Raphael narrando
Meu mundo girou, Carmen é a minha sobrinha. A que nasceu logo após os gêmeos, Alejandro e Alix.
Juntei minhas coisas e desci as escadas correndo. Igor passou o local onde estava com o pessoal, em poucos minutos cheguei lá, fui de moto para não perder tempo.
Igor estava com mais alguns militares, tínhamos uma pista, os sequestradores tinham ido para uma mata.
Ver o desespero nos olhos de Igor e de Alanna me quebrou por completo. Tive que me controlar minha dor antiga e a dor recente, para não passar mais desespero para eles.Os polícias iriam por um lado e nos iríamos por outro, eu entendo bem de mata, no exército fazemos muitos treinos na mata.
Alanna ficou com as crianças e com papai, peguei a mochila com os equipamentos e vesti um colete por baixo da roupa. Vesti a roupa de frio.- Vai ficar tudo bem mana, vamos voltar com ela. - Abracei minha irmã e dei um beijo em sua testa. Antes eu entedia o que era esse desespero, agora estou sentindo na pele. Meu coração está dividido.
- Obrigada irmão, eu sei que vocês vão acha-la. Se mantenham bem, por favor.
- Seu marido é o melhor que nós temos, sei que ela deve ter um rastreador agarrado nela.
- Tem sim, ela está usando um na presilha do cabelo. Fica ativado o tempo todo. Traga Carmen pra mim, por favor. - As lágrimas escorreram em seu rosto, Alanna estava com Maheli no colo e os meninos agarrado em sua cintura . Dei um beijo nas crianças e um abraço em meu pai.
- Iremos trazê-la de volta. Cuide dos nossos pequenos. - Falei.
- Já volto com nossa menina, fique calma, está bem? - Ele segurou o rosto dela e deu um selinho. Deu um beijo nas crianças e nos afastamos deles.
Peguei a moto e fomos na frente, uma equipe nos seguia. Carmem foi levada durante sua aula de balé. Um homem, que se passava por professor a levou, enquanto Alanna levou Maheli no banheiro.
Chegamos no local onde eles foram vistos pela última vez, o rastreador estava piscando forte.
Nos armamos e entramos na mata. A noite tinha começado a cair, a mata começava a esfriar, tínhamos óculos de infravermelho.
Fomos mata adentro, caminhamos por cerca de uma hora. Ao longe ouvimos um tiro, parei e olhei para Igor.O tiro não vinha da direção oposta, vinha do lado que estávamos. Igor e eu nos entre olhamos e nos refugiamos atrás de uma árvore.
Só poderia ser um traíra no meio de nós. Logo começaram os tiros, entre o grupo que estava conosco.Não sabíamos quantos estavam nos traindo e em quem podíamos confiar.
Logo apareceu um militar baleado.- Igor. - Ele gritava no meio do escuro. - São dois traíras, Igor. Avance, não se importe conosco. Busque sua menina meu amigo. - Leon era amigo de farda de Igor.
De longe avistei um homem se aproximando. Dei a ordem para ele parar, ele parou na hora mas logo voltou a se mexer, vindo em nossa direção.
Dei um tiro para o alto, mas ele continuou avançando.Igor mirou nele e disparou, o homem caiu. Olhei para o lado de Igor e tinha outro, apontando a arma para ele.
Meu instinto de proteção aflorou mais alto. Puxei meu irmão e o tiro bateu na árvore.
Mirei no homem no escuro e disparei ele caiu perto de Leon.- Você está bem Leon? Dá para aguentar? - Igor perguntou, verificando os ferimentos do amigo de farda.
- Está tudo bem, vou ficar bem. - Fizemos um torniquete na perna dele, logo chegou reforço e levaram Leon.
Avançamos mata adentro, o sinal do rastreador começou a piscar mais forte, até que chegamos nele. A presilha de Carmen estava caída entre as folhas. O semblante de Igor caiu na hora. Já estavamos na busca há muito tempo, minha sobrinha devia estar com fome e frio.
Estava quase amanhecendo, Igor estava visivelmente destruído. Um helicóptero começou a sobrevoar o lugar, ele clareava a mata e nós estávamos entrando cada vez.
Chegamos próximo a um riacho, escutamos um barulho como se fosse um choro e um grito ao mesmo tempo.
Paramos e ficamos em silêncio, esperando, para ver se iríamos conseguir ouvir de onde vinha.- VERMELHO. - Uma voz de criança gritava. A voz saía trêmula. Corremos em direção a voz.
- Carmen, papai está aqui. Não pare de falar filha, papai está aqui.
- Vermelho, vermelho, vermelho. - Ela gritava com toda força que tinha.
A encontramos amarrada em uma árvore, dentro do riacho. A água estava batendo em seu queixo. Ela tremia muito, devido ao frio.
- Carmen. - Igor pulou dentro do riacho e a desamarrou. - Está tudo bem agora filha, está tudo bem. - Ele chorava agarrado com ela. - Papai vai te levar para casa.
- Obrigada por me encontrar papai, obrigada. - Ela chorava agarrada nele. - Obrigada titio, obrigada.
Ajudei Igor subir e tiramos a roupa molhada de Carmen. A secamos e vestimos uma roupa seca nela. Enrolamos um lençol térmico, ela começou a ficar roxa por conta da hipotermia, seu nível de consciência foi caindo.
Igor abraçou Carmem e nos dois começamos a correr mata a fora, fomos para um lugar onde tinha menos árvores. Acendi um localizador, o helicóptero parou em cima de nós e desceu o cesto.
- Igor, vai logo cara. Ela está perdendo a consciência. - Meu coração estava aflito demais, tentei controlar o choro. Igor era um médico excelente, mas quando se trata de alguém que amamos é complicado.
Eles entraram no cesto e foram subindo.
- E você? Vai ficar aí? - Igor me olhou enquanto subia, com Carmen no colo.
- Vou logo atrás. Salve nossa menina.
- Cuidado Raphael, não demore mano. Não me deixe preocupado.
Senti tanto ódio, como um monstro faz isso com uma criança?
Eu iria achar esse desgraçado.
O dia amanheceu e eu caminhei ao redor do local, achei um rastro de carro no meio da mata. Caminhei em direção ao rastro, dava em uma fazenda.Olhei de longe e tinha um movimento estranho, analisei para ter certeza que não ia cometer nenhuma injustiça.
Fui caminhando dentro da mata até me aproximar mais da casa.
- Chefe, eu acho que ele conseguiu encontrar a menina a tempo. - Um homem com uma cicatriz no rosto falava ao telefone. - Raphael estava com ele, eles mataram dois dos nossos. Agora a menina no Brasil está vulnerável, eles estão com a atenção voltada para a criança.
Então aquele desgraçado do Cauê armou isso tudo?
Não podia ligar para Amauri para informar, meu coração disparou freneticamente, eles iram atrás de Melissa?Mantive o controle e caminhei abaixado em direção a casa.
Tinha quatro homens na casa, peguei os dois da varanda primeiro, a arma tinha silenciador.
Peguei o outro que estava na sala, logo peguei o que estava falando ao telefone.O imobilizei e encostei a faca em seu pescoço.
- O que vocês querem com a mulher do Brasil? Me responde, desgraçado, o que Cauê está planejando?
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Raphael James Chevalier - Triologia Fake Love 3°
RomanceRaphael James Chevalier, terceiro livro da Trilogia Fake Love. Filho de Mahelí James e Alix Chevalier, gêmeo de Alanna James Chevalier e meio irmão de Igor De La Cruz. Filho de mafioso, não quis ser o sucessor do pai. Demorou se apaixonar, pois...