Por que...

━ Toma ─ o interrompo, entregando um inalador para ele que guardo na bolsa já pronta para esses momentos.

Ele não responde nada e começa a puxar o ar pelo aparelho. Não desvio a atenção dele até ter certeza de que ele está bem. Depois de um tempo, continuamos o caminho até chegar em casa.

Entro no quarto e o encontro arrumando algumas coisas em uma mala. Ele estava tão concentrado que não percebeu minha presença atrás dele.

Como eu era antes de VocêOnde histórias criam vida. Descubra agora