Existe amor em Paris

Andre e Neide Bergman

   Maitê se sentia em abstinência, abstinência de Julia Isabelle Bergman. Fazia cinco dias que havia chego em Belo Horizonte e  estava no apartamento da Thaisa e de Rafael, já Julia havia ido para Toledo passar uns dias com os pais, era para a ruiva ter ido antes para BH,direto de São Paulo. Porém por questões familiares os planos precisaram ser mudados.

    Nesses cinco dias as duas tinham se falado por chamada de vídeo, porém não se comparava com sentir o toque suave dela em sua pele, o cheiro do seu perfume, o aconchego de dormirem agarradinhas. Maitê começava a se questionar como seria não estar com a namorada todos os dias quando as férias acabassem.

    Só que ao mesmo tempo os cinco dias convivendo apenas com Thaisa e Rafael praticamente foram muito bons para se conhecerem melhor, principalmente o homem que havia ganhado uma enteada do dia pra noite.

    Mas a distância entre ela e Julia estava para acabar, os Bergman já estavam em terras mineiras. Thaisa havia organizado um final de semana em família e os pais de Julia estavam inclusos entre as pessoas que iriam para o sítio que a mais velha alugara.

    — Julia vai se apaixonar mais ainda. — Thaisa disse surgindo na porta do quarto que Maitê e Elena estavam ficando.

     Maitê estava se arrumando para jantar com Julia e os pais dela, conhecer os sogros basicamente, ia ser a primeira vez que iriam se ver depois dos dias longe uma da outra. Havia escolhido um vestido listrado azul e branco com manga princesa, uma sandália branca e acessórios pratas.

    — Tá bom mesmo? — Maitê questionou encarando seu reflexo no espelho.
    — Filha você está perfeita, porque tanta preocupação? — Thaisa falou abraçando a garota por trás.
     — E se os pais dela não gostarem de mim? — Maitê questionou apreensiva.
     — Pequena olha pra mim? — Thaisa falou virando a garota e fazendo ela a encarar nos olhos. — Você é uma mulher amorosa, cuidadosa, alegre, encantadora, responsável,dedicada e forte. Não tem como não se encantar por você, sem contar que você faz a Julia muito feliz, que pai ou mãe não quer isso? — Thaisa disse firme e pode sentir que suas palavras encorajaram Maitê de alguma forma a ponto da garota relaxar os ombros.
     — Tomara que você esteja certa. — Maitê falou esperançosa. — Mas de verdade, não tem problema mesmo vocês cuidarem da Elena? — ela perguntou para ter certeza que estava tudo certo, ia ser um jantar tarde para o horário que a garotinha costumava dormir e levar ela ia ser muito complicado depois.
     — Nenhum problema, ela já tá de banho tomado, já jantou e tá lá assistindo desenho com o Rafa não sei qual dos dois está se divertindo mais. — Thaisa deu uma leve risada ao se recordar da cena que vira a poucos minutos dos dois cantando junto a abertura do desenho.
      — O Rafa vai ser um bom pai. — Maitê disse e percebeu um sorriso surgir nos lábios de Thaisa.

      Ela sabia que os dois pensavam em ter filhos e sinceramente torcia muito para que isso acontecesse de verdade, afinal Thaisa merecia viver a maternidade de forma plena e como havia dito quando a mulher lhe confessou esse desejo ela iria mimar e muito seu irmão ou irmã independente de onde estivesse morando.

      O celular de Maitê tocou, era uma mensagem de Julia avisando que já tinha saido com os pais e estava a caminho do restaurante.

     — Eles já estão a caminho. — Maitê falou após ver a mensagem.
     — Quer que eu te leve? — Thaisa questionou.
     — Precisa não, vou pedir um carro de aplicativo. — Maitê falou mexendo no celular.
     — Vai falando no telefone comigo ao menos?— A mais velha pediu, se sentia mais segura assim.
     — Pode deixar mãe. — A garota respondeu depositando um beijo na bochecha de Thaisa.

[...]

    Maitê estava  parada em frente ao restaurante escolhido, segurando dois pequenos buquês de flores e um guia de bolso da história local, uma forma de presentear os sogros e sua amada. Ela respirou fundo numa tentativa de controlar a ansiedade crescente em conhecer os sogros.