Capítulo 13

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Melissas narrando

Dirigia e ele falava comigo pelo celular. Parei na calçada, em frente ao portão dele, logo  o portão se abriu. Desci do carro e fui em sua direção

- Você está bem? Heim? - Ele estava preocupado.

- Estou. - Meus olhos estavam rasos de lágrimas. - Raphael, posso te pedir uma coisa?

- O que você quiser. Mas antes vamos entrar. Deixe o carro aí mesmo, vem. - Ele segurou minha não e me puxou para dentro. Caminhamos até a sala - Agora fala o que você quer. - Ele se apoiou no sofá e ficou de frente para mim. Já não conseguia me controlar, as lágrimas começaram a rolar.

- Me abraça? - Falei em meio ao choro.

- Vem aqui. - Ele abriu os braços para mim. Aqueles braços músculosos, ele estava só de camiseta e short de moletom, deixando o corpo atlético amostra.

Caminhei até ele e envolvi meus braços em sua cintura. Raphael apoiou a muleta que estava em sua mão, no sofá, e me abraçou de volta.
Me senti em paz naquele abraço, parecia que eu estava blindada de qualquer dor.
Encostei meu rosto em seu peitoral e ele encostou o queixo no topo da minha cabeça.

- Obrigada por ser um porto seguro para mim. - Falei agarrada nele.

- Eu posso ser o que você quiser. Só não sofra sozinha. - O que eu quiser? Chorei ainda mais lembrando de Vanessa.

- Você precisa descansar, fica aqui. Daqui para sua casa é muito distante e aqui é mais próximo do hospital, caso tenha que voltar para lá.

- Não quero te causar problemas. - Não queria causar problemas, mas não queria larga-lo.

- Que problema você me causaria? - Queria ter coragem para falar da namorada dele.

- Deixa pra lá. - Fiquei agarrada nele por muitos minutos. - Senta, você está muito tempo em pé.

- Só te largo quando você se acalmar.

- E se eu ficar assim para sempre? - Falei e sorri em meio ao choro.

- Vou ficar abraçado em você para sempre. - Quem me dera. Afrouxei o abraço e segurei sua mão, o conduzindo para sentar no sofá.

- Por mais que eu queira ficar abraçada em você para sempre, tenho que ser racional. Você vai sentir dor.

- A dor física é suportável, tudo é questão de mentalizar.

- Obrigada por me socorrer nos meus piores momentos.

- Sempre estarei aqui. - Ele me olhou com amor.

- Desculpe usar seu carro sem pedir. - Abaixei os olhos.

- Já falei que não me apego a bens materiais. - Ele levantou meu rosto com as mãos. - Quer me falar o que aconteceu que te deixou assim? - Queria poder falar todos os motivos, inclusive de Vanessa.

- Minha amiga me ligou no final da noite, perguntando se poderia dormir na minha casa. Pois o padastro dela estava alcoolizado, já tinha batido nela e queria bater novamente. Quando ela chegou na minha casa estava com um hematoma no olho, com a boca machucada. Fui abraça-la, na intenção de consola-la e ela deu um grito. Era sua costela. - Parei um momento e chorei novamente. - A costela dela está quebrada, graças aquele nojento.

- O quê? Ele a agrediu a esse ponto? Isso não pode ficar assim. - Os olhos de Raphael mudaram.

- Mas ela está com medo de denunciar e a mãe ainda ficar com raiva dela.

- Que mãe é essa? Meu Deus! Depois que você descansar vamos na delegacia, ou se preferir fazemos a queixa por aqui mesmo, daí peço a um médico que vá até o hospital. Vou por como uma denúncia anônima. Daí não complica pra ela, nem para você.

- Obrigada. - Sequei as lágrimas.

- Agora vem, vamos tomar o chá e escolher um quarto para você dormir. - Sentamos e fumantes o chá em silêncio. - Quer mais alguma coisa? - Ele perguntou.

- Não, está tudo bem. - O que eu queria não podia pedi-lo, queria pedir para ele ficar cunho para servir e ser só meu. Queria pedir para sentir o gosto de sua boca.

- Então vem, você quer qual quarto? Pode escolher.

- Vou ficar aqui na sala mesmo, não se preocupe.

- Então vou ficar com você aqui. 

- Você tem que deitar, não pode dormir encolhido, nem com a com perna pendurada.

- Nem você. Venha escolher um quarto. - Ele estendeu a mão e eu segurei.

- Pode ser qualquer um?

- Quer ficar no meu? Eu estou estudando, daí você pode deitar lá e ficar a vontade.

- Isso seria muito abuso da minha parte.

- Por quê? Eu que estou oferecendo. Vem, vamos para meu quarto. A cama está até arrumada.

Ele me colocou deitada na cama e me cobriu. Foi até a mesinha, pegou o notebook e ia sair do quarto.

- Raphael. Fica aqui comigo, não precisa sair. Não vai me incomodar. Fica, por favor.

- Tem certeza?

- Tenho, eu só quero ficar com você. Você pode fazer isso por mim?

Ele voltou e sentou do meu lado na cama, apoiando as costas no travesseiro e na cabeceira.
Em alguns minutos meus olhos começaram a pesar e acabei adormecendo.

Raphael narrando

Melissa dormiu em pouco tempo,  fiquei admirando seu rosto, iluminado pela a luz fraca do abajur.
Uma lágrima rolou no canto do seu rosto, sequei com a ponta do dedo.
Ela se ajeitou e balbuciou algo, não deu para entender o que era nitidamente, no final saiu um; Eu gosto de você.

Ela parecia triste no sonho, fiquei observando seu rosto. Após quase uma hora de estudo, depois, desliguei o notebook e deitei ao seu lado.
Me virei de frente para ela.
Melissa se encolheu um pouco, parecia estar com frio, abriu os olhos lentamente e olhou para mim.

- Você está com frio? - Perguntei.

- Estou. Puxei a coberta que estava em cima de mim e a cobri também. Ela se chegou um pouco mais para frente e segurou um o pedaço da minha blusa, em seguida encostou o rosto no meu corpo. - Deixa eu ficar aqui? Posso? - Senti-la assim fez meu coração disparar.

- Você pode tudo o que você quiser. - Falei quase em um sussurro, não queria que ela despertasse completamente.

- Obrigada. Eu gosto muito de você, mas é de um jeito diferente. - Ouvir aquilo fez com que uma emoção tomasse conta de mim. O que seria esse gostar muito de um jeito diferente? Ela estava muito sonolenta, talvez nem tivesse noção do que estava falando.

Dormimos tranquilamente, nunca dormi com ninguém assim. Só com minha mãe, Alanna é encrenqueira desde bebê, não gostava de dormir com ninguém. "Ninguém", só com Igor.
É  gostoso ter alguém grudado em você a noite toda.
Senti que ela se mexeu, foi tirando a mão de mim vagarosamente, eu abri os olhos e ela estava me olhando com aqueles lindos olhos azuis.
Ela ficou pálida quando viu que eu estava acordado.

Raphael James Chevalier - Triologia Fake Love 3° Onde histórias criam vida. Descubra agora