Raphael narrando
Ela me olhava, esperando uma brecha para me fazer sentar.
- Senta lá, eu te sirvo. - Ela tentou pegar o prato da minha mão.
- Você é visita, tenho que te servir. Se eu não te tratar bem, você não volta.
- Você que pensa. Eu falo sério quando digo que tenho uma gratidão eterna com você. Só Deus sabe o quanto eu estava desesperada naquele dia.
- Mas eu não fiz na intensão de você me recompensar de alguma forma.
- Eu sei. Por isso quero te recompensar, porque você não me pediu nada em troca.
- Você se parece muito comigo. Eu acho que as coisas tem que acontecer naturalmente, não por obrigação.
- Penso desse jeito. Agora me dá isso aqui. - Ela sorriu.
- Obrigado por confiar em mim. Mas não vou te dar, vou te servir. Está com pena sim porque estou com uma muleta?
- Eu que agradeço por todo cuidado. E estou, estou com dó de você. Não precisa se esforçar tanto para me agradar, estou acostumada a me virar sozinha. Deixa eu te ajudar, pelo menos.
- Deixo me ajudar, combinado?
- Sim. - Ela pegou o prato da minha mão e colocou na mesa. - Me fale se tenho que pegar mais alguma coisa. - Sorri para ela.
- Já está tudo aí.
- Então senta. - Ela isso a cadeira. Sorri para ela e sentei. Quanto cuidado.
Tomamos o café da manhã, mostrei a casa para ela e logo e fomos para a sala de fisioterapia. Já tinha um ambiente montado na academia da casa, o outro fisioterapeuta usava ali.
A seção durou por uma hora.- Amanhã você faz curso, não é isso?
- Sim, mas se você quiser posso descer aqui. Podemos fazer fisioterapia na piscina, daí desço aqui nos dias de curso. O que acha? Mas pode deixar que trago minha marmita.
- De jeito nenhum, você almoça comigo. Se não ficar muito cansativo para você, eu vou adorar te ter aqui todos os dias.
- Então estamos combinados. Mas quanto ao almoço, eu posso trazer.
- Finja que você está sendo contratada por uma empresa. Deixa eu pagar seu almoço. Falando em pagar, qual valor das fisioterapias?
- Eu não vou conseguir te cobrar. Você fez muito por mim, eu sou muito grata. O que eu puder fazer por você, farei. Nada pagará o que você fez, você não sabe o terror psicológico que eu estava sofrendo.
- E se eu te pagar o valor que eu achar justo?
- Eu não vou conseguir te cobrar. - Ela sorriu.
- Então, eu preciso de cinco meses de fisioterapia. Tinha um fisioterapeuta me tratando, mas ele não está disponível no momento. - Isso era verdade. - Mas eu não sei o valor que ele cobra, o quartel o paga.
- Quartel? - Ela me olhou meio surpresa.
- Sim, sou militar. Foi lá que tomei esse tiro na perna.
- Meu Deus, você vai isso cunho ontem, eu estava tão feliz em te reencontrar que acabei esquecendo dessa parte. Estou fazendo preparatório para fazer a prova, em breve entrarei para a área militar também.
- Está falando sério? - Sorri. - Realmente nos parecemos muito. - Eu posso te ajudar no que você precisar, você pode estudar comigo se quiser. Sobre o pagamento, vou te pagar de uma vez, pode ser?
- Não precisa, já falei. Eu aceito o estudo como pagamento. Pode ser?
- Metade do pagamento em estudo e metade em dinheiro. Fechado? - Estendi a mão para ela, para ela apertar.
- Fechado. Não tenho outra opção, né? Já falei que não quero receber.
- Acredito que você tenha coisas para fazer, não posso ocupar sua agenda e não pagar por isso. Me envia seu pix.
- Agora? Mas já?
- Claro, você pode me enrolar e não enviar.
- Você sabe que eu faria isso, né? - Ela sorriu.
- Claro. Sou bom em decifrar pessoas. - Peguei o celular e abri o aplicativo. Ela falou o pix e eu digitei. - Só veja quando chegar em casa.
- Por quê? Você não transferiu mais do que é justo não, né?
- Eu dou a nota pelo seu trabalho e pago o quanto acho justo. Tá bom?
- Está bem. Mas se você precisar do dinheiro? Não hesite em me pedir de volta. Está bem?
- Tenho que te contar algumas coisas sobre mim. - Claro que não vou falar que meu pai é um mafioso que está prestes a se aposentar. - Vamos nos sentar na sala. - Caminhamos até a sala de estar.
- Sua família é rica ou algo do tipo? - Ela perguntou com um sorriso nos lábios.
- Sim. - Sorri para ela.
- Sério? Eu estava brincando. - Ela ficou sem graça.
- Não precisa ficar sem graça. Deixa eu te contar. Meus pais são bilionários. Minha mãe é uma médica mundialmente convencida, tem alguns hospitais espalhados pelo mundo. Começou com um na Califórnia e outro na Espanha, agora se espalhou espalhou mundo. Meu meio irmão já era rico quando veio para nossa família, acabou que herdou uma herança do pai dele. Ele dividiu a metade para mim e minha irmã. Meu pai já era milionário desde que era solteiro, filho único herdou tudo do pai e do avô. Então não se preocupe com dinheiro, eu sei que não compramos pessoas, mas deixa eu expressar minha gratidão em ter você aqui comigo. Você não sabe como eu te procurei, tive vontade de comprar todos os Starbucks do Brasil, só para tentar te encontrar.
- Você é engraçado. - Ela sorriu.
- É sério. Melissa, eu não quero te assustar, está bem? Não sou um assediador ou algo do tipo, nunca me interessei por alguém como me interessei por você. Você acredita que as únicas mulheres que já me abraçaram na vida foram minha mãe e minha irmã?
- Desculpe. - Ela olhou com os olhos arregalados.
- Não se desculpe. Acho que foi isso que fez meu coração bater diferente. Você tinha necessidade de proteção e eu gosto de proteger pessoas. Por isso me senti tão ligado a você. Eu sempre fui muito sozinho, nunca gostei te ter amizades. Sou muito observador e aprendo as coisas muito rápido, mas sou muito reservado. Meu meio irmão me ensinou muitas coisas, acima de tudo ele me ensinou a proteger e a cuidar de pessoas. Sempre fui muito engessado nessa área de aproximação.
- Obrigada por estar lá naquele dia.
- Eu que te agradeço por estar lá naquele dia. Não sou uma pessoa que sufoca a outra, não sou possessivo. Não entenda errado as minhas atividades, caso eu tenha que te proteger. Eu não tenho ninguém aqui no Brasil, somente meu amigo Eli, que é do mesmo batalhão que eu e agora a sua amizade. Então não entenda mal se eu for super protetor em alguma ocasião.
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Raphael James Chevalier - Triologia Fake Love 3°
RomanceRaphael James Chevalier, terceiro livro da Trilogia Fake Love. Filho de Mahelí James e Alix Chevalier, gêmeo de Alanna James Chevalier e meio irmão de Igor De La Cruz. Filho de mafioso, não quis ser o sucessor do pai. Demorou se apaixonar, pois...