Capítulo 25

170 16 24
                                    

O capítulo de hoje ficou um pouco menor que os anteriores, mas vai valer a pena porque o próximo...se preparem porque ficou lindo! Não vou fazer suspense para postá-lo. Daqui a pouco volto.

E pra tranquilidade de vocês acabou o sofrimento! Só vai ter algumas cenas de emoções, um leve gatilho mas os dias de glória chegaram!

Mais uma vez: se preparem porque essa era de novos capítulos tem muito pra acontecer e vou finalizar alguns assuntos que ficaram em aberto porque sei como fica chato isso sem um contexto.


Pov: Maraisa

Por mais que agora eu sinta que todo aquele assunto do acidente foi finalmente superado e aquela ferida foi cicatrizada por completo, ainda sinto que faltam algumas coisas para me libertar completamente do passado.

Dia seguinte

Fernando já havia chegado para me buscar e, com a permissão do médico, já podemos ir para casa.

Saio do quarto radiante; finalmente está tudo se encaminhando. Ou quase.

Quando estava prestes a pegar o elevador para a saída, ouço um grito vindo de um quarto. Sei que não deveria, mas sigo o som até encontrar a pessoa.

Do lado de fora mesmo já consigo visualizar a cena e o motivo do sofrimento. Havia uma moça lá dentro, sentada naquela poltrona que tem em todo quarto; em sua mão, havia um macaquinho, era uma roupa de bebê.

Sem pedir permissão, entro no quarto e caminho silenciosamente até a mulher sentada. Sua cabeça estava em uma altura baixa, claramente por causa do choro.

Não sabia o porquê de eu ter entrado ali; não conheço essa pessoa. Mas algo no meu coração falou mais alto. Quando a encarei do lado de fora, foi como ter um déjà vu de mim mesma. Mesmo não a conhecendo, eu conheço verdadeiramente a dor que ela está sentindo.

━ Olá ─ começo, me ajoelhando em sua frente. Ajeito um pouco do vestido longo que vestia.

━ Quem é você? ─ ela perguntou, ainda soluçando pelo choro.

Olhei para trás e vi Fernando encostado no batente da porta segurando minha bolsa. Havia um sorriso em seu rosto, como um incentivo.

Respirei fundo e voltei a falar.

━ Olha, eu sei que você não me conhece e posso dizer o mesmo. Mas eu sei a dor que você está sentindo nesse momento.

━ Não! Você não sabe. Você não sabe o quanto eu queria ter um bebê. Tanto ─ sussurro a última parte apertando a roupa em suas mãos.

━ Eu sei. Pode acreditar que eu sei o que você está sentindo. Acredite. Eu também já passei por essa dor. Sabe, no início eu não gostava muito da ideia de ter um filho naquele momento, por coisas que me aconteceram, mas depois percebi que aquilo era a melhor coisa que me aconteceu. A melhor parte de mim. Eu passei a não me sentir mais sozinha; era tão bom ter um serzinho que me acompanhava a todo momento. Ele me deu forças no momento em que eu só queria desistir. Mas infelizmente, um dia, quando eu já estava de sete meses, eu sofri um acidente de escada. Te digo com toda a convicção que a maior dor que senti na minha vida foi chegar naquele dia no hospital coberta por sangue e, na hora em que a médica passou aquele gel na minha barriga, não ouvir a batida do coraçãozinho dele. Aquilo me matou por dentro.

Eu já havia mudado por conta de decepções que senti; mas perder meu filho acabou comigo. Eu ingressei em um luto profundo e silencioso. Não aceitava ter perdido meu bebê e não permitia que ninguém tocasse naquele assunto. Eu me tornei uma pessoa horrível e isso seguiu por anos.

Como eu era antes de VocêOnde histórias criam vida. Descubra agora