Raphael narrando
Agora entendo toda melação de Alanna e Igor, entendo o desespero dele e a dor de vê-la sofrer, entendo a superproteção e o cuidado excessivo.
É estranho amar alguém, queremos evitar todo e qualquer sofrimento. Realmente não escolhemos quem vamos amar, nosso coração que escolhe. Só grato por meu coração ter escolhido Melissa.Acabei de estudar e Melissa estava dormindo agarrada em mim, hesitei antes de me mexer, não queria acorda-la. Coloquei o notebook na mesinha ao lado da cama e escorreguei o corpo, deitando ao seu lado. Ela se afastou automaticamente, me dando espaço na cama. Abriu um pouco os olhos e me olhou.
- Não preciso de tanto espaço assim, vem aqui. - A puxei para mais perto. - Assim está melhor. Já dormi muito tempo sozinho, quando você estiver aqui quero dormir assim, agarradinho. Não precisa ficar um metro de distância.
- Eu amo seu cheiro. - Ela sussurrou com a voz rouca. Eu estava deitado de barriga para cima e ela de bruços em cima do meu braço.
- Obrigado por estar aqui. - Virei a cabeça para olha-la.
- Prometo que vou cuidar de você. - Ela estava de olhos fechados.
- E eu vou permitir. - Dei um beijo em sua testa. Ela se ajeitou em cima do meu braço e passou o braço por cima de mim.
- Obrigada por ser tão perfeito para mim. Te amo, meu Raphael. - Nos cobri e dormimos grudados um no outro.
O dia amanheceu e eu tentei levantar sem acordar Melissa, mas pessoas super protetoras são difíceis de não perceber as coisas. Ela abriu os olhos, assim que tentei levantar.
- Fica deitada, vou fazer nosso café da manhã.
- Vou te ajudar. - Ela limpou o olho com a mão.
- Quero que você descanse.
- Já descansei mais do que mereço. Hoje tenho curso, na volta podemos ir na minha casa. O que você acha?
- Eu acho uma ótima idéia. - Dei um selinho nela.
- Tenho que pegar a matéria para passar para Raquel.
- Raquel? Onde eu ouvi esse nome? - Fiquei tentando lembrar.
- Eu devo ter falado antes, no dia em que ela ficou no hospital. Devo ter falado o nome dela.
- Deve ser isso. Você quer que eu peça café do Starbucks? Posso pedir o que você quiser.
- O que eu quero mesmo é beijar sua boca. - Ela me olhou com aqueles lindos olhos azuis e sorriu.
- Aí você me quebra, não tem como ter postura depois disso. - Eu estava sentado na beirada da cama. Ela levantou e ficou de pé, no meio das minhas pernas.
- Estou mega apaixonada por você, Raphael. - Melissa segurou meu rosto e se aproximou lentamente, tomando meus lábios. - Você parece ser um sonho real, nunca quis tanto alguém como quero você.
- Você me faz perder a postura, sabe disso? - Falei depois do beijo.
- E isso é ruim? - Ela me olhava nos olhos.
- Em certo ponto sim. Pois você é a minha fraqueza. Se eu deixar isso escancarado, posso ter pessoas que vão usar isso contra mim. E eu enlouqueço só de pensar que algo ruim pode te acontecer. De onde eu venho os homens são extremamente apaixonados por suas companheiras, herdei isso pelo jeito. É maravilhoso estar apaixonado e eu vou dar tudo de mim a você, sem reservas. Mas em contra partida, de onde eu venho, eles atacam na fraqueza dos homens. Você já ouviu falar de tráfico de mulheres?
- Já ouvi sim, estou estudando sobre isso. Meu trabalho é sobre isso.
- Pois bem, minha mãe passou por isso e minha irmã também.
- Meu Deus, Raphael. - Ela parecia estar em choque.
- Minha mãe perdeu os gêmeos, antes de mim e da minha irmã. Minha irmã pediu o bebê, eles a drogaram e a estupraram. Só de lembrar eu sinto uma dor tão grande. Você ouvir um ato tão cruel assim é diferente de você presenciar. Minha irmã quase morreu por causa desses animais. Por isso tinha medo de me apegar a alguém. Agora tenho medo de demonstrar meus sentimentos em público. Não sabemos quem está a nossa volta.
- Não precisa. Fique tranquilo. - Ela passou a mão no meu rosto. - Eu sabendo o que você sente por mim já basta. Não quero te causar preocupações e nem medo. Não precisa demonstrar afeto excessivo em público
- Vou tentar me controlar. Esperei muito tempo por você, Melissa. Obrigado por ser tão incrível. - A puxei e a beijei.
Melissa recebeu a mensagem do hospital, dizendo que sua amiga iria para casa só mais tarde, ainda estava com muita dor.
Melissa se arrumou e foi para o curso.Adiantei o que pude e fiz o almoço, aprendi muita coisa com meu meio irmão Igor. Ele é um cozinheiro de não cheia.
Minha perna está bem melhor, Melissa é uma ótima profissional. Sentei para espera-la.
Olhei por acaso no monitor e vi um carro preto próximo a minha casa, era o mesmo carro do dia anterior.
Fiquei observando se conseguia enxergar alguém dentro do carro, como minha câmera não é qualquer uma, consegui ver dentro do carro.
Tinha três homens armados, observando de dentro do carro.
Liguei imediatamente para Melissa, falei para ela ir pra casa, pegar outro caminho, mas ela já estava chegando, foi liberada mais cedo.
Pedi para ela entrar pelo outro lado. Minha casa dava acesso a duas ruas.
Não demorou muito ela parou do outro lado da rua e eu abri o portão, minha pistola estava enfiada na minha cintura, na parte de trás da calça.- O que está acontecendo? Por que você está assim? - Meu nervosismo estava no meu rosto.
- Lá dentro eu te explico. - Segurei a mão dela e caminhamos para dentro.
- Fala Raphael, você está diferente.
- Está vendo esse carro parado aqui? - Mostrei no monitor. - Tem três homens dentro, estão armados. Como não sei do que se trata, não vou deixar você sair sozinha. Foram eles que pararam atrás de você ontem, quando eu abri o portão com o controle.
- Meu Deus. O que será que eles querem?
- Não consegui ver o rosto nitidamente, eles passaram alguma coisa para disfarçar.
- E se eles entrarem aqui, Raphael? - Ela se encolheu um pouco.
- Se eles entrarem aqui? Estarão mortos. Eu acho que eles não tem certeza que essa casa é minha, por isso estão averiguando. Eu não estou dando com as caras na rua já tem algum dias. Você vai e vem com o carro, coube de ontem eu não sair para abrir o porta.
- Ainda bem que você não saiu. - Ela se encolheu um pouco e seus olhos encheram de lágrimas.
- Não precisa ficar assim, está bem? - A abracei. - Vai ficar tudo bem.
- Estou com medo de alguém fazer algo com você.
- Eu já vivo nisso desde novo, Melissa. Meu medo é só por você, não quero que aconteça nada de ruim.
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Raphael James Chevalier - Triologia Fake Love 3°
RomanceRaphael James Chevalier, terceiro livro da Trilogia Fake Love. Filho de Mahelí James e Alix Chevalier, gêmeo de Alanna James Chevalier e meio irmão de Igor De La Cruz. Filho de mafioso, não quis ser o sucessor do pai. Demorou se apaixonar, pois...