Capítulo 14

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Raphael narrando

Olhei para Melissa e ela congelou. Ela não sabia se acabava de puxar a mão ou se deixava ali mesmo. Dei uma de doido, só para não deixa-la mais sem graça.

- Deixe aqui, estão tão bom. - Falei e coloquei a mão dela no meu tórax novamente. Melissa corou na hora. Fechei os olhos novamente.

- Tenho que ver meu celular, para ser se Raquel recebeu alta.

- Eu pego para você, não se levante. - Abri os olhos e ameacei levantar.

- Não, imagine. Já te dei muito trabalho, deixa eu pegar. - Ela me puxou, me fazendo deitar novamente. Cai na cama com o rosto muito próximo ao dela.

Franzi a sobrancelha e fiquei parado, olhando no mais profundo de seus olhos. Melissa olhava por todo meu rosto, como se admirasse uma tela de um artista famoso.

- Posso te pedir uma coisa? - Falei para ela.

- Pode. - Melissa parecia estar hipnotizada.

- Posso te abraçar? - Ela olhou nos meus olhos.

- Não vai te trazer problemas, certo?

- Problemas com quem? - Não entendi muito a pergunta.

- Deixe pra lá. - Ela sorriu. - Acho melhor não me abraçar. Pode trazer problemas para você e eu vou ficar mais apegada do que já estou. Desculpe. Eu estou abusando muito, nem era para eu ter pedido aquele abraço , na seu estava muito mal. - Ela levantou da cama e eu levantei atrás dela.

- Melissa. - Segurei seu braço.

- É melhor assim, Raphael. Não quero atrapalhar sua vida. - Ela tinha lágrimas nos olhos. - Tenho que ir, ver se minha amiga está bem.

- Eu não vou deixar você sair daqui enquanto não me explicar que história é essa de atrapalhar minha vida. Não estou entendendo. - Parei na frente dela, ela tentou passar por mim e eu acabei me desequilibrado.

Tentei apoiar, firmando meus pés no chão, mas a perna falhou. Cai sentado no chão, já estava acostumado a cair sem me machucar, fiz por muitos anos lutas variadas.
Mas eu não ia perder a oportunidade de ser mimado, tive que fazer uma cena. Alanna sempre fazia chantagens e ganhava o que queria, vai que funciona para mim também.

- Raphael, você está bem? - Ela abaixou perto de mim e colocou a mão na minha perna.

- Ai, ai, ai. Está doendo. - Joguei meu corpo para trás, deitando no chão. Dobrei um braço e coloque em cima dos olhos.

- Desculpe, desculpe por favor. - Ela estava nervosa.

- Está tudo bem. Pode ir, eu dou meu jeito aqui. - Olha a chantagem emocional.

- Como vou te deixar assim? Desculpe Rapha. - Ouvi-la me chama de Rapha me chamou atenção. Tirei o braço de cima dos olhos e a olhei. Seus olhos estavam rasos de lágrimas.

- Melissa, não fique tão preocupada, está bem? - Olhar seu rosto meu deu arrependimento de toda cena que eu estava fazendo.

- Foi minha culpa. - A lágrima escorreu em seu rosto.

- Olha para mim. Não estou sentindo dor, está bem?

- Você só está falando isso para eu não me culpar. - Ela olhava e passava a mão na minha perna.

- Não é não! Olha para mim. Vou levantar, daí você vai ver.

- Não. - Ela olhou para mim. - Não faz força por favor, deixa eu verificar primeiro se está tudo bem.

- Então me ajude a levantar. - Sentei no chão e ela me ajudou a levantar. Quando fiquei de pé, senti uma pontada na perna. - Ai! - Falei involuntariamente.

- Viu? Está com dor sim. Desculpe. - Ela secou os olhos com as mãos.

- Está tudo bem, ok? - Vi que ela ficou tão desesperada que nem quis prende-la ali mais. Me arrependi de querer chantagear a coitada.

- Vou dar uma olhada no celular, para ver se tenho notícias da minha amiga. - Ela pegou o celular na bolsa, que ficara na cozinha. Logo estava de volta. - Ela já está em casa, um rapaz que conhecemos no hospital a levou para minha casa. Vou agradece-lo e cuidar de você. - Ela digitou algo e logo sentou do meu lado na cama.

- Melissa, não precisa ficar assim. Está tudo bem. Pode ir ver sua amiga.

- Como vou te deixar assim? Sua namorada vem hoje? Quando ela vem? Você não pode ficar sozinho e eu tenho que cuidar da minha amiga. - Ela chorou e segurou a cabeça. - Tudo minha culpa. - Ela balançava as pernas.

- Ei. Primeiramente, se acalme. Está bem? Eu não estou sentindo dor, só doeu quando levantei, estou bem. E que papo é esse de namorada? - Ela olhou para mim.

- Vanessa, não é ela sua namorada? - Ouvir aquele nome me dava náuseas. Vi a dor nos olhos de Melissa.

- O quê? De onde você tirou isso? Quero distância dessa louca. - O que aquela louca já aprontou?

- Ela me contou quando fomos no quartel, que vocês são namorados.

- É sério isso? Aquela... Aff. - Que raiva dessa garota. - Por isso que você ficou mais distante de mim? Eu não tenho nada com aquela oferecida.

- Mas você falou que seu coração está preenchido. - Ela me olhou com olhos tristes. - Eu pensei... - A interrompi.

- E realmente está, você não consegue enxergar? - Levantei e fiquei na frente dela. A puxei pela mão e a levantei. - Presta atenção no que vou falar, desde o dia em que te vi no aeroporto nunca mais consegui parar de pensar em você.

- Então, é verdade que ela não é sua namorada? - Ela estava triste, mas parecia estar aliviada por ouvir minha resposta.

- A única coisa que quero dela é distância. Starbucks, você tem ideia do quanto te procurei e tive medo de você estar namorando? Quanto te vi pela primeira vez, naquele ônibus, tive que controlar minha ansiedade até ter certeza que era você. Você não repara jeito que te olho, o jeito que sorrio quando estou com você? Nunca senti isso por ninguém, sinto tanta paz quando estou contigo. Você me conquistou no primeiro dia que olhou em minha direção e sorriu para mim, naquele aeroporto.

- Raphael, eu pensei que fosse só comigo. - Ela me olhava de perto. - Senti raiva de mim mesma, por ter perdido seu contato. Sofri todos os dias e orei para que eu pudesse te encontrar novamente. Tive medo de você estar namorando também. - Ela sorriu em meio as lágrimas.

- Meu coração está preenchido e é por você. Starbucks, você nem me deu chances de defesa. Nunca quis tanto estar com alguém como quero estar com você. Então não venha com essa história de Vanessa, pelo amor de Deus.

- Desculpe toda confusão, até eu mesma duvido se sou boa o suficiente para você. Por isso tentei sufocar esse sentimento, mas foi uma tentativa vã. - Ela secou as lágrimas e sorriu. - Eu morri de ciúmes quando ela falou aquilo.

- Olha aqui. - A puxei pela cintura. - Quando você tiver qualquer dúvida, me pergunte. Por favor, promete?

- Prometo.

- Agora deixa eu te perguntar uma coisa, eu nunca fiz isso, então não sei se estou fazendo certo, então não ria de mim. Melissa Starbucks, você quer namorar comigo? - Olhei em seus olhos e esperei a resposta. Meu coração batia acelerado.

Raphael James Chevalier - Triologia Fake Love 3° Onde histórias criam vida. Descubra agora