Capítulo 6

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Melissa narrando

Contei a situação para Raquel, até ela concordou que era um anjo.
Me chamou de tapada, por ter perdido o papel com o telefone e nome dele. Nem sei como se escreve, só sei que é Raphael porque ele falou para mim.

Os dias foram passando e sempre que eu ia para o curso preparatório, via aquele homem atlético passando com as muletas. Talvez esteja fazendo fisioterapia, parece que foi algo em seu joelho. Ficava olhando tentando descobrir o que tinha acontecido.

Ele se parece tanto com Raphael. Já faz quase um mês que tenho o observado. Ele está sempre no mesmo local, no mesmo horário. O ônibus fica parado no fiscal por alguns minutos e eu sou grata por isso, por poder admirar aquele homem perfeito, que me lembra um anjo.

Hoje ele estava sentado no banco da praça, ao lado do fiscal. Ele estava bebendo água de uma garrafinha. Parecia até um ator de comercial bebendo água em câmera lenta. Fiquei tão hipnotizada que nem me dei conta que estava olhando para ele com a boca aberta.

Um pouco da água escorreu no canto de sua boca e ele limpou com a parte de trás da mão, em seguida olhou para frente. Bem na minha direção. Ele sorriu e achei aquele sorriso familiar. Só aí me dei conta que estava de boca aberta olhando para ele.

Levei um susto tão grande que a minha reação foi abaixar.

- Droga! Que idiota que sou. - Dei graças a Deus que o motorista logo entrou no ônibus e deu partida. Levantei um pouco para olhar se ele ainda estava lá.

Dei de cara com ele, de pé e sorrindo, olhando na direção da janela do banco a qual eu estava sentada.
Abaixei novamente e permaneci até o ônibus sumir dali.

Minha cara queimou tanto, que mico.
Tomara que ele não ache que sou uma oferecida.

Cheguei em casa, tomei banho , almocei e fui para o quarto fazer algumas questões do curso.
Toda hora me perdia em meus pensamentos. Minha mão estava apoiada na lateral da minha cabeça,unha imaginação estava me tirando do foco.
Que sorriso perfeito, parecia que já tinha visto aquele sorriso antes. Me pareceu tão familiar...

Passei mais três vezes por ele, agora tenho estratégia, ou colocou óculos escuros ou finjo que estou lendo.
Agora ele deu para ficar sentado no banco da praça, olhando em direção ao ônibus.
Como sento no menso lugar, os olhos dele vão direto em mim.

Se ele tirasse os óculos, daria para ver se é Raphael ou não.
Estou aqui me iludindo novamente, isso que dá gostar de ler romances. Eu aqui sábado que será muito fácil encontrar Raphael.

Hoje estava tão esperançosa para vê-lo e tirar minhas dúvidas, pela primeira vez o ônibus parou e ele não estava vindo caminhando, nem estava sentado no banco da praça. Olhei por todos os lados, procurando por ele. O motorista já iria voltar, meu coração ficou triste por não vê -lo hoje.

Raphael narrando

A primeira vez que a vi no ônibus foi no meu primeiro dia de caminhada.
Vi aqueles lindos cabelos marrons dourados e aqueles olhos azuis perfeitos.
Não quis me encher de falsas esperanças, mas era quase impossível ter outra pessoa no mundo que causasse essa estranheza aqui dentro de mim.

Sempre que caminhava por ali o ônibus parava no mesmo local e eu a observava, olhando em minha direção, ele não me reconheceu pois ando de boné e óculos escuros.

Meu coração está aflito, tenho que arrumar um jeito de ter contato com ela. Tenho que ter certeza que é a Starbucks. E se ela já estiver namorando?

Tenho sonhado tanto com ela, que desespero é esse?
Tenho que tomar coragem e me aproximar mais do ônibus, dependendo da reação dela posso chegar a alguma conclusão, sou bom em ler faces.

Hoje sai para caminhar mais cedo, decidi sentar no banco, em uma praça ao lado do fiscal.
Olhei o relógio e já estava na hora, o ônibus chagava pontualmente. Abri a garrafa de água para disfarçar, comecei a beber e a observava por baixo do meu óculos escuro.

Ela perecia enfeitiçada, ficou parada com os olhos fixos em mim, estava boquiaberta.
Fechei a garrafa, quase sorri , isso fez um pouco de água escorrer pelo canto da minha boca. Sequei com a costa da mão e olhei em sua direção, sua reação me fez sorrir. s
Sua  boca estava aberta e ela me encarava, parecia olhar um galã de cinema ao vivo a a cores.
Ao reparar que eu a olhava, se abaixou rapidamente. Prendi os lábios para não gargalhar em praça pública, as pessoas poderiam achar que sou louco, até porque estava sozinho ali.

Levantei e tentei olhar, para ter certeza que era a Starbucks. Ela levantou um pouco, deixando só os olhos de fora e a franja. Quando deu de cara comigo se abaixou novamente.

Tive que controlar meus impulsos, minha vontade era de entrar no ônibus e perguntar se ela lembrava de  mim. Com certeza é ela, não teve outra pessoa que fez meu coração disparar assim.

Após mais três passadas por mim, em todas as vezes eu estava sentado no banco, decidi tomar coragem. Tinha que acabar logo com esse calvário, decidi averiguar se ela estava namorando.

Hoje é dia da Starbucks passar por onde eu caminho novamente, toda segunda, quarta e sexta ela passa por lá.

Levantei cedo, tomei café da manhã, me arrumei e me perfumei. Fui até um Starbucks que fica próximo a minha casa e pedi as mesmas coisas que pedi há dois anos.
Olhei o relógio e faltavam dez minutos para o ônibus chegar, fiquei atrás da cabine do fiscal.

O ônibus parou e o motorista desceu, fiquei esperando o motorista voltar para o ônibus para eu entrar com ele.
De longe a vi, olhando por todos os lados, sorri ao ver que ela estava me procurando.
Passei pelo lado oposto do ônibus e esperei o motorista entrar, entrei logo em seguida.
Ela estava com os  olhos tão fixados lá fora, parecia determinada a achar algo.

Como sou bom em decifrar rostos, pude ver sua frustração e tristeza.
Paguei a passagem e caminhei pelo corredor, até chegar nela.
Starbucks continuava olhando fora, sua mochila estava em cima do banco, ao lado dela.

- Com licença, posso me sentar aqui? - Ela poderia me dar uma resposta como: Tem lugares vazios aí. Mas ela apenas tirou a mochila e colocou no colo. Seus olhos ainda estavam lá fora.

- Pode sim. - Ela fez tudo sem olhar para mim. Sorri e sentei ao lado dela. Meu coração estava mega disparado, finalmente encontrei a Starbucks, olhei sua mochila e o chaveiro que a dei estava lá. Vinha um chaveiro com o lanche que comprei para nós dois no aeroporto. Nesse  lanche aqui também tem um.

- Lindo chaveiro. - Falei para ver se ela olha para mim. - Onde comprou?

- Foi uma pessoa muito especial que me deu. - Ele ficou tão triste olhando para fora, que uma lágrima escorreu em seu rosto. Starbucks rapidamente secou com as mãos.

- Você está procurando alguém? Está triste? Quer conversar? - Ela olhou para mim, com os olhos vermelhos e rasos de lágrimas.

Raphael James Chevalier - Triologia Fake Love 3° Onde histórias criam vida. Descubra agora