Capítulo 20

39 4 0
                                    

Raphael narrando

Melissa estava visivelmente destruída psicologicamente, dei a ela um relaxante muscular, ela estava muito tensa.
Deitamos no quarto e fiz carinho nela, até que pegamos no sono agarradinhos um no outro.

Enfiei meu nariz nos cabelos dela, gravando ainda mais aquele cheiro na minha mente.

Meu celular vibrou e peguei para ver, era Eli dizendo que estava chegando. Levantei sem acorda-la, dei um beijo em seu rosto e caminhei para a sala.

Abri o portão dos fundos e ele entrou com a moto. Cinco minutos depois chegou Amauri.

Expliquei o ocorrido, Amauri já conhecia Cauê, participou do resgate da minha irmã. Ali estávamos, o melhor amigo do meu irmão e o meu melhor amigo, bolando uma estratégia para proteger a mulher que eu amo.
Igor ligou por chamada de vídeo.

- E aí gente? Raphael, informei a Remo sobre seu filho. Você acredita que nem o pai sabia que ele estava vivo? Como o hospital informou que ela tinham morrido, Remo nem foi se certificar. Ele pediu para exumar o corpo de Caio, Caio realmente está morto, mas Cauê realmente está vivo. Ele está disposto a nos ajudar.

Apresentei Eli para Igor e para Amauri. Bolamos algumas estratégias, mas tinhamos que anotar as rotinas de Melissa, precisávamos dela para isso.

Fomos para a cozinha, preparamos algumas coisas. Almoçamos bem pouco, ela deve estar com fome também.
Melissa entrou na cozinha e todos a olharam assustados.

- Melissa? O que você está fazendo aqui menina? - Eli falou.

- Eli? - Ela fez uma cara de interrogação.

- Vocês se conhecem? - Fui até ela e entrelacei os dedos nos dela. Senti uma pontada de ciúme.

- Sim, ela é a menina do hospital a qual te falei.

- Pera aí, a que você queria chamar para  para sair? - Senti o ciúme aflorar ainda mais. Logo agora que tenho que ir.

- Mais ou menos isso. Não é bem ela que eu queria chamar para sair.

- É ele que está ficando no hospital com a  minha amiga Raquel.

- Uffa, que susto. - Coloquei a mão na altura do coração.

- Então você é a Starbucks? - Eli sorriu.

- Como você sabe meu apelido? - Melissa perguntou e olhou para mim.

- Não teve um dia sequer que esse cara aí não falou de você.

- Entendi. - Ela sorriu.

- Raphael é um herói, você sabe disso Melissa? Se não fosse por ele eu não estaria aqui hoje. Essa perna está assim porque ele me protegeu. Devo a minha vida a esse cara, então vou fazer o quem ele me pedir.

- Obrigado irmão, não fiz isso esperando recompensas, mas aceito de bom grado. Deixe eu te apresentar Amauri, esse é o General Amauri, um amigo da família.

- Muito prazer senhorita Melissa.  - Ele se levantou para cumprimenta-la.

- Esse é o terceiro tenente Eli, você já o conhece. - Sorri ao falar.

- E esse é o nosso Capitão Raphael James Chevalier. - Eli falou e meu rosto queimou, nunca me apresentei formalmente para Melissa.

- Capitão? Ela me olhou com os olhos brilhando.

- Isso é só um detalhe, não gosto de formalidades.

- Raphael é a melhor pessoa que já conheci na vida. - Eli falou.

- Você é Capitão? - Melissa estava com os olhos fixados em mim.

- Sou. - A olhei.

- E eu estudando esse tempo todo, por que não me disse antes? Eu teria tirado dez em todas as provas. Isso é egoísmo. - Ela caiu na gargalhada após falar. Todos rimos.

Melissa contou como é o seu dia a dia e encaixamos as coisas na estratégia que tínhamos elaborado.
A segurança dela está garantida, só não tem remédio para a dor que iremos sentir um longe do outro.
Após muita conversa e acertar tudo, Eli e Amauri foram embora, Eli ia na casa de Melissa, para ver Raquel que esteva se recuperando. Ele foi com o carro, amanhã levará para blindar.

Abracei Melissa por trás e fomos caminhando para o quarto. Escovamos os dentes e deitamos.

- Melissa, me desculpe por tudo isso. - Estávamos deitados um de frente para o outro.

- Raphael, e se eu não conseguir ficar longe?

- Vamos ter que conseguir, só volto quando tudo estiver resolvido, quando você estiver fora de perigo.

- Eu vou ficar ficar preocupada, como vou saber que vai estar tudo bem com você?

- Você ver ter que acreditar e confiar. Queria que fosse tudo diferente, não queria te fazer passar por isso.

- Você vai que dia?

- Amanhã. Tenho que arrumar minhas coisas, mas não consigo te largar.

- Amanhã? - Ela me olhou com os tristes. - Mas já?

- Quanto mais cedo eu for, mas cedo eu volto, acho que nem vou conseguir dormir hoje. Tenho que ir no quartel ainda me apresentar formalmente. - Meu coração parecia que ia sangrar.

- Posso ficar grudada em você enquanto estiver por aqui?

- Eu adoraria. - Passei a mão em seu rosto.

- Vou poder te ligar? - Infelizmente tinha que dizer a verdade.

- Não. Eles podem rastrear a linha, daí você vai continuar correndo riscos.

- E se demorar muito para você voltar Raphael, como vou saber se você estará bem? Como vou viver daqui longe de você e sem notícias? - Ela me olhava e as lágrimas começaram a escorrer.

- Eu sei que isso é terrível, mas infelizmente vai ter que ser assim. Desculpe Melissa. Prometo voltar o mais rápidos possível.

- Não desista de nós, por favor. Encontre um jeito de me dizer que está tudo bem. Por favor! Você está levando meu coração com você, trate de traze-lo de volta.

- Estou  com um desespero dentro de mim, se você pudesse me enxergar por dentro entenderia do que estou falando. Eu te amo, Melissa. Nunca duvide disso, isso tudo é para te proteger. Ao mesmo tempo que aqui dentro grita para eu ficar, não posso deixar a emoção me dominar tenho que ser racional. A razão as vezes tem que falar mais alto, não quero que você viva coagida e deixe de fazer as coisas que você gosta. Não quero ter que viver com medo de um sequestro. Eu não suportaria ver algo ruim acontecendo com você e ter ciência que foi por minha causa.

- Eu te amo, Raphael James Chevalier. - Ela me olhava com um olhar tão apaixonado e me transmitiu tanta segurança. - Vai ficar tudo bem, ok? Vamos tentar não sofrer muito. Mas o dia que estiver insuportável, vou olhar para o céu e chamar seu nome, vou fechar os olhos e imaginar você me abraçando, vou lembrar dos momentos bons e dos sorrisos sinceros. Vou te esperar, nem que isso seja a última coisa que eu faça na vida. Se mantenha bem, por favor. - As lágrimas rolaram em nosso rosto.

- Te amo, minha Starbucks. - A puxei e tomei seus lábios.

Raphael James Chevalier - Triologia Fake Love 3° Onde histórias criam vida. Descubra agora