Bomba no mundinho do vôlei

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   Maitê se sentia extasiada ao se olhar no espelho com o seu uniforme oficial escrita Maitê e o 13 estampado bem grande nas costas, a idade que tinha quando começou a jogar profissionalmente.

  Ela tinha feito quatro tranças com o a parte da frente do cabelo e depois o prendeu o restante em um rabo de cavalo bem alto. Já Julia havia feito uma trança escama de peixe no seu rabo de cavalo.

   Estavam todas sentadas no vestuário esperando o momento de entrar. Maitê estava ansiosa e suas pernas não paravam de mexer, pouco antes de entrar no ginásio sentiu seu celular vibrar,era uma ligação da Laura provavelmente para lhe desejar boa sorte, mas deixou de lado e desligou o  aparelho.

   – Meninas hoje iniciamos o passo principal da nossa disputa em busca da medalha de ouro, sei que estamos nervosas, mas antes de entrar naquela quadra eu queria dizer uma coisa para vocês. — Gabi começou a falar na sua posição de capitã do time. — Todas nós batalhamos e muito para chegar até aqui,  somos uma família e é com garra e união que vamos lá lutar pelo nosso sonho. — concluiu no mesmo instante que o Zé entrou no vestuário.

     Passar pelo pequeno túnel ouvindo a torcida brasileira gritar em animação deu uma energia a mais para o jogo.

     O jogo foi fantástico, a sincronia e a união do time pareciam inquebráveis. O bloqueio parecendo uma muralha e a sequência de passes quase que ensaida.

    Todos pareciam terem entrado em quadra com a força do odio dando pouca ou quase nenhuma oportunidades pro time adversário. Maitê parecia estar em seu melhor desempenho fazendo ataques certeiros e protagonizando alguns monters blocks com Thaisa e Julia impressionando a muitos que disseram que ela só estava lá por causa da Thaisa.

   Brasil ganhou o jogo de 3x0 com vantagens de mais de 10 pontos em todos os sets, mostrando para o que tinham ido para lá e levando a torcida a loucura de alegria.

    —  Maitê pode conversar com a gente um pouco? — uma repórter da casetv aproximou-se enquanto ela se preparava para ir ao vestuário.
    — Claro. — Maitê falou levemente tímida.
    — Como sente estreando na seleção brasileira? — a repórter questionou.
     — É a realização de um sonho para mim, comecei a jogar vôlei aos 8 anos como atividade extra no colégio que estudava e aos 13 de forma profissional, então estar aquí aos 20 anos é uma honra. — respondeu com um brilho nos olhos.
    — Maitê boatos que era para você ter entrado na seleção em 2022 e jogado na liga das, são reais? — a mulher questionou
    — São sim, mas em 2021 eu tive uma lesão no tornozelo que precisei operar e só voltei a jogar ano passado. — Maitê falou apontando para o tornozelo esquerdo onde usava o seu estabilizador.
     — E o que você acha sobre a sua semelhança com a Thaisa Daher. — a mulher questionou fazendo Maitê de sentir levemente desconfortável.
     — Thaisa é uma mulher incrível, forte e que joga incrivelmente bem. Ser comparada com ela é um puta elogio. — respondeu sem dar abertura para mais perguntas sobre o assunto.
     — Recentemente você postou uns stories com uma garota que não dava ao certo para ver quem era. Estão tendo um lance? — questionei a entrevistadora testando a paciência de Maitê.
    — Foi com a minha princesa, ela é uma pessoa maravilhosa, que me enche de orgulho e me faz apaixonar por ela todo dia.  — respondeu com os olhos cheios de paixão.
   — Pode nos dizer quem é a dona do seu coração? — A mulher perguntou.
    — Na hora certa vocês irão saber. — Maitê respondeu sorrindo.
   
    A mulher encerrou a encarando ali para o alívio de Maitê que não aguentava mais nenhuma pergunta pessoal que a mulher pudesse fazer.

[...]

  Chegar na vila olímpica depois de um jogo daqueles foi um alívio, Maitê estava na cama deitada lendo enquanto Julia terminava seu banho. Zé Roberto havia dado o resto do dia de folga para as meninas descansarem então o time todo tinha combinado de comerem alguma coisa juntas e depois irem aproveitar um pouco a vila olímpica.

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