Capítulo 12

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Melissa  narrando

Me despedi dele e entrei no carro. Queria tanto pedir um abraço, queria poder me abrir e dizer que gosto dele. Depois que ele falou que só duas mulheres já  o abraçou na vida, nunca mais o abracei novamente.

Me precipitei e o abracei duas vezes, uma quando o conheci e outra quando o reencontrei.
Como queria ser impulsiva novamente e o abraçar, estou com tanto medo de ter que me afastar dele. E se aquela tal de Vanessa realmente for sua namorada?

Fui pensando durante todo o trajeto. Tenho tantos sentimentos por ele, Raphael foi o único que me olhou como um ser humano normal. Foi o único que nunca forçou nada e sempre me respeitou.
Talvez seja porque o coração dele já está ocupado. E eu me iludindo.

Avisei a ele que cheguei em casa, ajudei minha mãe com os afazeres de casa e mostrei o carro para ela, que ficou impressionada. 
Expliquei que é do paciente, como nunca dei motivos para desconfiarem de mim, ela acreditou.

Tomei banho e deitei, fiquei o resto do dia pensando, as lágrimas começaram a cair. Amar alguém nos provoca dor. Por que fui gostar de um cara comprometido?

Raquel mandou mensagem, perguntou se podia dormir aqui em casa, o padastro dela estava alcoolizado já tinha agredido ela e queria agredi-la novamente.
Disse que poderia, em algumas horas ela chegou.
Ela tinha um hematoma no olho e seu nariz estava sangrando, a incentivei a denunciar aquele filho da mãe.

- Amiga, você quer que eu compre uma casa para você? Daí você vai embora daquele lugar. Já que sua mãe não toma uma atitude, eu tomo por ela.

- Não precisa amiga, vou dar um jeito.

- Amanhã você vai procurar uma casa comigo. - Fui abraça-la e ela deu um grito de dor. - O que houve?

- Não é nada. - Ela falou e segurou a costela.

- Deixa eu ver amiga. - Tentei levantar sua blusa. Ela segurou e fez uma cara de dor.

- Deixe para lá. Ele me derrubou e me chutou várias vezes. Estou com uma dor terrível aqui do lado.

- Vamos agora para o hospital, eu vou denunciar esse desgraçado.

- Amiga, minha mãe nunca vai me perdoar. Não posso fazer isso.

- Raquel, pense. Você vai esperar ele te matar? Porque é isso que vai acontecer.

- Eu tenho medo, você entende? - Ela secou as lágrimas as com as mãos.

- Entendo, mas não vou te deixar em casa com dor. Vamos para o hospital.

A ajudei entrar no carro e fomos para o hospital.
Raquel entrou para a sala de raio x e eu fiquei aguardando na recepção.

- Olá, com licença. Vi que vocês chegaram sozinhas. Ela é sua amiga ou irmã? - Olhei para o rapaz, meus olhos estavam cheios de lágrimas.

- Ela é minha amiga. - Sequei os olhos com as costas das mãos e funguei.

- Não me leve a mal, mas a sua amiga está com marcas visíveis de agressão. Foi assalto ou algo do tipo?

- Foi o filho da mãe do padastro dela e ela não quer denunciar com medo da mãe ficar com raiva dela. Mas eu vou denunciar, ela querendo ou não. - Caí em lágrimas.

- Se você quiser, posso te ajudar. Sou militar.

- Sério? Eu quero. Mas eu tenho medo dela ficar com raiva de mim. Vou falar com ela, se caso ela não quiser eu vou no lugar dela.

- Está bem. Qual é no seu nome?

- Melissa. E o seu?

- Eli. O nome da sua amiga é como?

- Raquel. Obrigada pela preocupação, Eli. Deus te abençoe.

- Quer anotar meu contato? Se caso precisar de algo, você me liga.

- Está bem. Obrigada. - Anotei o número dele.

- Vou ter que ficar por aqui hoje estou com uma dor no estômago que está me matando. Vou dar uma olhada na sua amiga. Parece que você está nervosa e preocupada.

- Estou sim. Muito obrigada.

- Por nada, já volto com notícias.

Ele entrou e  eu fiquei ali, pensando se mandava mensagem para Raphael ou não.
Meu celular acendeu com uma mensagem dele.

Boa noite , bons sonhos.

Decidi responder, mas sem puxar assunto, para ele não inventar de aparecer aqui. Ele falou que é super protetor, vai que perde o sono ou sai no meio da noite.

Boa noite, bons sonhos.
Até amanhã.

Ele respondeu:
Até.

Fiquei esperando por uma hora, Eli veio me informar que Raquel teve uma fratura na costela, que estava no medicamento.
Ela iria ficar em observação, que só seria liberada pela manhã.
Ele falou que só sairia pela manhã também, que estava na cama ao lado da dela. Se ofereceu para observa-la para mim, já que eu não podia entrar. 

Dei meu contato para ele e pedi para me ligar, caso ela fosse liberada.
Liguei para minha mãe para avisar sobre a situação de Raquel.

Entrei no carro e me permiti chorar, é muita covardia. Senti tanto ódio daquele verme que é o padastro de Raquel.
Peguei o celular e fiquei olhando, queria pedir ajuda a Raphael, mas ao mesmo tempo não queria incomodar, já passava da meia noite.

Apertei para tirar do aplicativo de mensagem, acabei apertando  para ligar para ele sem querer.
Assim que ouvi o barulho no carro, da chamada, desliguei rapidamente.

Não demorou três segundos e ele ligou de volta. Tive que atender para não causar  preocupações.

- Melissa, está tudo bem?

- Está sim. - Minha voz era de choro.

- Você está chorando?

- Estou. - Decidi ser sincera, eu precisava desabafar.

- O que houve, você quer que eu vá ai?

- Não precisa, não estou em casa.

- Onde você está? O que aconteceu? - Ele começou ficar ansioso.

- Estou no hospital com uma amiga.

- Me passa o endereço, vou para aí agora.

- Não precisa, Raphael. - Parei de falar e chorei ainda mais, lembrando daquela infeliz falando que era namorada dele. Juntei todos os sofrimentos em um pacote só, se era para sofrer, vamos sofrer de uma vez.

- Melissa, o que está acontecendo? Me fala.

- Eu posso passar aí? É quinze minutos daqui para aí. Você estava dormindo?

- Claro que pode, eu estava estudando.

- Então deixa, não quero te atrapalhar.

- Olha só, se você não vier aqui eu vou até você. Estou preocupado. Vou te achar pelo rastreador do carro .

- Daqui há quinze minutos chego. Você pode conversar comigo pra eu não dormir no volante? Estou exausta.

- Claro que posso. Vem com calma, vou fazer um chá para nós, você está precisando relaxar.

Raphael James Chevalier - Triologia Fake Love 3° Onde histórias criam vida. Descubra agora