Capítulo 7

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Raphael narrando

Ela olhou para mim e ficou parada por algum tempo.

- Raphael? - Seus olhos estavam fixados nos meus.

- Oi, Starbucks. Já que não sei seu nome, te apelidei assim.

- É você mesmo? - As lágrimas escorreram em seu rosto.

- Em carne e osso. - Sorri.

- Posso te abraçar? - Suas sobrancelhas estavam franzidas.

- Quer que eu fique de pé?

- Não precisa, ela chegou para mais perto e me abraçou. É você mesmo, não é? - Ela chorou quietinha.

- Ainda tem dúvidas? - Não pude abraça-la de volta, novamente, minhas mãos estavam ocupadas segurando as coisas.

- Desculpe, ela se afastou e secou as lágrimas com as mãos. - Como você está? O que aconteceu com sua perna? Por que não caminhou hoje?

- Respira. - Falei e sorri para ela. - Antes de responder qualquer coisa, deixe eu te fazer uma pergunta. Qual é o seu nome? Não posso deixar de perguntar.

- Melissa. Meu nome é Melissa Assunção.

- Lindo nome. Combina bem com você.

- Obrigada. - Ela sorriu e abaixou um pouco os olhos.

- Ah, trouxe um lanchinho, pra relembrar os velhos tempos. - Sorri.

- Eu nuca mais comi lanche desse lugar, foi a primeira e última vez.

- Estamos iguais então. Me fale sobre você, o que tem feito, como está sua vida?

- Primeiro responde minhas perguntas, está tudo bem com você?

- Melhor impossível. - Sorri olhando para ela. Meu coração parecia que ia sair do peito, de tão acelerado.

- O que houve com sua perna? Ela olhou para a minha perna com pesar.

- Levei um tiro. -  Dei um sorriso fino.

- O quê ? Foi assalto?

- Não, foi um acidente no quartel. Um soldado esqueceu a arma engatilhada, daí disparou. Ou era a minha perna ou era a cabeça do meu amigo. Ainda bem que acertou meu fêmur.

- Mas você vai ter que ter muito tempo de fisioterapia.

- Sim. - Eu ia falar que tinha uma pessoa do quartel que fazia as minhas fisioterapia. E que eu tinha que arrumar outra pessoa para me ajudar nas fisioterapias. Mas ainda bem que ela falou antes.

- Sou fisioterapeuta. Me formei tem alguns meses, te ajudarei com maior prazer. Devo muito a você. - Ouvir aquilo massageou meus ouvidos.

- Sério? Se estiver com horário vago, vou querer sim.

- Até se não tivesse horário, eu arrumaria. Devo muito a você, tenho uma eterna gratidão. Quer que eu comece quando? Amanhã?

- Você pode amanhã? Se puder... - Eu estava me controlando para não comemorar em voz alta e nem mostrar muita empolgação , ainda não sabia se ela estava comprometida.

- Então está marcado. Você tem os aparelhos em casa? - Ela falou.

- Tenho sim. Anote meu contato, me envie a lista do que vai precisar. Eu compro hoje.

- Não quer que eu leve nada?

- Não, está tudo bem.

- Tome, anote aí seu contato. - Ela estendeu a mão  com o celular para mim. Anotei e devolvi a ela. Ela apertou para discar. - Prontinho, agora é só salvar

Raphael James Chevalier - Triologia Fake Love 3° Onde histórias criam vida. Descubra agora