Raphael narrando
Ela me olhava atenta, parecia entender o que eu falava.
- Eu entendo. Fica tranquilo. Deve ter os seus motivos para ser assim tão super protetor.
- Pior que tenho. Minha irmã foi sequestrada algumas vezes, mas a última foi a pior. - Meus olhos se encheram de lágrimas por lembrar daquilo.
- Se isso te causa dor, não precisa tocar no assunto. Eu entendo. - Ela colocou a mão por cima da minha, sentir seu toque me trouxe uma paz tão grande. Olhei para ela em câmera lenta.
- Você é diferente. Pelo menos para mim.
- Você também é. Você acha que eu costumo ser gentil e sorridente para as pessoas? Deixa você conversar com minha amiga Raquel, daí você vai ver o que ela tem a dizer ao meu respeito. Só sou assim com você e não me pergunte porquê.
- Eu faço de suas palavras as minhas. - Sorri.
- Vou ter que ir agora, tenho um trabalho para fazer. Mas é online, em grupo. Saí com tanta pressa que esqueci as coisas no quarto.
- Entendo. Vou chamar o carro pelo aplicativo.
- Eu chamo, não se preocupe.
- Deixa comigo, deixa eu fazer as coisas para você. Vou fazer um contrato, daí você vai ter que aceitar o que estiver lá. - Ela sorriu.
- Quer que eu compre algo para você almoçar? - Ela perguntou preocupada.
- Não precisa, vou tentar fazer. A perna só dói se eu ficar muito tempo em pé. Se começar a doer eu sento.
- Quer que eu cozinhe?
- Não precisa, eu me viro. Qualquer coisa peço pelo aplicativo, já estou acostumado a cozinhar. Mas a perna não está ajudando muito. Estou bem melhor, mas as vezes abuso. - Sorri.
- Prometo cozinhar da próxima vez então. Daí você diz se minha comida é boa.
- Só deixo você cozinhar se deixar eu pagar o transporte.
- Chantagem? - Ela sorriu. Que sorriso mais perfeito.
- Sim, chantagem.
- Está bem, então pode pagar. - Chamei o carro e assim que chegou a levei no portão.
- Obrigado por hoje, volte em segurança.
- Eu que agradeço. Se cuida. - Ela apertou minha mão e eu abri a porta do carro para ela entrar. Queria mesmo era o abraço.
Após o carro partir entrei em casa. Vi que o casaco dela ficou em cima do sofá, caminhei até lá e peguei. Que coisa mais ridícula de fazer, mas eu fiz, peguei o casaco e cheirei.
Que cheiro maravilhoso, fechei os olhos e imaginei Melissa.O que está acontecendo comigo? Será que estou parecendo um louco? Um tarado ou algo do tipo?
Como eu queria que Melissa me desse a oportunidade de abraça-la. As duas vezes que ela me abraçou, eu estava com as mãos ocupadas, nem pude retribuir o abraço.Levantei e fui cozinhar, só assim distrairia a minha mente.
Almocei e fui estudar mecânica de avião.
Acompanhei sua ida pelo aplicativo no meu celular, assim que ela chegou em casa, ligou para falar sobre o pagamento.- Alô. - Atendi
- Raphael, quinhentos mil reais? Pra que isso? Você surtou? - Ela gargalhou do outro lado da linha.
- Falei que preciso de você por cinco meses, quis pagar cem mil por mês. Eu gostei do seu trabalho.
- Tem como devolver? -Ela falou com um ar de riso.
- Não, não aceito devoluções.
- Agora vou ter que cozinhar para você também, para compensar esse dinheiro todo.
- Não precisa. Posso pedir comida todos os dias. Não se preocupe com isso.
- Claro que me preocupo. Eu não sei porque você está fazendo isso, mas eu agradeço do fundo do meu coração. Obrigada por ser esse anjo.
- Eu que agradeço por você ser essa pessoa ímpar. - Falei.
- Se cuida, está bem?
- Pode deixar. Você também. Tenta descansar assim que for possível.
- Você também. Beijos. - Ela se despediu.
- Beijos.
Melissa tem vindo todos os dias aqui em casa, a pior hora é quando ela tem que ir embora.
Estou sentindo menos dor na perna e já estou conseguindo pisar um pouco melhor.
Ela é muito boa no que faz, muito atenciosa e concentrada.
Enquanto ela faz a fisioterapia, fico admirando sua beleza.Eli não tem vindo aqui em casa, está ficando na casa dele, no quartel. Está trabalhando todos os dias, ele sente que tem que compensar pela minha ausência.
Estou com os olhos vidrado em Melissa. Hoje ela está com um rabo de cavalo baixo e as franjas caídas para o lado. Fico hipnotizado admirando seu rosto perfeito.
- O que foi? - Ele olhou para mim. - Está doendo? - Eu estava concentrado olhando seu rosto.
- Não, está tudo bem. - Permaneci olhando.
- Então por que está me olhando assim? - Ela sorriu sem graça.
- Desculpe se te constrangi. Estou admirando sua dedicação, tão concentrada...
- Quero que você melhore logo. - E eu queria ficar mais doente, só para ela cuidar assim de mim por muito mais tempo.
- Quer se ver livre de mim, não é? - Ela olhou nos meus olhos.
- Não é isso. - Ela sorriu. - Só quero que não sinta mais dor.
- Entendi. Obrigado. Você tem tempo livre hoje? Queria ir em um lugar.
- Tenho sim.
- Tenho que comprar um carro, os meus ficaram em Campo Grande.
- Posso te ajudar, você gosta de que tipo?
- Estou pensando em comprar um Jeep Compass, só estou em dúvida na cor.
- Qual são as opções?
- Vermelho, branco, preto, azul, verde e prata. Qual você escolheria?
- Ficaria entre o branco, preto e vermelho. Acho que preto combinaria com você, apesar de ter dinheiro é discreto. - Ela sorriu.
- Você sabe me decifrar. - Sorri. - Então vai ser o preto.
- Sério? Mas se quiser escolher outra cor, não se sinta pressionado.
- Preto foi a primeira cor que pensei. Sou bem discreto mesmo. Você sabe dirigir?
- Sim, tenho habilitação.
- Então você voltará dirigindo o carro, combinado? Eu ainda não posso dirigir.
- Está bem. Você vai confiar? - Ela sorriu.
- Sei que estou em boas mãos. Vejo como você cuida de mim na fisioterapia e na alimentação. Com certeza não colocaria minha vida em risco.
- Obrigada pela confiança.
Após a fisioterapia, chamei um carro por aplicativo e fomos em uma agência. Comprei o Jeep Compass preto.
Melissa conhecia tudo por ali, ela voltou dirigindo. Estou tão feliz por tê-la comigo. Nunca vi uma pessoa tão calma no trânsito.- Melissa, você quer ir em algum lugar?
- Não, obrigada. Você quer ir? Se quiser posso te levar. Estou com tempo livre hoje.
- Tenho que ir no quartel, mas eu posso ir até amanhã. É para a revisão.
- Se quiser posso te levar agora. Precisa dos exames ou pegar algo em casa?
- Não, eles tem tudo no computador. Tenho que ir no hospital e do hospital vou para o quartel, levar os exames.
- Então vamos agora. Pode ser?
- Sim.
- Só me fala onde é.
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Raphael James Chevalier - Triologia Fake Love 3°
RomanceRaphael James Chevalier, terceiro livro da Trilogia Fake Love. Filho de Mahelí James e Alix Chevalier, gêmeo de Alanna James Chevalier e meio irmão de Igor De La Cruz. Filho de mafioso, não quis ser o sucessor do pai. Demorou se apaixonar, pois...